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domingo, 27 de novembro de 2016

Como era Cuba antes da Revolução?

September 1958:  American cars parked in front of President Batista's palace at Havana.  (Photo by Central Press/Getty Images)
Imagine um país latino americano no meio do século vinte, com uma taxa de alfabetização de 76%, uma renda per capita maior que a de diversos países europeus, como a Itália, uma capital com mais salas de cinema que Nova York, um número impressionante de estações de rádio (160), aliado a uma taxa de penetração do rádio próxima dos 90% e o 5º maior número de televisões per capita do mundo.
Não, não estamos falando de nenhuma potência atual ou de alguma nação com uma das maiores rendas per capita do planeta. Esta é – ou melhor, era – Cuba durante a década de 1950, antes da revolução castrista.
Ao primeiro olhar, pode parecer que o governo socialista acabou com tudo isso. Mas a realidade é um pouco diferente: na verdade, eles mantiveram muitos desses recordes (o número de salas de cinema, por exemplo, tem se mantido estável de lá pra cá).
Por outro lado, o mundo mudou muito de 1950 pra cá. A renda da Itália cresceu. Nova York ganhou mais cinemas. O número de estações de rádios ao redor do mundo explodiu. Igualmente o de emissoras de televisão. Mas Cuba não evoluiu na mesma velocidade.
Em 1958, a renda per capita média de um cubano era o equivalente a 11.300 dólares anuais, em valores atualizados. Para efeito de comparação, a renda média de um britânico na mesma época equivaleria a 11.800 dólares atuais.
Mas em 1959, algo aconteceu em Cuba: a Revolução. Com armas nas mãos, Fidel Castro, Che Guevara, Raúl Castro e outros tantos revolucionários depuseram Fulgencio Batista e instauraram um governo socialista na ilha.
Hoje, porém, 65 anos depois, Cuba tem muito pouco para comemorar. Sua renda caiu. Seu número de rádios já não é mais tão relevante assim (o próprio rádio, outrora tão importante para a identidade cultural da ilha, já perdeu o brilho). As televisões per capita sequer são lembradas. Embora certamente a taxa de alfabetização (atualmente em 99,8%) ainda seja um bom número. Mas é importante destacar que não é a maior do mundo e que essas taxas também estão presentes em nações com modelos econômicos muito distintos, como o Azerbaidjão, a Letônia e a Estônia.
É possível perceber como Cuba avançou nos últimos 65 anos. Sim, em termos nominais. Em comparação com 1950, sua renda já mais que duplicou – os 9.421 dólares se transformaram em 19.379.
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Gráfico via Gapminder.org
Mas Cuba não está sozinha no mundo.
Seu avanço, quando comparado com o de outros países é medíocre. Se em 1949, sua renda aproximava-se da do Reino Unido e da Itália, hoje mal encosta nesses países. Já outros, como Hong Kong e Coreia do Sul, que hoje apresentam índices elevadíssimos de renda, estavam muito distantes do padrão de vida cubano nessa época.
O crescimento de Cuba nos últimos anos chega a ser pior que o de países africanos, como Botswana, que saiu de uma renda inferior aos mil dólares anuais, para quase 15 mil no mesmo período. Apesar de não ter ultrapassado Cuba, o crescimento de Botswana é notável no gráfico abaixo.
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Cuba em amarelo. Gráfico via Gapminder.org
A vida de um cubano da era pré-castro talvez não fosse a melhor do mundo. Em relação às potências da época, o país ainda tinha diversos atrasos, tirando alguns dados que realmente poderiam ser descritos como “de primeiro mundo”. Desigualdade, racismo e corrupção eram problemas evidentes na sociedade cubana. O Estado também era repressivo com opositores e censura tornou-se algo relativamente comum no governo de Fulgencio Batista, último presidente pré-castrista. Por outro lado, não foi com a Revolução que tudo isso acabou.
A desigualdade inexiste no país somente no papel. Membros da elite possuem acesso a carros importados e outros luxos, enquanto cidadãos com altos cargos dentro do governo conseguem roubar bens e até dinheiro do Estado, além de serem constantemente subornados por outros cidadãos em troca de favores ou um pequeno poder – prática conhecida como “sociolismo” em Cuba. O mesmo se aplica aos moradores com parentes e amigos no exterior, de quem podem conseguir bens “raros” para o padrão de vida da ilha e revendê-los nos abundantes mercados negros.
E com essas desigualdades, promovidas principalmente pela centralização da economia, se perpetuou o racismo. Como os brancos já eram mais ricos no período anterior à revolução, continuaram ocupando melhores cargos e residindo em casas melhores que os negros. Após a permissão do governo cubano para a existência de pequenos negócios pré-definidos na ilha, a situação se agravou, já que os brancos continuaram morando nas melhores casas, que hoje servem como pequenos hotéis e geram renda para essas famílias – enquanto os negros são relegados à maioria dos empregos estatais e ao socialismo forçado.
E se o governo não conseguiu desenvolver avanços significativos nas áreas mais comprometidas pela revolução, as que foram esquecidas tiveram avanço nulo ou presenciaram um retrocesso.
Ainda em 1958, um ano antes da revolução terminar, Cuba tinha a segunda maior taxa de carros per capita da América Latina – eram 24 veículos para cada mil habitantes -, atrás somente da Venezuela. Mas, após 30 anos de socialismo, esse número sofreu uma pequena redução. Enquanto em todos os outros países da região houve um aumento significativo no acesso à veículos pela população, as estatísticas atuais mostram que hoje o país possui uma taxa de 38 veículos para cada mil habitantes – a mesma taxa de Angola e do Tajiquistão.
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Outras estatísticas também continuaram praticamente inalteradas após a revolução.
Dados de 1959 mostram que o país tinha uma taxa de 2,6 telefones para 100 habitantes. Era a maior taxa de toda América Latina. Dados coletados em 1995 mostraram, no entanto, uma taxa de 3 linhas para cada 100 – o 16º pior resultado entre os 20 países latinos.
O cubano de 1950 também era bem educado. Além da alta taxa de alfabetização, os moradores de Cuba tinham acesso a um imenso número de jornais: cerca de 70 publicações circulavam pela ilha. A tiragem total desses periódicos era tão alta que pode ser contabilizada em termos de mil habitantes, totalizando cerca de 101 exemplares para cada mil cubanos, comprovando a existência de um amplo mercado de jornais no país.
A medicina e o acesso à saúde também eram avançados e ao que tudo indica, as tão alardeadas condições de saúde que atualmente existem no país só foram possíveis graças aos avanços realizados antes do governo castrista.
Com uma taxa de mortalidade infantil de 3,76, Cuba figurava como o país latino com as melhores condições de saúde para as crianças. A mortalidade anual também era uma da menores do mundo: cerca de 5,8 mortes anuais por mil habitantes, número melhor que o registrado nos Estados Unidos (9,5) e no Canadá (7,6) no mesmo período. Existiam 190 habitantes para cada cama de hospital, um número um tanto à frente da média dos países desenvolvidos (cujo índice situava em torno de 200 habitantes por cama). O número de médicos também era expressivo: existia um médico por 980 pessoas, uma taxa que na América Latina só perdia para a Argentina.
Se o salário atual de um cubano mal consegue custear coisas tidas como baratas em outros países, como o acesso a uma lan house – o salário médio de um cubano é suficiente para pagar somente 4 horas de acesso –, é interessante notar que o país já teve um dos maiores salários do mundo.
Ainda em 1958, o salário pago na indústria do país girava em torno dos 6 dólares por hora. Era o mesmo valor pago aos trabalhadores noruegueses e dinamarqueses. De fato, Cuba tinha o 8º maior salário industrial do mundo. Nas fazendas, o pagamento era de US$ 3 por hora, o 7º maior do mundo. E mesmo antes do socialismo, existia pleno emprego: os cubanos desempregados somavam somente 7% da população, a menor taxa de desocupação da América Latina. Porém, um pleno emprego sustentável e produtivo.

O embargo e o colapso da indústria

Mas você deve estar pensando: e o embargo? A pergunta deve ser outra: até que ponto o embargo econômico imposto pelos Estados Unidos (e que, finalmente, começa a chegar ao fim) impede o avanço econômico de Cuba?
Primeiramente, é preciso entender o que de fato foi o embargo.
Tudo começou em 1960, quando o presidente dos Estados Unidos, Dwight Eisenhower, impôs um bloqueio ao comércio com ilha, após alguns atritos entre refinarias norte-americanas e o governo revolucionário. O bloqueio de Eisenhower, no entanto, excluía alimentos e insumos médicos.
Porém, em 1961, após o governo cubano declarar-se marxista e alinhar-se com a União Soviética, o congresso norte-americano aprovou uma lei, que mais tarde seria usada pelo presidente John Kennedy, para enfim, impedir todo tipo de comércio ou contrato comercial com a ilha.
Fruto principalmente de pressões corporativistas – reza a lenda que Kennedy, um grande apreciador dos charutos cubanos, não queria, num primeiro momento, proibir a importação do produto, mas entrou em atrito com fabricantes americanos –, o embargo trouxe sim, diversas consequências negativas para a ilha. Mas não é o único culpado pelos problemas no país.
Ao contrário do que muita gente pensa, o embargo não proibiu o pequeno país caribenho de comercializar com o resto do mundo. Apesar de constar nas mais de seis leis que mantém o bloqueio comercial a permissão aos Estados Unidos para atacar ou impor sanções à países aliados que resolvam realizar comércio com os Castro, na realidade isso nunca de fato ocorreu.
Diversos países negociam livremente com Cuba, incluindo… os Estados Unidos!
Atualmente, cerca de 80% da comida distribuída pelo governo no país é importada, já que a falida indústria e a agricultura coletivizada no país não são capazes de produzirem alimentos suficientes para a população.
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O comércio exterior também é aquecido: só em 2009, o país registrou US$ 10 bilhões em importações e exportou mais de US$ 3 bilhões. Seus principais parceiros comerciais são Venezuela, China, Espanha, Canadá, Estados Unidos e Brasil.
Desde 2000, os Estados Unidos permitem que fazendeiros comercializem com a ilha caso o pagamento seja feito adiantado e em espécie. Desde então, o comércio entre os dois países só cresceu: até 2007, a terra do tio Sam mal aparecia na lista de importações, mas hoje já está entre os 5 maiores parceiros comerciais cubanos.
De suas exportações, cerca de 48% são alimentos. E isso é o ponto central que ajuda a entender porque o país tem se desempenhado tão mal no comércio internacional e porque tudo parece ter parado nos anos 50. Desde que o socialismo avançou de fato no país, a indústria foi sucateada. 25% do dinheiro que hoje Cuba ganha no comércio internacional vem da exportação de açúcar, uma das indústrias que mais se deterioraram nas últimas décadas.
Em meados de 1950, a produção diária de cana-de-açúcar no país era equivalente a 507 mil toneladas. Com toda essa cana, Cuba conseguia produzir mais de 5 milhões de toneladas de açúcar todos os anos. Mas a produção foi se estagnando. A nacionalização das indústrias não foi capaz de atrair o mesmo número de investimentos anteriormente alcançados. Hoje, Cuba produz em torno de 1 a 1,5 milhão de toneladas de açúcar anualmente. Um número incomparavelmente menor.
O governo até tentou mudar o cenário, expandindo a mineração de níquel, cobre, ferro, magnésio e zinco, embora os esforços não geraram muitos resultados. Apenas o níquel se destacou, mas com a queda do preço da commodity, sua importância para o comércio exterior reduziu e o açúcar tomou de volta a primeira posição.
Se 80% do que os cubanos põem à mesa tem origem no exterior, isso deve-se à baixíssima mecanização da agricultura do país. Tirando algumas poucas refinarias de açúcar, praticamente todo alimento produzido em Cuba é feito com trabalho manual. A pouca mecanização, é claro, afeta também as exportações e a pouca cana-de-açúcar que o país hoje exporta é vendida a preços pouco competitivos.
Para finalizar, as usinas cubanas estão numa situação desoladora. Desde o colapso da União Soviética, Cuba não conseguiu continuar as reformas estruturais e as manutenções adequadas em suas usinas, que começaram a parar de funcionar. Os problemas atingiram seus níveis mais alarmantes em 2004, quando a falta de manutenção e problemas ambientais levaram as usinas a paralisarem por diversas horas. Em Havana, houveram blackouts que chegaram a durar 6 horas. Outras regiões chegaram a ficar 12 horas interruptas no escuro e mais de 118 fábricas foram paralisadas. Até hoje, a baixa capacidade do sistema de energia cubano tem gerado prejuízos para a escassa produção industrial do país.
Com seus tijolos corroídos pelo tempo – e pelo socialismo –, hoje os muros de Havana contam várias histórias. Certamente não são as mesmas do muro de Berlim, mas já viram de perto como o planejamento central pode transformar um dos países mais proeminentes de um continente numa imensa ilha de estagnação, onde até mesmo seus últimos e escassos números positivos, mantidos com toda a cautela, resistem à falta de dinamização.
Enquanto a atual corrente não for quebrada, o retrato de Cuba provavelmente será o de um país que forçadamente parou na década de 50, e que, cada dia mais, parece retroceder. A triste notícia para seu povo é que, infelizmente, as leis da economia continuarão valendo sob o socialismo e sem eletricidade, sem mecanização e sem investimentos, não haverá embargo ou desembargo que possa mudar sua desoladora situação.
Spotniks

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

ECONOMIA: Vídeo do Governador afirmando que não haveria mudanças no IPVA viraliza na internet

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(Foto e Vídeo: Reprodução / TV Sergipe)
Após a portaria da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) ter anunciado mudanças no pagamento do IPVA, um vídeo do governador de Sergipe, Jackson Barreto, afirmando que não haveria mudanças no pagamento do IPVA em 2017 está viralizando nas redes sociais.
A informação sobre as mudanças vazou durante as eleições. Em entrevista para a TV Sergipe, afiliada à Rede Globo, o governador desmentiu a informação de que os motoristas teriam que pagar o IPVA em cota única em janeiro.
“Isso é uma mentira muito grande que foi solta. A mentira tem perna curta. Esse projeto do IPVA se relaciona, exclusivamente, as locadoras que tem contrato com o Estado e seus carros são de placa de outro Estado, paga imposto em outro Estado e emplacamento em outro Estado”, garantiu.
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Apesar de ter negado, a portaria confirma que todos terão que pagar o IPVA em cota única no mês de janeiro para adquirir o desconto de 10%. Além disso, o contribuinte terá que pagar o IPVA até o dia 30 de junho, independente do final da placa do veículo. O IPVA poderá ser parcelado em três vezes, sem desconto, desde que a última seja recolhida no mês do licenciamento do veículo. A solicitação do parcelamento terá que ser realizada no Departamento Estadual de Trânsito (Detran/SE), de forma presencial ou através do site. Em nota, o Governo afirma que a mudança auxiliará no pagamento de salários, aposentadorias e pensões dos servidores públicos estaduais.

Por
Jornal de Sergipe
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quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Só falta assinar: Ceni resolve últimos detalhes do acordo com o São Paulo

Rogério Ceni São Paulo (Foto: Marcos Ribolli)Rogério Ceni está bem perto de ser o técnico tricolor (Foto: Marcos Ribolli)
A negociação entre São Paulo e Rogério Cenievoluiu na noite desta quarta-feira, e ambos estão muito próximos de selar o acordo para que o ex-goleiro se torne o novo técnico da equipe para 2017. O clichê, nesse caso, é real: só falta assinar. Isso pode acontecer nesta quinta. Detalhes contratuais que ainda eram impasses foram resolvidos.
O Tricolor acertou a saída de Ricardo Gomes no início da tarde de quarta, após definir que ele não seria o técnico no ano que vem, e que o planejamento da próxima temporada precisava começar o mais rapidamente possível. O nome de Rogério Ceni é consenso, não apenas no departamento de futebol, mas também em outras áreas, como o marketing.
Mesmo aqueles mais receosos estão convencidos de que o ídolo, goleiro do clube por 25 anos, pode ser o combustível para levar o São Paulo a melhores momentos. Em 2016, o time correu risco de rebaixamento no Campeonato Brasileiro.
Há cerca de três meses, o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva teve um encontro com Ceni, no qual ouviu suas ideias de futebol, programas de treinamentos, modelos de jogo. Leco ficou bem impressionado. O provável futuro técnico tricolor ainda está fazendo o curso da Federação Inglesa para a função, e visitou técnicos como o alemão Jürgen Klopp, do Liverpool, e o argentino Jorge Sampaoli, do Sevilla.
Por São Paulo

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

BAHIA: Prefeitura coloca auxilio no contracheque mas não credita

Um funcionário público de Camacan procurou o vereador Neilton Bahia, para fazer uma denúncia contra a atual gestão administrativa da cidade. 

Ele apresentou uma relação de sete funcionários, alegando que eles tinham sido lesados. Alegam que a prefeitura colocou em seus contracheques, o valor de R$ 880,00 de auxilio natalidade, mas esse valor não foi creditado nas contas dos referidos funcionários. 

No portal transparência consta o valor do auxilio natalidade, mas o dinheiro não foi depositado Os denunciantes são: Ana Paula Nascimento dos Santos, Cintia Vieira Santos, Jane Gleide Souza Mota, Jaqueline Santos Reis, Jaqueline Oliveira Santana, Nourival Silva Araujo Junior e Paulo Abel Almeida Moreira. "A denúncia será apurada, pois isso é grave", garante o vereador Neilton.

 (Blog Paulo José)

by Josevan Dias

15 gastos do governo que comprovam que o brasileiro é o povo mais otário do mundo

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A manchete é clara: Michel Temer pretende gastar R$ 30 mil em um jantar no Palácio da Alvorada para alguns poucos senadores com intuito de convencê-los de que é preciso fazer o governo gastar menos.
Talvez você considere isso uma incoerência das grandes, o que de fato é. Mas espere mais um pouco e, assim que a indignação baixar, releia a manchete. Não é difícil perceber um fato novo nisso tudo. Pela primeira vez em muito tempo, cada gasto público abusivo, por menos impactante que seja no orçamento, parece ser plenamente passível de críticas.
Seja você contra ou a favor da aprovação da PEC 241/55, é inegável que sua simples proposição tenha colaborado para colocar em pauta o orçamento do governo e a forma como ele se distribui.
Durante anos, a única limitação do orçamento público foi a própria vontade política por parte do governo, ou as pressões políticas e sociais por parte da sociedade e de grupos de interesse.
Nunca coube ao governo lidar com dilemas, comuns a famílias e empresas, de alocação de recursos escassos. Não foi necessário, por exemplo, ter de escolher entre privilegiar o judiciário ou a educação, a saúde ou os parlamentares. Bastou aumentar os gastos em todas essas áreas e, ao final de tudo, jogar a conta para a população. O resultado disso tudo é evidente: entre 1991 e 2015, o gasto do governo federal saltou de 10,1% para 19,5% do PIB.
Nesta onda de aumento de despesas, nosso judiciário tornou-se o mais caro do planeta, custando 1,3% do PIB, contra 0,2% de países como Chile ou Argentina. Atingimos a nada honrosa posição de segundo congresso mais caro do planeta, perdendo apenas para os Estados Unidos. Nossos parlamentares custam por ano R$ 2 milhões cada um.
Ao criar uma regra sobre como o gasto deve crescer, porém, o governo passa a agir como qualquer família brasileira, onde cada centavo a mais gasto em determinada área é um centavo a menos para gastar em outro lugar.
Quer um exemplo? Por ano, o governo gasta R$ 4 milhões para manter os jardins do Palácio da Alvorada, a residência oficial do Presidente da República. Na ponta do lápis, este gasto poderia manter durante um mês, 22.727 famílias beneficiárias do Bolsa Família.
Daqui em diante, lutar por mais recursos para áreas prioritárias deve ser essencialmente lutar contra abusos, privilégios e gastos injustificáveis. Assim, listamos abaixo 15 exemplos destes abusos e deixamos claro como a tarefa que vem pela frente não será nada fácil.

1. O salário de R$ 22 mil mensais pagos ao gestor de xerox da Câmara.

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A discussão entre o presidente do Senado e o Judiciário ganhou um novo capítulo há poucos dias, quando Renan Calheiros decidiu constituir uma comissão para investigar os supersalários da administração pública.
Renan, que é réu em 9 processos no STF, iniciou a adoção de uma série de medidas, após o Supremo Tribunal Federal ter autorizado uma ação da Polícia Federal para investigar membros da Polícia Legislativa. Além de investigar os supersalários, Renan prevê desengavetar uma alteração na lei de abuso de autoridade, além de combater salários acima do teto.
A resposta de autoridades do Judiciário porém, foi lembrar que a comissão precisa avaliar os casos de abusos em todos os poderes, e não apenas em um deles.
Para citar um exemplo, Roberto Veloso, o presidente da Associação Nacional de Juízes, relembrou o caso do operador de xerox da Câmara que receberia mensalmente R$ 22 mil, entre salários e indenizações.

2. R$ 1 bilhão em prejuízos causados pela má gestão de medicamentos no SUS.

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A falta de medicamentos em postos de saúde foi pauta em diversas campanhas Brasil afora. Para onde quer que se olhe, as reclamações parecem as mesmas: faltam medicamentos.
No entanto, uma investigação do Conselho Federal de Farmácia descobriu que R$ 1 em cada R$ 5 gastos pelo poder público na compra de medicamentos são jogados na lata do lixo, uma vez que os medicamentos vencem antes de ser utilizados, ou muitas vezes ficam retidos em estoques do próprio Ministério da Saúde.
Na soma dos valores despendidos pelo SUS com medicamentos, a estimativa seria de um prejuízo anual em torno de R$ 1 bilhão. O valor corresponde, por exemplo, a 1/4 do que o país investe em novos hospitais, aquisições de equipamentos e outros investimentos em saúde.

3. Os R$ 198 mil que o Ministério da Educação pretendia gastar com lanches para o ministro em voos oficiais.

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Os R$ 30,9 mil mensais recebidos como salário são suficientes para colocar o atual ministro da educação, Mendonça Filho, entre os 0,5% mais ricos do país. Isso não significa, porém, que o ministro possa arcar com certos custos cotidianos, como a própria alimentação.
Além do privilégio de utilizar aviões da Força Aérea para se locomover, o Ministério da Educação lançou um edital no começo da semana para garantir o conforto do ministro e de seus convidados a bordo das aeronaves. Segundo a revista Época, o contrato de licitação previa que o fornecedor deveria garantir serviço para até 10 pessoas.
Em muitos casos, o ministro ainda recebe as diárias do Ministério, destinadas a custear sua viagem. Desde junho, Mendonça Filho já recebeu R$ 10 mil em diárias.
Graças à repercussão do caso, o ministro ordenou que o edital fosse cancelado.

4. Os desembargadores de Minas Gerais que receberão R$ 1 bilhão em auxílio-moradia.

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O parcelamento de salários de servidores ainda é uma realidade para os mais de 200 mil funcionários públicos de Minas Gerais. Em alguns meses, os salários demoram até 20 dias para cair por completo na conta.
Contando com um orçamento próprio, graças à independência dos três poderes, judiciário e legislativo acabam por escapar das medidas mais drásticas. A exemplo do que ocorre no Rio Grande do Sul, onde apenas os funcionários do executivo (sendo 2 em cada 3 deles professores ou policiais) estão sujeitos ao parcelamento, em Minas a realidade é bastante semelhante.
Em meio a esta crise sem precedentes nas finanças estaduais, o Ministério Público decidiu pagar os valores devidos aos desembargadores em auxílio-moradia de 1994 até 2000, exatamente em 2016. Valor total da conta para ser mais preciso: R$ 946.483.179,57.

5. O juiz que recebeu R$ 600 mil em um único mês.

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A votação para reduzir em até 30% os salários do funcionalismo público carioca ainda deve passar pela assembléia legislativa, em um pacote de medidas que inclui ainda cortes de gastos como o fechamento de restaurantes populares, aumentos de impostos e cortes de investimentos.
Longe da realidade que aflige o executivo fluminense, que já necessitou de apoio federal da ordem de R$ 2,9 bilhões para manter as contas em dia, o judiciário segue sua rotina orçamentária própria. Segundo análise feita por O Globo, 894 – ou cerca de 90% – juízes e desembargadores do estado do Rio de Janeiro receberam acima do teto constitucional no início deste ano. Destes, 34 receberam mais de R$ 80 mil.
No início de 2010, o Rio ficou conhecido por um outro recorde ao remunerar um juiz em R$ 642.962,66 a título de salários e indenizações. Em valores atualizados, a quantia se aproxima de R$ 1 milhão, em um único mês.

6. Os R$ 40 milhões gastos em publicidade para explicar a necessidade de cortar gastos.

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Os cortes e aumentos de impostos realizados ao longo do ano de 2015 ainda podem ser sentidos enquanto nos aproximamos do final de 2016. Em nenhum outro ano, por exemplo, a educação perdeu tantos recursos. Foram pouco mais de R$ 10,5 bilhões. Outros R$ 4,2 bilhões foram cortados na saúde.
Programas como o Minha Casa Minha Vida, o PAC do Saneamento, o Pronatec e até mesmo o Bolsa Família sofreram cortes.
Para anunciar tudo isso, porém, o governo decidiu lançar uma campanha explicando seus motivos para realizar um ajuste. Custo? R$ 40 milhões.

7. O Tribunal de Justiça do Paraná que gasta R$ 2,8 milhões por ano com garçons.

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Não apenas de remunerações para juízes e desembargadores são feitos os gastos dos tribunais de justiça brasileiros. Manter a estrutura do judiciário como um todo custa por volta de 1,3% do PIB, ou R$ 68 bilhões. Quando incluído o Ministério Público, a quantia pode chegar aos 2,1%, ou pouco mais de R$ 100 bilhões.
Com um orçamento não limitado por qualquer regra, os tribunais de justiça se permitem algumas regalias. Apesar de bem mais modestos do que os salários concedidos aos garçons do Senado, que chegam a ganhar R$ 15 mil mensais, os 104 garçons contratados pelo TJ-PR somam uma folha de pagamento mensal de R$ 235.743,12 mensais. Ao longo de 3 anos, a expectativa é de que o custo chegue aos R$ 10 milhões.

8. A juíza ligada a traficantes e casos de corrupção que recebeu como punição uma aposentadoria compulsória de R$ 25.438,40.

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Punir políticos envolvidos em caso de corrupção é uma atitude rara no Brasil. Dentre os mais de 500 deputados julgados pelo STF desde 1996, apenas 16 foram condenados e o primeiro a ser preso só foi parar na cadeia em 2013.
No judiciário, porém, sob o pretexto de impedir que falsas acusações possam reduzir a autonomia da justiça e colocar em risco o próprio exercício da profissão, as punições costumam ser consideravelmente mais brandas. Com raras exceções, a pena cabível a juízes flagrados praticando atos de corrupção resume-se à aposentadoria compulsória, como foi o caso de uma juíza no Estado da Bahia.
Em 2001, a juíza teria votado favoravelmente para soltar um traficante preso em flagrante em uma operação da PF. Segundo apurou o ministério público, a relação entre os dois evoluiu ao longo dos anos.
Após a investigação da PF, o caso foi a julgamento, e arrastou-se por anos, até chegar-se à conclusão de que a postura da juíza de fato não condizia com o que se espera de um magistrado. Punição: aposentadoria compulsória com salário integral.

9. Os 81 assessores a que Collor tem direito como Senador.

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Um automóvel novo a cada dois anos, ternos, celulares, alimentação, moradia e gasolina à vontade. A lista de mimos aos quais os senadores têm direito, independentemente do seu salário, se estende até onde a imaginação dos próprios alcança.
Manter o Senado Federal, com seus 81 membros, custa anualmente R$ 2,7 bilhões, ou R$ 33 milhões para cada senador. O orçamento equivale ao gasto dos ministérios do Esporte e Cultura somados.
Dentre os gastos comuns, a remuneração de assessores encabeça a lista. Fernando Collor (PTB – AL), por exemplo, possui direito a 81 assessores. O senador Helio José (PMDB – DF) emprega 91. Na contramão, o senador Reguffe (Distrito Federal – sem partido), com 9 assessores.

Garantindo um plano de saúde integral a seus membros, o Senado Federal também chamou a atenção recentemente por gastar R$ 5 milhões com o Hospital Sírio-Libanês, um dos principais hospitais privados do país. O plano de saúde do Senado ainda é considerado o mais caro do país.

10. A bolsa alimentação de R$ 3.095,86 recebidos por cada um dos vereadores do Recife.

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Ser vereador em uma grande capital brasileira é o suficiente para colocar-lhe entre o 1% de maior renda no país. Em Recife, por exemplo, o salário bruto é de R$ 15 mil. O valor, no entanto, não inclui certos gastos considerados essenciais aos vereadores. Em junho deste ano, cada um dos 39 membros da câmara municipal recifense deu a si mesmo um vale refeição superior a R$ 3 mil, valor correspondente a mais do que o dobro do salário médio dos recifenses.

11. Os R$ 500 milhões que o governo Temer gastará para excluir o software livre dos computadores do governo.

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Deixar de utilizar softwares de livre acesso deve ser uma das estratégias do governo Temer para, segundo o próprio, reduzir o risco de que os dados do governo possam ser hackeados.
Na prática, adotar o pacote Office e outros programas da Microsoft em todos os computadores oficiais poderá ter um impacto de R$ 500 milhões em gastos com licenças e outros custos.

12. Os R$ 620 mil na compra de veículos de luxo para os ministros do Supremo.

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Garantir o bom funcionamento da Suprema Corte brasileira tem seu custo. Em 2010, por exemplo, o STF comprou cerca 33 apoios para os pés ao singelo custo de R$ 10,2 mil. Em outras compras polêmicas, foram R$ 45 mil em copos descartáveis e R$ 4,9 mil por cada uma das poltronas usadas na corte.
Para exercerem seus cargos, cada um dos ministros deve ter à sua disposição um veículo Hyundai Azera, ao custo de R$ 155 mil cada.

13. Os R$ 100 milhões gastos com pensões e benefícios a ex-governadores nos últimos 3 anos.

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A reforma da previdência ainda está parada no Congresso, mas a certeza de que o governo tentará impor uma mudança da idade mínima para 65 anos já preocupa as partes envolvidas. No entanto, nada disso afeta uma classe muito especial de cidadãos: os 104 ex-governadores e 53 viúvas que têm direito a receber salário integral – múltiplas vezes o teto do INSS – por terem passado 4 ou 8 anos no cargo, responsáveis por um gasto que alcançou R$ 100 milhões nos últimos 3 anos.
A exemplo da Presidência da República, que gasta R$ 3 milhões anuais com ex-presidentes, governos como o do Maranhão estendem aos seus ex-governadores direito à pensão, além de outros benefícios como um veículo oficial e assessores.

14. A primeira-dama de Goiás que se aposentou por trabalho voluntário.

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Os trabalhos desenvolvidos por primeiras-damas voltaram à pauta após a decisão do governo federal de nomear Marcela Temer para um cargo no programa Criança Feliz.
Em Goiás, a ex-primeira dama Valéria Perillo, esposa do tucano Marconi Perillo, aposentou-se recentemente pelo Tribunal de Contas do Estado. Para garantir o tempo necessário para a aposentadoria, porém, os anos à frente da OVG (Organizações Voluntárias de Goiás) acabaram contando, ainda que pelo trabalho Valéria não tenha recebido remuneração alguma e, portanto, não tenha contribuído para a previdência.

15. Os R$ 24 milhões gastos no cartão corporativo da presidência.

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Nem bem completou seus 6 primeiros meses à frente do governo, os primeiros números da administração Temer começam a sair e, com eles, a inevitável comparação com governos anteriores.
Conforme divulgou O Globo, em quatro meses de mandato, Temer havia gastado mais do que sua antecessora em um semestre.
Os gastos com cartão corporativo são velhos conhecidos dos brasileiros. Em 2008, Foi publicada uma série de denúncias sobre mau uso dos recursos, que em tese deveriam custear gastos essenciais aos ministros e à presidência, sem necessidade de licitação.
Spotniks

NA ESTRADA DA VIDA

Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém...
Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim...
E ter paciência para que a vida faça o resto...

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