Os que ainda estão na escola ou têm filhos que frequentam o ensino fundamental e médio sabem como pode ser difícil acordar cedo todos os dias na semana para estudar. No Brasil, a maioria das escolas inicia seus turnos às 7h ou 7h30, mas, nos Estados Unidos, começam normalmente às 8h. Ainda assim, com essa 1h ou 30m de diferença, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) do país norte-americano alerta que as aulas estão começando muito cedo para as crianças e adolescentes.
De acordo com o que dizem os especialistas, crianças e adolescentes em idade escolar devem dormir de 8h30 a 9h30 por dia, faixa de sono que a maioria das crianças não alcança. Portanto, a Academia Americana de Pediatria (AAP) afirma que as aulas não deveriam iniciar antes das 8h30. Ainda que as recomendações sejam para os Estados Unidos, a faixa de sono indica para essa idade é igual para toda a população mundial. Ou seja, os problemas em decorrência da privação de sono são os mesmos em qualquer parte do mundo.
“Ter bastante sono é importante para a saúde, segurança e desempenho acadêmico dos estudantes”, disse Anne Wheaton, epidemiologista na Divisão de Saúde da População no CDC, e coautora das novas recomendações. “No entanto, o horário de início das aulas faz com que os adolescentes não consigam ter o tempo mínimo de sono recomendado”.
Para chegar em resultados confiáveis, os pesquisadores analisaram cerca de 40000 dos equivalentes ao ensino público fundamental e médio. O horário médio de início das atividades era 8h03, e apenas uma a cada cinco escolas de ensino fundamental e uma a cada sete de ensino médio iniciava às 8h30.
De acordo com os médicos, a privação do sono em adolescentes pode ser ligada com problemas de saúde como obesidade, sintomas de depressão, falta de exercícios físicos e desempenho escolar abaixo do esperado.
Os especialistas enfatizam que o primeiro passo, e mais importante a ser tomado para evitar esse tipo de problema seria o retardo do início das aulas para 8h30. Mas além disso, outras atitudes podem ser tomadas pelos pais, como a adoção de horários específicos para dormir e acordar (atendendo ao tempo mínimo de sono para a idade do filho).
Mudanças no sistema de ensino americano, com o intuito de dar mais saúde aos estudantes, podem acarretar discussões em todo o globo, inclusive no Brasil.
