A poucos dias de trocar o governo de Pernambuco pelo palanque presidencial, Eduardo Campos aproveitou o final de semana para realizar um périplo por municípios do interior do seu Estado. Em Afogados de Ingazeira, a cerca de 385 km de Recife, ele falou a emissoras de rádio. Deu-se neste sábado (29). Campos espinafrou Dilma Rousseff. Elogiou Lula e FHC. E vacinou-se contra o boato de que poderia tramar contra o Bolsa Família se virasse presidente.
Indagado sobre as estocadas que vem desferindo em Dilma, Campos disse ter “respeito” por ela. Mas julga-se no “direito de discordar”. E não planeja maneirar: “Temos problemas. Por mais que a gente respeite ela, por mais que a gente goste de muita gente que está junto com ela, a gente não pode passar a mão na cabeça. A gente tem que tomar conta do Brasil, tomar conta das conquistas.”
Campos disse ter votado em Dilma para que ela melhorasse o país. Acha que ocorreu o contrário. “Ela teve toda liberdade, todo o apoio da imprensa, apoio da classe política, apoio do próprio presidente Lula. E a gente viu a economia desacelerar, a inflação de alimentos aumentar. Quem é assalariado sabe que, hoje, o dinheiro está dando para menos coisa do que dava ontem.”
Expressando-se na língua simples do sertanejo, Campos prosseguiu: “Os brasileiros se endividaram demais da conta. Hoje, o dinheiro mal dá para pagar a fieira de empréstimo, uma fieira de prestação, um bocado de coisa que tem que fechar as contas. E a gente viu: inflação pra cima, crescimento pra baixo, juros pra cima.”
Na visão de Campos, Dilma tornou-se uma espécie de Midas ao contrário. Mexeu “numa série de setores. E começou a dar problema”. Foi assim na Petrobras, no setor elétrico “e outros setores”. Como consequência, disse o ex-aliado do petismo, o Brasil desenvolveu um desejo novo, “o desejo de fazer a mudança”.
Campos lembrou que, em 2010, quando Dilma se elegeu, “de cada cem brasileiros 77 queriam continuidade”. Em 2014, houve uma virada. “Hoje, no Brasil, de cada cem brasileiros, entre 67 e 73 querem mudança.” Confiante, o ainda governador pernambucano disse que terá “uma vitória no plano estadual e no plano nacional”. O neo-adversário de Dilma diz que não disputa por disputar. Se cultivasse um projeto meramente “pessoal”, dispunha de três alternativas “mais tranquilas”.
Poderia concluir o mandato de governador, candidatar-se a senador ou aceitar o “convite” que lhe fizeram Lula e o PT para que aguardasse até 2018 para disputar o Planalto. Resolveu entrar na briga agora porque não obteve resposta para uma pergunta singela: eles diziam que “o Eduardo é bom para 18. O que eles não conseguiram responder é: por que é bom para 18 e não é bom para 14? A única coisa que eles não conseguiram responder é isso.”
Campos disse que vai às urnas agora por estar preocupado com o risco de retrocesso. “O Brasil vinha melhorando”, disse. Destoando do PT, atribuiu a cada César, o do PSDB e o do PT, aquilo que lhe é de direito. “Fiz oposição ao presidente Fernando Henrique. Mas eu não posso abusar da inteligência alheia e deixar de reconhecer que ter posto fim à inflação lá atrás, no Real, foi uma coisa boa para o Brasil.”
Prosseguiu: o controle da inflação “foi bom pro Brasil. Não é porque eu não fiz parte do governo do homem que eu tenho que dizer que foi tudo ruim. Não existe isso. Como nós vimos muitas pessoas do lado de Fernando Henrique que reconhecem que o presidente Lula fez muita coisa pelo Brasil.” Quanto a Dilma, Campos acha que ela não deu conta da tarefa de “botar o país dali para melhor.”
No dizer de Campos, todos sabem, inclusive Lula e o PT, “os riscos” que o Brasil corre hoje. Como assim? “Todo mundo sabe o que é que está sendo adiado para depois da eleição. Agora mesmo fizeram um movimento para adiar o aumento da energia elétrica para depois da eleição —quase 30%, nas barbas de todo mundo. Tiraram um empréstimo e rolaram o negócio pra depois da eleição.”
Ele insinuou que Dilma não se porta com decência. “Tem uma série de situações que precisam da nossa atitude. Atitude serena de oferecer ao povo um caminho novo, um jeito de fazer as coisas com decência, com respeito. Eu acho que isso é o que a sociedade defende.”
Sem mencionar o nome de Aécio Neves, Campos esboçou um enfrentamento que terá de fazer em algum momento. À sua maneira, o presidenciável do PSB apresentou-se como uma pessoa mais talhada para conduzir as mudanças do que o candidato tucano.
“A gente às vezes pode mudar pra pior ou pode mudar pra melhor. Você pode mudar pra uma casa melhor. Mas você pode mudar também pra uma casa pior. Nós queremos mudar pra melhor. Mudar pra melhor é preservar os acertos que aconteceram e poder olhar os erros com humildade. É claro que houve erros. Você viu o povo brasileiro indo às ruas, como foi no ano passado. E foi por quê? Porque o povo brasileiro começou a sentir que as coisas não melhoraram.”
Para governar Pernambuco, Campos coligou-se basicamente com legendas que, em Brasília, dão suporte congressual a Dilma. A despeito disso, ele sustenta que a primeira coisa que precisa mudar “é a política”. Referiu-se à formação do blocão partidário que impôs derrotas a Dilma no Congresso como um “cerco que deram na presidente.”
Caprichando no sertanês, a língua dos seus conterrâneos mais humildes, Campos descreveu a cena: “Quem domina tudo lá em Brasília é a política. [...] Você sabe, todo mundo sabe, quem olha Brasília de longe não se reconhece lá. É um outro mundo, as pessoas falam uma outra língua.”
Para chegar a Dilma, Campos engatou uma segunda: “Enquanto a gente tá vendo aqui o povo ralando pra pagar as contas, lutando com um bocado de coisa, a gente aqui saindo de uma seca que ainda está presente nas marcas da destruição da base da economia rural, a reforma agrária desacelerou no governo da presidenta Dilma.”
Campos engatou uma terceira marcha: “As obras estratégicas, como a Transnordestina, nós vimos: teve 8 mil funcionários. E foi a zero. Ou seja: nós temos problemas.” Esqueceu de realçar outra obra que é cara ao nordestino e também caminha a passos de tartaruga paraplégica: a transposição das águas do Rio São Francisco. Campos talvez tenha silenciado sobre esse empreendimento porque o fiasco traz as digitais de Fernando Bezerra, o apadrinhado que ele mantinha no Ministério da Integração Nacional até setembro do ano passado, quando desembarcou do governo Dilma.
Atento ao perfil dos ouvintes das emissoras de rádio que o entrevistavam, Campos aproveitou para vacinar-se contra um veneno que o PT costuma inocular nas candidaturas de todos os que ousam desafiar os seus interesses. “Ninguém nesse país —eu desafio quem tenha coragem— vai mexer no Bolsa Família. [...] O que nós temos que fazer é garantir que todo mundo receba o Bolsa Família, porque tem milhares e milhares de brasileiros precisando sem receber.”
De novo, Campos distribuiu os méritos entre os césares: “O Bolsa Família foi uma conquista importante da democracia brasileira. Foi uma evolução de um programa criado pelo presidente Fernando Henrique, que o Lula melhorou. No tempo do Fernando Henrique tinha o Bolsa Gás, o Bolsa Escola… Era para menos gente. O Lula, em vez de desmanchar, aproveitou o alicerce e fez a casa ainda maior.”
Campos abriu um parêntese para mencionar o “sonho de que as filhas do Bolsa Família de hoje tenham escola de qualidade para poder ir bem longe nos estudos, ter condições de botar seu próprio negócio, e não ser as mães do Bolsa Família de amanhã.” Fechou os parênteses.
E emendou: “Mas enquanto tiver uma mãe precisando do Bolsa Família pra adquirir os mantimentos dentro de casa, [...] o país tem que tirar dos ricos e botar no Bolsa Família. Esse é um dever do Brasil com os pobres”. Para enfatizar a imutabilidade do programa, Campos comparou-o a outro direito consagrado: “Quando Getúlio Vargas instituiu o salário mínimo, teve muita gente contra. Mas isso virou um direito. [...] E ninguém mais mexeu com o salário mínimo, é um direito do trabalhador.”
Campos deixará o governo pernambucano na próxima sexta-feira (4). Dali a dez dias, formalizará sua parceria com Marina Silva, recepcionando-a, finalmente, na segunda posição da chapa. Marina vai virar candidata a vice num ato político que acontecerá em Brasília, a cidade que “fala uma outra língua”.
- Serviço: pressionando aqui, você chega ao áudio do trecho mais relevante das declarações que Eduardo Campos fez em Afogados de Ingazeira.
Os remorsos históricos nunca são imediatos. As grandes expiações sempre chegam tarde.
Mas os responsáveis pelos excessos da ditadura militar brasileira exageram. Passado meio século, eles ainda não atingiram o estágio da crise de consciência. A fase da contrição talvez chegue um dia. Mas virá quando já não adiantar mais nada.
Há três dias, numa audiência pública no Senado, perguntaram ao ministro Celso Amorim (Defesa) se o governo não iria dizer alguma coisa sobre o caso do ex-deputado Rubens Paiva, moído na pancada e assassinado no Doi-Codi, no Rio. Ele deu uma resposta subdividida em três partes:
1. “O Estado brasileiro, ao pagar as indenizações já, de certa maneira, pediu desculpa por tudo que ocorreu.”
2. “Agora cabe, sim, esclarecer a verdade. Estamos plenamente de acordo e cooperando nisso em tudo o que podemos.”
3. “As Forças Armadas de hoje não têm nada a ver com aquilo”.
Amorim soou injusto, inverídico e inútil. Foi injusto porque, ao reduzir tudo a uma questão financeira, converteu vítimas em cifrões e sonegou aos criminosos até mesmo a saída mais cínica de gozar duas vezes —uma com o crime e outra com a expiação.
Foi inverídico porque, sempre que procuradas para esclarecer alguma coisa, as Forças Armadas reagem com o silêncio. É como se insinuassem que calam porque as “infâmias” dirigidas à corporação não merecem resposta.
De resto, Amorim soou inútil porque sua desconversa não tem nenhuma serventia para o pedaço mais moço das Forças Armadas. Enquanto não forem desfeitas mentiras como as que converteram Rubens Paiva de cadáver estatal em prisioneiro resgatado por “terroristas”, todo militar fica sujeito a ser chamado de culpado ou conivente.
Costuma-se dizer que a história pertence aos vitoriosos. Nem sempre. Embora tenha esmigalhado seu o inimigo doméstico, as Forças Armadas não podem fazer barulho em torno do que chamam de triunfo.
Certos militares da velha-guarda afirmam que a demolição do Muro de Berlim provou o despautério da ideologia que levou a esquerda brasileira às armas. Nessa versão, a ditadura salvou o Brasil da insanidade dos seus radicais.
O diabo é que o silêncio das Forças Armadas grita há 50 anos que os militares brasileiros prevaleceram numa guerra de porão —com muito sangue e pouco método. Empregaram práticas das quais não podem se vangloriar no alto do caixote, em praça pública.
Como qualquer repartição pública, as Forças Armadas são custeadas com o dinheiro dos impostos. Aceitar com naturalidade o silêncio perpétuo sobre a tortura e o sumiço de compatriotas equivaleria a tratar todo cidadão em dia com o fisco como cúmplice da barbárie.
O silêncio dos militares é o ruído rouco de um passado que não passa. É o barulho de uma história que tem início e meio, mas não tem fim. O silêncio impede que os desaparecidos desapareçam. Eles sobrevivem no inconformismo de viúvas, mães e parentes privados do direito de enterrar punhados de ossos sobre os quais possam derramar lágrimas e depositar flores no Dia de Finados.
Caprichoso, o destino providenciou para que o cinquentenário da ditadura caísse no governo da ex-torturada Dilma Rousseff. Em qualquer administração, o silêncio dos responsáveis pelos excessos da ditadura militar brasileira soaria mal. Sob Dilma, o mesmo velho silêncio torna-se gritante.
Nesta terça-feira, acontece na Catalunha mais um duelo brasileiro em um confronto da Liga dos Campeões. O sergipano naturalizado espanhol Diego Costa, pelo Atlético de Madrid, enfrenta Neymar, pelo Barcelona. Na disputa estatística, o camisa 19 atleticano tem clara vantagem na média de gols contra o camisa 11 barcelonista. Neymar, porém, deu mais passes para gols do que Diego. (Confira a reportagem completa clicando no vídeo)
No duelo particular entre dois atacantes que vivem fases opostas, Diego está melhor. Somando todos os jogos oficiais na temporada, ele tem 33 gols em 43 jogos, com uma média de 0,77 gols/jogo enquanto Neymar marcou 14 vezes, só que em 35 jogos, alcançando uma média de 0,40 por jogo. O ex-santista leva vantagem nas assistências com onze passes para gol contra somente quatro de Diego Costa.
Neymar e Diego Costa têm duelo marcado nesta terça-feira, pela Liga dos Campeões
De certa forma, isso demonstra a diferença nas funções que cada um desempenha. Diego é o finalizador do Atlético e já marcou 25 gols pelo Campeonato Espanhol, sendo vice-artilheiro da competição. Já na engrenagem do Barcelona, a peça principal é argentina, e veste a camisa 10. Neymar ainda busca espaço como protagonista. O camisa 11 marcou nove gols pelo Campeonato Espanhol, sendo dois na semana passada, na vitória sobre o Celta de Vigo.
O ex-craque holandês Johan Cruyff, que foi craque no campo e no banco do Barcelona, recentemente criticou o clube catalão por ter colocado peso demais sobre os ombros de Neymar. O brasileiro não é unanimidade entre os torcedores do clube, não é titular absoluto e tem revezado com Pedro e Alexis Sanchez.
Para o comentarista e ex-jogador Caio Ribeiro, a lesão no tornozelo foi um fator fundamental para a queda de produção de Neymar e a perda de espaço no time
- Neymar estava mostrando seu bom futebol, fazendo gols e conquistando o torcedor, vinha jogando muito bem ao lado do Messi. Aí ele teve a torção de tornozelo que o afastou e o retorno foi um pouquinho mais complicado. Durante esse período em que ele ficou ausente, o Barcelona encontrou uma forma de jogar sem o Neymar – explica o ex-atacante.
Se a menos de três meses da Copa do Mundo, a fase de Neymar não é das melhores, isso não preocupa o coordenador técnico da Seleção, Carlos Alberto Parreira.
- Não estamos preocupados. Neymar é um jogador no qual sempre apostamos. Ele não tem que se preocupar com isso, tem só que jogar futebol, e a resposta dele é dentro do campo, o importante para mim é isso – encerra Parreira.
Neymar e Diego Costa ainda têm decisões pela frente antes da Copa e esse duelo na Liga dos Campeões certamente será um bom teste para verquem pode ser mais decisivo lá na frente.
Após pular a grade fronteiriça de Melilla, cidade autônoma espanhola, no norte da África, um homem ficou pendurado em um poste de luz de 10 metros de altura por quatro horas e meia na última sexta-feira (29).
O imigrante foi vencido pela exaustão e desabou a um metro do chão quando já descia do poste. Ele lesionou a perna na queda e foi levado para um centro médico de emergência de Melilla.
O homem estava acompanhado por 800 subsaarianos, os quais foram todos devolvidos ao Marrocos. O município de Melilla é uma das portas de entrada da Europa para milhares de africanos, que tentam diariamente entrar no continente de forma ilegal.
Imigrante ficou pendurado em poste por mais de quatro horas (Foto: Reprodução/El País)
A frase do empresário de automóveis Henry Ford (1863-1947) de que “clientes podem escolher qualquer cor, desde que seja preto” ganha uma adaptação etílica em Salvador. O “preto” da vez são as cervejarias que para conquistar o mercado consumidor baiano têm optado por estratégias de monopolização de espaços públicos. É o caso do Mercado do Rio Vermelho (Ceasinha) que teve as chaves entregues, anteontem, aos permissionários (oficialmente, o local só funciona a partir do próximo mês).
Com a reforma, o espaço passa a ter 139 boxes comerciais e terá autorização para vender apenas um tipo de cerveja: Itaipava. Segundo o vice-presidente da Associação de Permissionários da Ceasinha, João dos Santos, a Itaipava assumiu um valor que seria cobrado aos comerciantes para utilização do mercado e por isso ganhou o direito de exclusividade nas vendas.
De acordo com ele, após a reforma, os permissionários teriam que pagar uma taxa de instalação de R$ 1.100 por m² de cada boxe, o que inviabilizaria a permanência de quase todos os permissionários. “No caso do meu boxe específico, que tem 22 m², o valor ultrapassaria R$ 24 mil. Eu, com certeza, não teria condições de pagar com esse valor”, disse João, que tem uma peixaria no local. “A Itaipava assumiu esse custo para todos os beneficiários”, completou. Segundo cálculos da associação, 19 espaços, entre bares e lanchonetes, comercializam cervejas na Ceasinha. Após o acordo com a cervejaria e governo do estado, responsável pelo local, os feirantes pagarão apenas pelo aluguel a R$ 30 por m² e condomínio a R$ 80 por m².
Fidelidade Decano no mercado, Edson Alípio de Lima, conhecido como Edinho, ou “Sócio”, acredita que a mudança de marca não afastará os fregueses. “Tudo é a maneira como você vai servir a bebida. O segredo é que ela esteja bem gelada”, confidenciou ele, que já está no local há 39 anos. “As pessoas tendem a se acostumar com o novo e, além do mais, foi benefício para gente porque ficamos livre da taxa”, justificou. Edinho vendia todas as marcas de cerveja no local. “Já comecei a explicar aos clientes essa mudança. Alguns não gostam, mas explico o contexto para que eles entendam”, completou.
Outros espaços tradicionais da Ceasinha podem ter uma perda maior. Caso do Boxe do Alemão, que vendia apenas Heineken para acompanhar o tradicional sanduíche de salsichão com chucrute, típico da culinária germânica e referência no local. Já o Le Petit, que disponibilizava aos clientes diversas marcas de cervejas importadas terá que se adaptar ao novo modelo de comercialização.
Frequentador diário da Ceasinha, o empresário Elmo Sampaio se mostrou surpreso com a nova determinação. “Faz parte da minha rotina: venho aqui, peço almoço para levar para casa e enquanto espero, tomo uma Heineken. Agora vou ter que trazer no bolso”, disse. “Quem gosta de uma cerveja diferenciada se sente cerceado porque essa é minha primeira opção de bebida. Em casa, eu tenho um barril de cinco litros de chope Heineken”, revelou. “É como comparar um vinho italiano com um Sangue de Boi”, exemplificou.
Expansão De acordo com a Itaipava, ações como essa têm o intuito de expandir a marca em todo país. “Na Bahia, especificamente, estado nordestino com maior consumo de cerveja, depois da inauguração da fábrica em novembro de 2013, na cidade de Alagoinhas, o objetivo é crescer ainda mais ”, explicou o diretor de mercado do Grupo Petrópolis, que comercializa a Itaipava, Douglas Costa. Atualmente, segundo a empresa, a Itaipava tem participação de 6,73% no mercado de Salvador. O número era de 0,71% antes da inauguração da unidade produtora na Bahia.
Depois de reinaugurada, a Fonte Nova ganhou uma alcunha: Itaipava Arena Fonte Nova. O motivo: venda exclusiva dos produtos da marca no estádio – exceto durante o período da Copa do Mundo, em que será comercializada Budweiser, cerveja oficial do evento. Para vender a cerveja e ainda ostentar a marca no nome do estádio, a empresa vai ter que tirar do bolso R$ 100 milhões nos próximos dez anos, o que equivale a R$ 10 milhões ao ano, referente a naming rights, que permite acrescentar Itaipava ao nome da Arena.
Em 2010, a reforma do Mercado do Peixe, no Rio Vermelho, também foi resultado de uma parceria público-privada (PPP) com a cervejaria Nova Schin, da Brasil Kirin, que detém o monopólio do comércio de cerveja no local. O contrato foi firmado durante dez anos. Comerciante no local, Meire Souza, do Boteco Salvador, afirma que considera justa a “imposição da marca”. “Eles fazem a reforma, dão mesas, cadeiras e freezer então não seria correto utilizar outra marca”, apontou ela, fiel consumidora da cerveja. “Eu gosto de Schin. É uma cerveja muito boa. O problema é que tem muita gente que bebe pelo rótulo, mas se você colocar no copo nem vai saber qual é a diferença”, brincou. A mesma teoria é defendida pela garçonete Márcia Araújo. “Eu acabei me adaptando à Nova Schin de tanto a gente encontrar, e agora só tomo ela. Não faço questão de nenhuma outra”, assumiu.
No Carnaval desse ano, duas cervejarias assumiram asprincipais cotas de patrocínio da festa. A Itaipava e Nova Schin desembolsaram R$ 10 milhões cada para a folia. Em compensação ganharam exclusividade na venda dos seus produtos nos circuitos.
Na Barra (Dodô), apenas Itaipava podia ser consumida e, na Avenida (Osmar) e Carnaval nos bairros, somente Nova Schin. Para 2015, segundo o diretor regional do Brasil Kirin para Bahia, Aurélio Leiro, a intenção é que a Schin também patrocine a festa. “Acreditamos em uma parceria de longo prazo”, disse. No caso da Itaipava, a empresa disse que a renovação do patrocínio ainda está sendo estudada. Preterida do Carnaval destse ano, a gerente de Marketing da Ambev, Gabriela Esper, afirmou que “já existe uma relação de mais de 40 anos com o Carnaval da Bahia e tudo que foi feito em Salvador foi decorrente desse período de aproximação com o povo baiano”, afirmou.
Consumidores criam estratégias para beber sua marca favorita Se no âmbito mercadológico, as parcerias com as empresas de cerveja são importantes, a equação para quem bebe a loirinha, não é tão vantajosa assim. Caso do pintor Carlos Alberto Pereira. Este ano, ele conta que chegou a voltar mais cedo para casa no Carnaval por conta da dificuldade de encontrar sua cerveja favorita no circuito Osmar. “Eu bebo apenas Skol e tinha que sair o tempo inteiro do circuito pra comprar minha cerveja”, lembra. “Como estratégia usava um saco grande com gelo, enchia de latinha e levava para o circuito”, conta. “Acho que tiveram umas mudanças boas no Carnaval, mas nesse aspecto não foi legal”, pontua.
Amigos há 12 anos, Fernanda Félix e Arthur Daltro, cada um com sua preferência de cerveja, criaram uma metodologia própria para convivência etílica. Bebedora oficial de Antártica, a produtora cultural justifica sua preferência. “Ela é mais amarga que uma Skol ou Itaipava, e tem um gosto tipicamente brasileiro, que não é muito forte”, detalha. No caso do advogado, sua favorita é a Brahma. “Acho que é a cerveja mais saborosa entre as ditas comerciais. Tem mais teor alcoólico, é encorpada e amarga na medida certa”, teoriza.
A monogamia dos amigos à marca favorita chega a extremos. “Em festas particulares, por diversas vezes, já cumprimentei o anfitrião, fiquei um tempo e fui embora sem beber”, conta Arthur. “Rola com muita frequência estar em um local que não venda Antártica, então, quando não tem jeito peço um gim com tônica ou Marguerita”, conta Fernanda. No Carnaval desse ano, Fernanda conseguiu driblar a imposição porque mora perto do circuito Dodô. “Faço meu estoque de Antártica e todos os meus amigos que frequentam minha casa sabem dessa regra”, conta. Para Arthur, o fato da sua cerveja favorita ter sido preterida da festa foi um “duro golpe”. “Foi como separar duas paixões: a festa predileta da cerveja predileta”, explica.
Fernanda e Arthur: amigos há 12 anos até o momento de tomar a cerveja. Cada um tem uma marca favorita da gelada
Baianos são os que mais combinam cerveja com pratos brasileiros O Ibope Inteligência (unidade de negócios do Grupo Ibobe) divulgou este mês uma pesquisa mostrando que 69% dos baianos apontam a cerveja como a bebida que melhor harmoniza com as receitas tipicamente brasileiras. No âmbito nacional, o percentual de pessoas que preferem a bebida é de 45%, à frente dos refrigerantes (28%), de vinho (5%) e suco de fruta (5%).
Depois da Bahia, os estados que apontam a cerveja como melhor acompanhamento de pratos típicos são o Rio de Janeiro (com 48%), Minas Gerais (46%) e São Paulo (46%).
O estudo foi encomendado pela Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil), formada pelas fabricantes Ambev, Brasil Kirin, Grupo Petrópolis e Heineken, responsáveis por cerca de 96% de toda a produção de cerveja no mercado nacional.
Foram ouvidos 1.958 homens e mulheres de 18 anos ou mais, das classes A, B, C, D e E de todas as capitais do país, entre 7 e 11 de novembro do ano passado. A margem de erro do estudo é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, para a leitura do resultado nacional.
classes sociais Entre as classes sociais, o destaque vai para as de maior poder financeiro, as A e B, nas quais 49% dos entrevistados apontam a cerveja como ideal para acompanhar os pratos de nossa culinária. A classe C vem logo em seguida, com 44%. Entre os integrantes das classes D e E, 41% mencionam a bebida.
Homens registram número ligeiramente superior ao das mulheres nesse tipo de indicação. Entre os entrevistados do sexo masculino, 49% destacam a cerveja como a melhor bebida para acompanhar as comidas típicas do país, ao passo que as entrevistadas respondem por 42% das menções à cerveja.
Goleiro Bruno permanece preso em Minas GeraisFoto: Renata Caldeira/TJ-MG / Divulgação O goleiro Bruno concedeu uma entrevista à revista Placar, que será publicada na próxima terça-feira, mas algumas frases já foram divulgadas. O jogador, que está de contrato assinado com o Montes Claros e aguarda uma complicada liberação da Justiça, admitiu que tentou se suicidar na cadeia, aonde está condenado pelo assassinato da modelo Eliza Samudio, e pediu para voltar a jogar futebol.
“Tentei o suicídio. Amarrei o lençol na ventana, que é alta, coloquei no pescoço e saltei. Mas a corda arrebentou e eu caí no chão. Olhei para o lado e tinha uma bíblia, que um policial tinha me dado ainda no Rio de Janeiro. Foi Deus que não permitiu que eu me matasse”, disse Bruno, que ainda falou sobre a vida na cadeia de Contagem (MG).
“Muita gente acha que, por ter sido jogador de futebol, eu tenho regalias aqui. E não é. Pago um preço alto pela fama. Já costurei bola aqui dentro. Tem muito jogador que gosta de colocar a culpa na bola. Mas agora eu conheço cada ponto da bola. Sei quando o cara está dando migué. A bola aqui do presídio não é ruim, não”, falou o ex-goleiro do Flamengo.
Bruno falou ainda sobre dinheiro. Admitiu que ainda tem uma quantia guardada, mas que não conseguiria viver como antes. “Não estou acabado. Mas sobrou muito pouco do meu dinheiro, longe de poder levar uma vida confortável quando sair daqui”, concluiu.
Piloto posta no Facebook mensagens contra nordestinos
O copiloto Eduardo Pfiffer foi demitido da empresa de aviação Avianca após a repercussão causada pelas postagens no perfil pessoal dele do Facebook, que desde a quarta-feira (26) vem causando polêmica nas redes sociais. Nas postagens, Eduardo fez declarações ofensivas contra os nordestinos, chamando-os de porcos.
A informação de que o copiloto não faz mais parte do quadro de funcionários da Avianca foi confirmada pela empresa na tarde desta sexta-feira (28).
Eduardo Pfiffer provocou polêmica nas redes sociais ao chamar os nordestinos de povo nojento, relaxado, entre outros adjetivos ofensivos. Ele teria feito as postagens após não ter ficado satisfeito com o atendimento de um restaurante da capital paraibana.
O copiloto teve as mensagens copiadas e repercutidas por milhares de internautas que demonstravam revolta e indignação. Ao perceber a polêmica que poderia ter criado, o piloto deletou o perfil algumas horas após ter postado o texto.
Na noite dessa quinta-feira (27), Eduardo Pfiffer enviou mensagem por email à redação do Portal Correio em que pedia desculpas pelas declarações.
“Ontem (26) fiz um comentário infeliz, num momento de raiva e insatisfação de atendimento do restaurante onde estava”, afirma. Eduardo diz, ainda, na nota que não tem preconceito contra qualquer pessoa da região e acrescenta que teria exagerado nas palavras.
A Aviancam na tarde dessa quinta-feira (27)m enviou nota sobre o caso à redação do Portal Correio afirmando que repudia veementemente a atitude de Eduardo Pfiffer. “Qualquer ato contrário à ética é desprezado pela Avianca, que reforça seu respeito e admiração por todos os povos, independentemente de sua origem”, diz a nota.
TCE-PR recomenda que governo não repasse créditos para conclusão da obra da Arena da Baixada (Foto: CAP. S.A./Divulgação)
O Tribunal de Contas do Paraná (TCE-PR) determinou que a Agência Fomento Paraná S.A. não libere créditos para a conclusão da Arena da Baixada, estádio do Atlético-PR que vai receber quatro jogos da Copa do Mundo. No relatório, divulgado pelo TCE-PR nesta sexta-feira (28), a determinação é que o órgão do governo "se abstenha de realizar Termos Aditivos para a liberação de créditos (...) até que a mesma tenha uma análise efetiva quanto ao valor solicitado neste novo orçamento apresentado pela CAP S.A.". Ainda segundo o documento, o valor informado pela presidência do Atlético-PR, de R$ 330,689 milhões, não tem demonstração técnica adequada.
O secretário estadual da Copa, Mário Celso Cunha, disse que nem a secretaria e nem a Fomento Paraná tinham sido informados do relatório do TCE-PR até o fim da manhã desta sexta-feira. Mário Celso ainda disse que a determinação não significa que as obras não serão concluídas. “O TCE pode orientar, sugerir, mas não tem poder para proibir. O Atlético-PR deu garantias, então não é o TCE que vai dizer se o dinheiro vai ou não ser liberado”, complementou o secretário.
Inadimplência
O relatório foi elaborado pela Comissão de Fiscalização da Copa de 2014, criada para acompanhar as obras da Copa do Mundo em Curitiba, e traz duas recomendações e cinco determinações à Fomento Paraná. O documento ressalta a falta de informações repassadas pela CAP. S.A., empresa criada pelo Clube Atlético Paranaensepara gerenciar as obras da Arena da Baixada, ao Tribunal. Segundo o relatório, faltam informações sobre projetos e o orçamento detalhado. Este mesmo problema vem sendo apontado desde o primeiro relatório divulgado pelo TCE sobre as obras no estádio, em julho de 2013.
O relatório também contesta o fato da Fomento Paraná ter liberado R$ 39, 2 milhões de créditos à CAP.S.A., mesmo sabendo que a empresa tem uma dívida tributária que corresponde a R$ 1,955 milhão de valores não recolhidos de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica, Contribuição Social sobre o Lucro Líquido e Imposto sobre Serviços.
Uma das recomendações do relatório é que os créditos só sejam liberados caso a CAP. S.A. regularize o recolhimento de impostos federais e municipais.
Fragilidade O TCE também aponta uma fragilidade dos créditos adotados pela Fomento Paraná para repassar os recursos à empresa que gerencia as obras do estádio. De acordo com o relatório, o órgão do governo não fez a classificação de riscos das operações previstas no termos aditivos aos contratos de financiamento. Segundo o TCE, o procedimento fere normas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional e representa alto risco operacional, podendo resultar em inadimplência de pagamento.
O documento também identifica uma inconsistência das garantias apresentadas pelo clube. Segundo o TCE, está irregular a adoção dos direitos de transmissão dos jogos do Clube Atlético de R$ 65,332 milhões.
O relatório do TCE recomenda que no convênio assinado entre o Governo do Estado, a Prefeitura Municipal de Curitiba e a CAP. S.A. seja incluída uma cláusula prevendo sanção, caso a empresa não efetue o ressarcimento do valor das desapropriações executadas pela Prefeitura. O prazo final para o pagamento é até 31 de dezembro deste ano.
Por meio de nota, a Fomento Paraná alegou que age conforme a legislação brasileira. "A Fomento Paraná age de acordo com a legislação e com a melhor técnica da boa prática bancária. Os esclarecimentos em relação aos apontamentos do Tribunal de Contas serão apresentados a todos os organismos de controle, inclusive ao TCE".
O Departamento de Homicídios (DHPP) informou que o rapaz, não identificado, aparentava ter entre 18 e 25 anos.
Ele foi vítima de disparos de arma de fogo em diversas partes do corpo.
Agentes da 50ª Companhia da Polícia Militar (CIPM) de Sete de Abril foram acionados após a denúncia de pessoas que ouviram os tiros, mas ninguém foi preso.
Funcionários do Barradão também chegaram a escutar o tiroteio e o treino com os jogadores, iniciado às 16h, foi interrompido quando os peritos retiraram o corpo.
Os jogadores observaram a remoção. A assessoria do Esporte Clube Vitória informou que facilitou a passagem da polícia, já que para ter acesso à mata de outra maneira seria preciso se embrenhar por um bambuzal ao lado do estádio. Após a retirada do corpo, os jogadores interromperam o treinamento. Ainda não há informações sobre a autoria e motivação do crime.
Retirada de corpo interrompe treino do Vitória no Barradão (Foto: Robson Mendes)
O ex-jogador Edílson foi liberado da prisão na noite desta sexta-feira (28) após conseguir arrecadar o valor da pensão alimentícia que devia à sua ex-mulher. Ele estava preso há dois dias na sede da Polícia Interestadual (Polinter), nos Barris.
Ex-jogador foi solto na noite desta sexta-feira (Foto: Evandro Veiga)
De acordo com o seu advogado, Thiago Philit, o valor de R$ 102 mil foi arrecadado graças a doações de amigos, parentes, um fã-clube, além de apoio financeiro de instituições de caridade administradas pelo próprio ex-jogador.
Através de um requerimento, a defesa de Edíson conseguiu fazer com que ele não precisasse pagar os honorários advocatícios da causa, que correspondem às despesas da parte contrária. Com isso, o valor a ser pago caiu R$ 20 mil, de R$ 122 mil para R$ 102 mil.
Manoel Azevedo Rocha, que é prefeito da cidade de Coribe, no extremo-oeste do estado, foi condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE/BA) por propaganda eleitoral antecipada. O político terá que pagar R$ 10 mil de multa, como foi requerido pala Procuradoria Regional Eleitoral na Bahia (PRE/BA). De acordo com informações divulgadas pela PRE, nesta quarta-feira (26), o gestor foi condenado por ter colocado outdoors nos municípios de Correntina e Santa Maria da Vitória, na mesma região. Os outdoors traziam a frase “Aposte no futuro. Feliz Natal e Feliz 2014. Manoel Rocha. Prefeito de Coribe e presidente da AMORVALE”, acompanhada da fotografia do pretenso candidato. Em fevereiro deste ano, a Justiça Eleitoral já havia deferido liminar determinando a retirada imediata dos outdoors. A decisão final sobre a multa foi publicada em 18 de março.
Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém... Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim... E ter paciência para que a vida faça o resto...