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sábado, 26 de julho de 2014

ÉPOCA: Gravações indicam propina a 'xerife do Rio'

HUDSON CORRÊA E LEONARDO SOUZA

CAIXA DOIS O secretário Rodrigo Bethlem. Ele disse à mulher que embolsava R$ 85 mil por mês fora do salário (Foto: Mauro Pimentel/Futura Press)

Numa conversa tensa em novembro de 2011, o deputado federal Rodrigo Bethlem, do PMDB do Rio de Janeiro, acertava com a empresária Vanessa Felippe detalhes do divórcio dos dois, como o valor que ele pagaria de pensão. Bethlem pedira licença da Câmara dos Deputados naquele ano para servir à prefeitura, como secretário municipal de Assistência Social. A discussão se estendeu por duas horas e meia na casa de Vanessa, num luxuoso condomínio da Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade. Seria apenas uma briga de casal, sem interesse público, não fossem as revelações comprometedoras que Bethlem fez a Vanessa. Bethlem contou que embolsava aproximadamente R$ 85 mil por mês, além de seu salário como secretário. Na conversa, ele sugere que se tratava de propina oriunda de contratos da Secretaria, incluindo um convênio para cadastrar beneficiários do Programa Bolsa Família. Bethlem também afirmou ter uma conta bancária na Suíça e praticamente admitiu caixa dois em suas campanhas eleitorais. Vanessa gravou toda a conversa, mas a manteve em segredo por mais de dois anos. ÉPOCA revela agora o áudio, inédito (ouça abaixo).
Bethlem começou a pagar a pensão em 2012. Em vez de cheques ou depósito na conta bancária, Vanessa conta que recebia em casa pacotes com dinheiro vivo. Cada remessa continha R$ 20 mil em notas de R$ 100. Vanessa reclamava que a quantia era insuficiente para bancar as despesas domésticas. Ela decidiu instalar câmeras escondidas na casa e filmou pelo menos três entregas de dinheiro. Os pacotes eram trazidos por um assessor do gabinete de Bethlem na Câmara dos Deputados em Brasília. ÉPOCA também obteve com exclusividade cópias das filmagens (assista a uma delas ao lado. A gravação recebida por ÉPOCA não tem cortes. Na edição aqui publicada, apenas foi retirado o trecho em que Vanessa conversa com outra pessoa sem relação com o recebimento do dinheiro e se desloca em direção à câmera para pegá-la e virá-la para o jornal que, diz ela, é daquele dia). 
A pedido de ÉPOCA, o perito Ricardo Molina analisou os vídeos e também a gravação da conversa de 2011. “Não foi encontrado, ao longo de nenhuma das três gravações periciadas, qualquer indício de manipulação fraudulenta”, diz o laudo de Molina. “Todas (as mídias) estão íntegras e sem descontinuidades, podendo ser consideradas autênticas para todos os fins técnico-periciais.” (O vídeo abaixo foi gravado, segundo Vanessa, em  5 de novembro de 2012, mostra o recebimento de R$ 20 mil. Ela afirma que o dinheiro era enviado por seu ex-marido por meio de José Carlos de Oliveira Franco, secretário parlamentar nomeado para o gabinete de Bethlem. A gravação recebida por ÉPOCA não tem cortes. Na edição, apenas foi retirado trecho em que Vanessa se desloca em direção à câmera para pegá-la e virá-la para o jornal, que diz ela, é daquele dia. Ela conta as notas de R$ 100.)
Bethlem, de 43 anos de idade, trilhou o caminho da política bastante jovem. Filho da atriz Maria Zilda, foi nomeado aos 22 anos subprefeito da Lagoa, bairro da Zona Sul carioca, pelo então prefeito César Maia, hoje no DEM. Alguns anos depois, assumiu a subprefeitura de Jacarepaguá, na Zona Oeste, região mais populosa da cidade. Conseguiu se eleger vereador em 2000. O sucesso político veio pelas mãos do prefeito Paes. No primeiro ano de mandato, em 2009, Paes nomeou Bethlem secretário de Ordem Pública. Sua missão era aplicar “um choque de ordem” na cidade e organizar desde estacionamentos de carros até mesas de bares que invadiam calçadas. A vitrine do trabalho foi a fiscalização nas praias, tomadas por um exército de ambulantes. As ações na orla de Ipanema, Leblon e Copacabana, bairros da Zona Sul frequentados por turistas, tiveram destaque no jornal The New York Times em fevereiro de 2010. Bethlem conquistara o apelido de “Xerife do Rio”.  
GRAMPO Vanessa Felippe, ex-mulher de Bethlem. Ela gravou as conversas sem ele saber (Foto: reprodução)
Por quase 20 anos, ele foi casado com Vanessa, e com ela teve dois filhos. Somente em 2008 que eles oficializaram a união em cartório. Filha do vereador Jorge Felippe (PMDB), atual presidente da Câmara Municipal do Rio, Vanessa, de 41 anos, também seguiu o caminho da política na juventude. Bonita, loura de olhos verdes, ela foi eleita a deputada federal mais jovem do Brasil aos 22 anos, em 1994, pelo PSDB. Conquistara o eleitorado do bairro de Bangu, na Zona Oeste do Rio, base eleitoral do pai. Jorge se tornou braço direito do prefeito Paes no Legislativo. Vanessa afirma ter ajudado o marido a conquistar “a marca de Xerife do Rio”. Por causa da colaboração, reivindicou metade de tudo o que ele ganhava, quando discutiu o divórcio, em novembro de 2011.
Na conversa gravada, Bethlem diminui o tom da voz ao falar sobre seus rendimentos. “Por que você está falando baixo? Não tem ninguém aqui”, diz Vanessa. Ele responde que estava “paranoico”. Diz que algum “inimigo” poderia ter grampeado seu telefone e que o aparelho, mesmo desligado, tem como gravar o diálogo. Não poderia imaginar que o perigo era o gravador que Vanessa acionara às escondidas. Bethlem diz que ganhava cerca de R$ 100 mil por mês. Afirma que sua “principal fonte de renda” era dinheiro proveniente de um dos contratos da Secretaria Municipal de Assistência Social. Tratava-se de um convênio para cadastrar famílias de baixa renda e criar um banco de dados com nomes e endereço de pessoas com direito a inclusão em programas sociais, como o Bolsa Família. Bethlem não conta a Vanessa que empresa fora contratada para o serviço, mas diz que o convênio tem prazo de sete meses.
ÉPOCA fez uma pesquisa em contratos da Secretaria na gestão Bethlem. Com dispensa de licitação e pelo período de sete meses, o secretário Bethlem contratou, em agosto de 2011, a ONG Casa Espírita Tesloo, para cadastrar famílias de baixa renda, pelo valor de R$ 9,68 milhões. Comandada pelo major reformado da Polícia Militar Sérgio Pereira de Magalhães, a Tesloo é alvo de diversas investigações sobre desvio de dinheiro em convênios com a prefeitura, incluindo o assinado por Bethlem,  hoje em análise no Tribunal de Contas do município.
Vanessa quis saber quanto o convênio rendia a Bethlem. “Em torno de R$ 65 mil, R$ 70 mil. Depende do que ele (o contratado) receber. Se prestar contas e não tiver executado todo o serviço, tem uma glosa”, diz Bethlem. Legalmente, órgãos públicos só podem pagar prestadores após a comprovação da execução do trabalho. Bethlem diz a Vanessa que ainda não embolsara o dinheiro naquele mês. “O cara não prestou contas direito. O cara é um idiota, um imbecil. Não pude pagar o cara este mês, não recebi”, afirma. Ao que tudo indica, havia uma espécie de triangulação. Bethlem mandava a Secretaria pagar a Tesloo, e, em troca, ela desviava um quinhão para seu bolso. A quantia de R$ 70 mil que Bethlem afirmou receber corresponde a 5% da parcela de R$ 1,4 milhão que a Secretaria pagava mensalmente.
Bethlem diz a Vanessa que, além do contrato, há a verba do lanche. “Que lanche?”, quer saber Vanessa. Bethlem explica que “o cara que vende lanche para todas as ONGs” era seu amigo e que ele recebia “em torno de R$ 15 mil” por mês. A Secretaria de Assistência Social tem inúmeros contratos com ONGs para prestação de serviços. Na conversa, Bethlem não dá detalhes que possam identificar como ele ganhava dinheiro com o fornecimento de alimentação às ONGs contratadas da prefeitura.
Vanessa somou as verbas do lanche e do convênio ao salário oficial de Bethlem na Secretaria, de R$ 18 mil líquidos (por ser deputado federal, ele tinha direito a manter o salário pago pela Câmara). Chegou a um ganho mensal de R$ 103 mil e queria a metade, ou R$ 51.500. No começo de 2012, o acordo de partilha parece ter sido cumprido, mas logo Bethlem reduziu o pagamento. Vanessa diz que começou a receber em casa R$ 20 mil em espécie. Sua reação foi filmar a entrega do dinheiro, feita por um emissário de Bethlem. O homem de bigode, óculos e com ar impaciente que aparece nos vídeos é José Carlos de Oliveira Franco, secretário parlamentar nomeado para o gabinete de Bethlem na Câmara. As imagens mostram Vanessa, com maços de notas de R$ 100 na mão, reclamando, diante de José Carlos, que o valor é insuficiente para pagar as contas domésticas, como tarifas de gás, água e salário de empregados.
Além de relatar ganhos suspeitos na Secretaria de Assistência Social, Bethlem ainda faz mais revelações comprometedoras na conversa de novembro de 2011. Ele relembra discussões anteriores do casal sobre a partilha de bens. Diz que, certa vez, Vanessa ameaçara revelar à polícia a existência de uma conta bancária que ele mantinha na Suíça. Vanessa nega ter feito a ameaça. Bethlem rebate: “Você por acaso não disse que, se eu não desse a metade (dos bens) para você, muita gente gostaria de saber que eu tinha conta na Suíça?”. Vanessa insiste que não fizera a acusação porque não tinha provas. Bethlem emenda: “Você está careca de saber que fui à Suíça para abrir uma conta lá... Não seja hipócrita”. Bethlem ainda diz a Vanessa que, por causa da ameaça, quase sofreu um infarto.
Manter dinheiro no exterior não configura crime nem é motivo para taquicardias, desde que o recurso seja declarado à Receita Federal. Bethlem não fez nenhuma referência a uma conta na Suíça nas declarações de bens que apresentou à Justiça Eleitoral em 2006, 2010 e agora em 2014, quando disputa a reeleição para deputado federal.
Procurado por ÉPOCA, Bethlem diz não se lembrar de detalhes da conversa com Vanessa e nega ter recebido propina na Secretaria de Assistência Social. Afirma que não mantém conta na Suíça e que não recebeu contribuição para sua campanha eleitoral. Bethlem diz que determinou a suspensão do contrato para cadastramento das famílias de baixa renda quando constatou que os serviços não eram devidamente prestados. Segundo ele, a ONG recebeu apenas R$ 4,5 milhões. “Se eu tivesse levado alguma vantagem, não teria rescindido o contrato”, afirma. Bethlem diz não “ter a menor ideia” sobre a que se referia quando, no trecho da conversa com Vanessa, falou sobre ter embolsado dinheiro com a venda de lanches para ONGs. Ele confirma as remessas de dinheiro vivo à casa de Vanessa, mas diz que foi a pedido dela. Segundo Bethlem, Vanessa estava com problemas de crédito e temia que o banco confiscasse a quantia se o valor fosse depositado. “Tenho dinheiro vivo por causa da minha academia de ginástica. Muitos clientes pagam em dinheiro”, diz. O assessor José Carlos afirma não se lembrar das entregas na casa de Vanessa.
Após ÉPOCA falar com Bethlem sobre a gravação, o advogado Jorge Vacite apresentou uma declaração assinada por Vanessa e um atestado médico. Os documentos têm data de 23 de julho, um dia após a entrevista de Bethlem a ÉPOCA. Foi a própria assessoria do deputado que informou sobre os papéis. Na declaração, Vanessa diz sofrer de problemas psiquiátricos e afirma que os documentos que entregou estão fora de contexto. Ela esteve duas vezes no escritório de ÉPOCA no mês de junho, entregou as gravações e detalhou minuciosamente o conteúdo do material. Houve também diversos contatos telefônicos, em que ela sempre manteve todas as afirmações e explicações dadas. Procurada novamente nesta semana, Vanessa não ligou de volta.
Bethlem e José Carlos podem ter tido apagão de memória. Mas os vídeos e o áudio estão registrados em meio a quase 1 terabyte de arquivos gravados por Vanessa. E, como atestou o perito Molina, eles são autênticos.
Revelações de um deputado
Durante uma conversa, gravada em novembro de 2011 por sua ex-mulher Vanessa Felippe, Rodrigo Bethlem (PMDB) fala de propina e conta na Suíça

 
Rodrigo Bethlem – Para resumir bastante o enredo... (ininteligível) Eu hoje.. Quer dizer, hoje não... porque esse mês, por acaso, deu um furo danado porque minha principal fonte de receita, que é um convênio, o único convênio que eu tenho ininteligível, o CadÚnico, o cara simplesmente prestou contas... 
Vanessa – Por que você está falando baixo? Não tem ninguém aqui. 
Bethlem - ham?
Vanessa - fala baixo por quê?
Betlhem – Porque eu simplesmente estou paranóico com isso. Só isso...
Vanessa – Paranóico por quê?
Bethlem – Telefone... (ininteligível)
Vanessa – Paranóico por quê?
Bethlem – Telefone. Você não sabe que esses caras entram no telefone e vira um autofalante? 
Vanessa – E você tem motivo para estar paranóico?
Bethlem – Como todo mundo. Você acha que alguém vai te denunciar amanhã por quê? Você acha que o (ininteligível) está atrás de mim, por quê?
Vanessa – Por quê?
Bethlem – Porque eu sou alvo, Vanessa.
Vanessa – Por que você é alvo?
Bethlem – Ué, não sei. Inimigo, sei lá por quê... Bom, é... Eu hoje... 
Vanessa – Quanto você botou de empregada?
Bethlem – Sete mil e duzentos reais
Vanesa – Bom, dá cinco e quinhentos, sem colocar carteira assinada, nada disso.
Bethlem – Carteira assinada é INSS (ininteligível)
Vanessa _Não. Aqui cinco e quinhentos só os salários mais dois e quatrocentos de diarista, fora o Tiago da piscina e a mulher do jardim
Bethlem - (ininteligível)
Vanessa – Então, cinco e quinhentos é o efetivo de empregada
Bethlem – Então, mas(ininteligível)sete e duzentos...
Vanessa – Sem impostos, carteira, nem nada.
Bethlem - Carteira é INSS só que você paga. Tá aqui. São seiscentos reais
Vanessa - De uma empregada? 
Bethlem – De todos.
Vanessa – Bom que seja,tá. Cinco e duzentos mais dois e quatrocentos.
Bethlem – O que é dois e quatrocentos? É trezentos e vinte por... 
Vanessa – Trezentos e cinqüenta 
Bethlem – Trezentos e vinte que tava pagando
Vanessa – Ah é? Enquanto quanto é que dá?
Bethlem – Dá mil e duzentos.
Vanessa - Tem mês que são cinco, tem mês que são quatro.
Bethlem – Bota mil e quinhentos, pronto
Vanessa – Não. Botei mil e quatrocentos, botei menos.
Bethlem - (ininteligível)Bom de qualquer forma dá menos de sete e duzentos, dá seis e oitocentos, seis e seiscentos.
Vanessa – Dá sete e seiscentos.
Bethlem – Por que sete e seiscentos 
Vanessa – Cinco e duzentos e mais dois e quatrocentos, que tem a outra diarista de mil reais. 
Bethlem – Que diarista de mil reais
Vanessa – Tem uma cozinheira e tem uma diarista da casa.
Bethlem – Então ficou uma empregada só aqui?
Vanessa – Porque a gente não encontra empregada. Eu tô louca atrás de empregada
Betlhem – (ininteligível) Vou ser bastante prático, bastante direto
Vanessa – (ininteligível) Não quero ficar brigando por centavo não
Bethlem – Não, não vamos ficar brigando por centavos. Porque minha tese é outra. Minha tese é o seguinte. Eu ganho hoje, Vanessa, entre... é... o que eu tenho hoje de receita, esse mês, infelizmente, furou porque o cara não prestou contas e eu, efetivamente (...)(ininteligível)... mandei (ininteligível) 
até o cara prestar contas. Por isso que estou fodido desse jeito, minha principal receita
Vanessa – Espera aí (ininteligível), Rodrigo... Só um minutinho. R$ 7.600 (ininteligível) empregados. 
Bethlem - Tá, então você aumenta mais R$ 400 naquela conta que te dei.
Vanessa – Então, você escreve aí... Dá R$ 24.850, é isso?
Bethlem – Isso. Bom, deixa eu concluir pra você...
Vanessa – Você estava falando do, do... do treco...
Bethlem - É... prestou contas... (ininteligível)
Vanessa - do negócio de... de... Qual é o nome do negócio?
Bethlem - Quando isso?
Vanessa - É um negócio de, sei lá..Um trecho que você estava falando da... da Secretaria
Bethlem – É um convênio que eu tenho, cadastro único.
Vanessa – Hã, o que que tem isso?
Bethlem – É minha principal fonte de renda hoje. O cara não prestou conta direito, o cara é um idiota, um imbecil. Não pude pagar o cara este mês, não recebi. Tava prestando conta, prestou agora, enfim. Também é uma receita que eu tenho até... certa até fevereiro, até março, porque é um convênio de sete meses. É... outra coisa que eu quero te dizer é o seguinte...
Vanessa – E quanto dá isso.... E quanto dá isso por mês?
Bethlem – Eu tenho... eu tenho de receita é cerca de R$ 100 mil por mês. É o que eu tenho tudo junto.
Vanessa – Quanto dá CadÚnico por mês?
Bethlem – Em torno de uns R$ 65, R$ 70 mil. Depende do que ele receber, entendeu? Se tiver alguma glosa. Se ele prestar contas, se não tiver executado todo o serviço, tem uma glosa. Fora isso, tem o lanche e meu salário.
Vanessa – Lanche? Que lanche?
Bethlem – O lanche que é servido pro... O cara que vende lanche para todas as ONGs é meu amigo.
Vanessa – Ah, achei que era lanche mesmo... E quanto é de lanche?
Bethlem – Em torno de R$ 15 mil, hoje. O cara tá vendendo metade do que deveria vender
Vanessa – Até quando?
Bethlem – Claro, até quando existir o convênio... Até quando ele (ininteligível) 
Vanessa – E por que que o tal do treco é até fevereiro?
Bethlem – Porque o convênio acaba, tem prazo fixo, que é só para fazer o cadastro de todos os que estão faltando.
Vanessa – Hum... salário?
Bethlem- (inaudível)Bom, outra coisa que quero te dizer é o seguinte. Eu estou com o firme propósito, obviamente, vou ter que ver lá na frente como é que eu vou fazer, mas eu pretendo me desligar da secretaria. Estou tendo ver se consigo me... me ajustar um pouco financeiramente. Eu pretendo me desligar da secretaria em abril ou maio. Aproveitar (...) fico mais livre pra campanha, sou mais útil agora livre e coisa e tal e efetivamente começar a me reposicionar. Se eu não fizer isso não vou fazer... a política (...) cada vez é maior. Então, é.. (...).  A minha intenção era deixar com você por mês R$ 45 mil Reais
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A conta na Suiça
Bethlem- Se você quer saber, olha, eu, em termos de mágoa, eu acho que a eu que tive com você dificilmente você vai ter uma igual comigo.
Vanessa - Tá, tá bom... 
Bethlem - Dificilmente
Vanessa - Caramba... (...)
Bethlem - Dificilmente... Acho pouco provável
Vanessa – Você tem uma amante um ano e meio, faz e acontece, fala de mim para meio mundo, eu não abro a boca para falar de você. E você que tem mágoa de mim?
Bethlem – Mas eu nunca cheguei para você e disse: “olha, se você sair desse sofá aqui de casa, eu vou na Polícia Federal contar que você ficou aqui pegando dinheiro um ano da sua assessora... Você vai (ter de ir lá) pra devolver o dinheiro
Vanessa – Eu falei isso para você? 
Bethlem - O que que você disse pra mim, Vanessa? (ininteligível) Você guarda tão bem as coisas (...)
Vanessa - Espera aí, de quem você pegava dinheiro, que assessora?
Bethlem – Você por acaso não disse que eu ia...
Vanessa - Que assessora que você pegava dinheiro?
Bethlem - Você por acaso não disse que se, por acaso eu não desse a metade para você, muita gente ia gostar de saber que eu tinha conta na Suíça?
Vanessa – Quando... Eu disse isso onde?
Bethlem - Aqui. Eu sentado ali e você aqui.
Vanessa – Que... que conta na Suíça?... Deixa eu te explicar uma coisa... Que conta na Suiça?... E como é que eu poderia dizer isso... primeiro, pra eu dizer isso, eu tenho que, no mínimo, pra dizer tem que provar. Provar que você tem uma conta na Suiça.
Bethlem – Vanessa você disso isso (...) Eu não passei mal à toa, Vanessa. Eu não sou débil mental.
Bethlem _ Então, vou narrar para você, para você refrescar a sua mente. Você virou para mim e começou a falar que você tinha que ter metade do que tinha. Eu falei assim: “bom, tudo bem, então quero saber se eu vou ter metade do que você vai ter também, porque se você me ajudou a ser a pessoa que eu sou, eu imagino que eu tenha contribuído na sua vida para você ser a pessoa que você é também (ininteligível). Agora você me escuta...
Vanessa – Não. Você tem que abrir um parêntese aí
Bethlem – Abre parêntese não, agora você vai me escutar.. Você acabou de falar, você acabou de falar?
Vanessa – Fala o que você quer dizer.
Bethlem – Aí você começou com essa conversa ((ininteligível), que você teria direito a metade do que eu ganho
Vanessa - Eu sou casada com comunhão de bens total.
Bethlem – Num momento de raiva, que você não lembra, você lembra sempre os que outros dizem. Num momento de raiva, quando eu virei para você e disse: “Bom, Vanessa, se você quer ter metade de tudo o que eu tenho pelo resto da minha vida...”
Vanessa – Rodrigo, eu sou casada com você com comunhão total de bens.
Bethlem – Sim. Até o momento que a gente se separa, Vanessa. Daqui para frente, não é mais.
Vanessa – Meu Deus do céu!
Bethlem – Daqui para frente não existe mais vínculo. Se você ganhar na loteria, R$ 20 milhões daqui a (ininteligível)
Vanessa – Eu não jogo na loteria, Rodrigo.
Bethlem – Se você supostamente ganhasse R$ 20 milhões, R$ 20 milhões seriam seus, não são dez meus e dez seus, porque meu vínculo acabou com você e você comigo... Mas, tudo bem, essa é sua tese. Aí eu fui... falei assim, tudo bem, eu quero dizer o seguinte: o que você ganhar metade também é meu? Porque se eu sou o que eu sou hoje e você me ajudou a ser quem eu sou hoje, eu imagino que tenha tido influência na sua vida do que você é hoje, para o bem ou para o mal
Vanessa - (ininteligível)
Bethlem – Deu eu acabar de falar.
Vanessa - (ininteligível)
Bethlem – Aí eu falei isso para você. Aí você disse: “não, mas é diferente porque agora que estou começando meu negócio. Você está saindo da minha agora, eu estou começando meu negócio, coisa e tal”. Não diferente não... A gente começou o bate-boca por aí. E eu disse a você: “não, eu não concordo”. Aí você falou assim: "você vai ter por bem ou por mal"
Vanessa – Eu disse isso?
Bethlem – Disse e “vai ter que colocar no papel”. Eu falei: “Vanessa, no papel eu não vou colocar porque não há condições de colocar isso no papel. Eu assinar isso significa que vou fazer a confissão de um crime, que eu não fazer nunca”. Aí você virou e falou o seguinte: “Não, você vai assinar o papel, você sabe por quê?... porque eu tenho certeza, crime por crime, eu tenho certeza que muita gente ia gostar de saber que você tem uma conta na Suíça”.
Vanessa – Rodrigo, como é que eu posso ter dito uma coisa dessas. Eu não teria nem como provar que você tem uma conta na Suíça. 
Bethlem - Então, Vanessa, eu tive... eu tive uma ilusão...
Vanessa - Só um minutinho...
Bethlem - Então, Vanessa...
Vanessa - O que que eu, Vanessa, sei de conta na Suíça, pra provar que você tem uma conta na Suiça? Me diga.
Bethlem – Você está careca de saber que fui à Suíça para abrir uma conta lá.
Vanessa - Não, só me diga uma coisa...
Bethlem - Não seja hipócrita...

SAÚDE: Anvisa proíbe venda de lote de whey protein

O suplemento proteico para atletas, sabor baunilha, da marca Super Whey 3W, da empresa Integralmédica, teve a distribuição e comercialização do lote 003522 2 suspensa pela Anvisa.
Em resolução publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (26), a Anvisa explica que o produto foi proibido após análise laboratorial detectar quantidade de carboidratos superior, em mais de 20%, ao valor declarado no rótulo do produto. O suplemento tem data de validade até abril de 2015.
Em 27 de fevereiro de 2014, a agência já havia determinado a proibição deste lote, mas a empresa comprovou ter solicitado perícia de contraprova dentro do prazo previsto em lei. Após essa contraprova, o produto passou por uma terceira análise, a de testemunho.
O laudo, emitido pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, comprovou o resultado insatisfatório para a concentração de carboidrato, de acordo com a agência. O suplemento apresentou 3,65 gramas de carboidratos na porção — mais que o valor de 2,2 gramas declarado na rotulagem.
Reportagem iBahia

CRÔNICA: A HORA DA ESMOLA - Por Rangel Alves da Costa*

Rangel Alves da Costa*


A compra de voto, esse ato tão corriqueiro de prometer um emprego ou oferecer algum bem material em troca da opção do eleitor, possui nome bonito e pomposo: captação ilícita de sufrágio. Previsto nas legislações eleitorais, o crime de compra de votos já provocou consequências desastrosas para muitos eleitos que, denunciados, foram processados e acabaram perdendo seus mandatos. Verdade é que em alguns casos a lei prevaleceu diante da comprovação de ilícitos. Não defendo a prática de qualquer tipo de crime, mas com relação à compra de votos não vejo qualquer ilicitude. É um entendimento pessoal, apenas.
O Código Eleitoral (Lei 4.737/65), em seu artigo 299, prevê tal ilicitude. E descreve a conduta nos seguintes termos: "Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto, e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita". A Lei 9.504/94, no art. 41-A (incluído pela Lei 9.840/99), igualmente proíbe tal conduta. E afirma que a compra de votos se caracteriza quando desde o registro de sua candidatura até o dia da eleição, para tentar garantir o voto do eleitor, o candidato oferece em troca dinheiro ou qualquer “bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública”.
Reiterando o entendimento preliminarmente abraçado, vejo como totalmente descabida uma legislação eleitoral que imponha proibições aos candidatos no seu processo de conquista de votos. A eleição exige disputa e esta, como o próprio nome indica, requer estratégias e mecanismos além de meros argumentos e meios de convencimento. Ademais, diante da esteira lamacenta que envolve a política e os políticos, da descrença lançada em todos os pleiteantes, não é o velho e impraticável discurso que vai atrair o eleitorado.
Todo cidadão que se lança candidato sabe muito bem o quanto é difícil conquistar qualquer voto. As velhas raposas também sabem que não existem mais aqueles currais de porteiras fechadas e uma liderança negociando voto como se fosse bicho. Na maioria das situações, o povo tomou as rédeas da escolha para si e ele mesmo procura intermediar qualquer lucro com o seu voto. E o candidato que tanto precisa somar tem de negociar, sob pena de não ter seu nome na lista dos votados. É assim que acontece e que ninguém pretenda dizer que alguém é eleito apenas porque é bonzinho, trabalhador e honesto. Tem que gastar, e muito. A verdade é essa.
A maioria das pessoas sabe muito bem da dinheirama que é gasta numa eleição. Não há circulação de moeda maior que nas vésperas de qualquer pleito. A verdade é que não adianta - sob pena de derrota vexatória - se lançar candidato sem ter meios financeiros suficientes para bancar a disputa. Queira ou não, seja legal ou não, mas sempre terá de colocar a mão no bolso para pagar uma feira, contas de água e luz, remédios, óculos, dentadura e uma verdadeira cesta assistencial, sem falar no pacote fechado com aquele que surge como dono de tantos votos. A lei diz que tudo isso é crime, mas não há como criminalizar uma prática que além de não ser atentatória à vida ou a dignidade de ninguém, acaba ajudando o eleitor carente na sua sobrevivência.
A própria classe política se desvalorizou tanto que acabou inflacionando a disputa eleitoral. Diante da descrença do povo, jamais conseguirá votos suficientes se não se dispuser a ajudar materialmente os eleitores mais empobrecidos. E o povo pede mesmo, exige que o candidato lhe garanta qualquer benefício. Ora, são eleitores realmente pobres, necessitados, carentes de quase tudo, e aproveitam a oportunidade para ter um saco de cimento, uma passagem para um parente e assim por diante.
Mas a lei diz que não pode ser assim, que é crime. E certamente foi uma legislação surgida da concepção que o eleitor não precisa se submeter aos favores eleitorais, pois sempre trabalhador e pode adquirir o que necessitar com recursos próprios. Quer dizer, não considera que grande parte da população brasileira continua na linha de pobreza. Mas as leis proibitivas também podem ter surgido da ilusória ideia que a totalidade do eleitorado é consciente e que prevalece uma cultura de saber escolher o melhor sem que o candidato possa interferir na sua tendência. E em tudo o descompasso com a realidade.
Tanto o legislador como o aplicador da lei têm plena consciência que o alcance das normas está muito distante daquilo que realmente se pretende coibir. Ademais, ressoa como totalmente falso o argumento de que a compra de votos acaba privilegiando candidatos endinheirados em detrimento daqueles economicamente mais fragilizados ou que a disputa estaria desequilibrada pelo uso abusivo dos meios de captação. Repito: quem não pode bancar uma campanha nem deveria se lançar candidato.
A verdade é que a compra ou troca de votos provoca, em muitas situações, um verdadeiro alívio tanto para candidatos como para eleitores. Ora, a descrença na política é tanta e o medo de rejeição é tão grande que o postulante acaba colocando o feijão na mesa esquecida, vestindo e calçando gente, ajudando a levantar a parede. Daí que não vejo crime algum em o candidato estar presente naquelas situações de penúria e onde os poderes públicos estão sempre ausentes.


Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Sonnen tem licença suspensa por 2 anos e diz ter vergonha de doping

Por Las Vegas, EUA
A Comissão Atlética do Estado de Nevada suspendeu nessa quarta-feira, pelo período de dois anos, a licença do lutador Chael Sonnen. O americano, que foi considerado culpado pelo uso de cinco substâncias proibidas flagradas em dois testes antidoping surpresas, ainda terá que pagar pelos custos dos exames e da participação de um médico especialista na audiência, além de se comprometer em não lutar em nenhuma outra jurisdição durante a suspensão. O atleta também foi requisitado para trabalhar em conjunto com o órgão em um programa antidoping.
chael sonnen nevada comissão (Foto: Evelyn Rodrigues)Chael Sonnen junto a seus advogados na reunião da comissão atlética (Foto: Evelyn Rodrigues)
O lutador chegou cedo à sede da comissão, em Las Vegas, e conversou por alguns minutos com Vitor Belfort, que teve a sua licença concedida pela entidade no início da audiência. Acompanhado de seu advogado, Jeff Meyer, Sonnen fez pouco uso da palavra e ouviu o vice-procurador geral do órgão, Christopher Eccles, recomendar uma punição severa:
- O programa de teste de Nevada é efetivo e está impedindo trapaceiros de entrar no octógono. Hoje é dia do Sr. Sonnen assumir responsabilidade por trapacear e não se esconder por detrás de desculpas. Hoje é o dia de lhe conceder uma pena que sirva de exemplo.
O advogado do lutador, em seguida, afirmou que o lutador publicamente tem assumido responsabilidade pelo ocorrido e que, inclusive, anunciou a sua aposentadoria do esporte como parte dessa responsabilidade:
- Sentimos que seja importante que a comissão avalie as receitas médicas que ele recebeu, para assegurar que ele obteve esses remédios de forma legal. Quero ser claro que o Sr. Sonnen não está inventando desculpas para a violação, mas está aceitando a sua responsabilidade e sabe que, mesmo tendo uma receita, ao tomar o remédio ele está violando as regras da Wada e aceita as consequências. Peço que vocês olhem para os fatos. Sonnen não competiu com essas substâncias no organismo. Quando ele foi confrontado com o resultado do exame, aceitou a responsabilidade e não fugiu dela. As consequências de seus atos têm sido severas: sua carreira no UFC acabou e ainda foi demitido do cargo de comentarista e apresentador de uma emissora de TV.
Vitor e Sonnen Reunião comissão UFC (Foto: Evelyn Rodrigues)Vitor Belfort e Sonnen conversam dentro da NSAC
(Foto: Evelyn Rodrigues)
Após a explanação de seu advogado, Sonnen se recusou a fazer comentários. A comissão então passou a discutir as ações do atleta, afirmando que ele teve sim a intenção de subir no octógono fazendo uso de substâncias ilícitas e que o que o impediu de fazê-lo foram os exames solicitados fora de competição. O lutador foi questionado sobre as justificativas apresentadas depois da divulgação do resultado do primeiro exame antidoping, em maio. Na época, ele alegou que estava fazendo tratamento de fertilidade porque ele e sua esposa estavam tentando ter um filho. O atleta então explicou que não pensou em solicitar uma isenção para poder fazer o tratamento. Em seguida,  a comissão passou a questionar os motivos que o levaram a se consultar com três médicos diferentes para obter três receitas de remédios diferentes, mas com a mesma finalidade.
- Não são todos os médicos que fazem tudo. Eu não pensei nisso até você me perguntar agora - explicou Sonnen, passando a detalhar outras substâncias que lhe foram receitadas e como conheceu cada um dos médicos.
O atleta também deixou claro que não queria se defender:
- Eu estou muito cauteloso para conversar hoje. Não quero dizer nada que soe como defesa . Eu sou culpado, estou envergonhado e não quero me defender. Eu nunca fiz isso antes. Não entendo porque alguns médicos têm limitação e não podem prescrever remédios diferentes, mas isso acontece. Eu tenho foliculite, por exemplo, e não é todo médico que me fornece receita para isso.
A Comissão então pediu que um médico especialista analisasse cada uma das substâncias encontradas nos exames antidoping do lutador e ele passou a detalhar o funcionamento das drogas - os hormônios de melhora de desempenho EPO (eritripoetina) e GH (hormônio do crescimento), clomifeno, anastrozol, hCG (gonadotrofina coriônica humana), proibida por aumentar a massa muscular. Eles questionaram Sonnen por diversas vezes se ele havia tomado mais alguma substância, o que o lutador negou.
Perguntado sobre o que acha que a comissão poderia fazer para melhorar seu programa antidoping, o atleta deu a sua sugestão:
- Há muita confusão e eu espero que nós estejamos apenas conversando, não quero me defender. Para uma pessoa tomar uma medicação que não seja esteróide e assumir que isso é permitido é algo racional, mas não é. Eu sempre vi caras que vão para uma loja de suplementos e compram algo no balcão sem saber que estão violando as regras. Se alguém me perguntasse, eu diria: contanto que você não tome isso 30 dias antes da luta, está tudo bem. Digo 30 dias antes, porque a comissão nos pergunta isso por escrito. Eu nunca tive a opinião de médicos sobre as regras da comissão e eu me arrependo muito disso e me envergonho. Estou falando isso, porque sei que as pessoas estão assistindo. Só porque é legal, não significa que seja permitido. Eu acho que essa pergunta por escrito pode confundir as coisas para o lutador. Testes fora do período de competição são uma realidade hoje e eu sou culpado.
Convidado pelo órgão a contribuir com o programa, Sonnen se mostrou surpreso:
- Eu adoraria ajudar da forma como puder. O meu objetivo é sair limpo, do jeito que eu puder. Eu fui educado assim pelo meu pai, a não inventar desculpas. Eu ainda não entendo isso. Começando agora, a maioria das coisas que estou falando é que as pessoas não entendem que regras são regras e que você vai pagar o preço.
Antes do veredicto final, o vice-procurador geral voltou a dar o seu parecer sobre o caso:
-  Ele só pode estar de brincadeira que alguém coloca uma seringa na sua veia com EPO e GH e que você não sabe o que é. Não acredito que esse caras não saibam o que é isso ou que tomar três injeções de três médicos diferentes é algo legal. Recomendo dois anos de suspensão, porque aí, se ele for para qualquer outra jurisdição, eles ainda saberão que ele ainda está sob suspensão por esta comissão.
Chael Sonnen na comissão atlética de nevada (Foto: Evelyn Rodrigues)Chael Sonnen recolhe suas coisas e sai rápido da
reunião após seu veredito (Foto: Evelyn Rodrigues)
Já o comissário Anthony Marnell voltou a defender que Sonnen fosse banido do esporte:
- Na minha opinião a intenção de trapacear estava lá desde o início. Nós tivemos a verdade roubada. Enquanto eu estiver nesta comissão, não posso votar a favor desse cara. Espero que ele não volte a lutar nunca mais. Sinto-me enganado.
Ao final da deliberação, a comissão votou por suspender a licença de Sonnen por dois anos e perguntou se ele estava de acordo com o restante das penas:
- Sim, estou de acordo e vou cumprir o que vocês determinarem - finalizou o atleta, que saiu da sala apressado e que não quis dar entrevista à imprensa.
Apesar de ter tido a licença suspensa, Sonnen ainda pode competir contra o brasileiro André Galvão no evento de luta agarrada Metamoris 4, que acontece no dia 9 de agosto em Los Angeles, EUA. Isso porque as regras da Comissão Atlética de Nevada não se aplicam a este evento.

Após liberação, Belfort vibra com luta pelo cinturão: "Pegar o que é nosso"

A quarta-feira foi intensa para Vitor Belfort. Depois de ter recebido a licença da Comissão Atlética de Nevada (NSAC) para lutar no estado americano, ele em seguida foi confirmado pelo UFC como próximo desafiante de Chris Weidman pelo cinturão dos pesos-médios, em luta que ocorrerá no dia 6 de dezembro, em Las Vegas. Considerando a proibição o principal obstáculo que o impedia de faturar o título, o brasileiro já vibra com a possível vitória.
- O cinturão com certeza vai estar aqui na minha cintura. Vou estar levando para o Brasil. A gente ganhou esse cinturão hoje e só vai lá pegar o que é nosso - disse Belfort, lembrando do antigo campeão Anderson Silva.
Vitor Belfort Reunião comissão UFC (Foto: Evelyn Rodrigues)Belfort durante audiência em que foi liberado para lutar em Nevada (Foto: Evelyn Rodrigues)
O confronto será o evento principal do UFC 181, no Mandalay Bay. O primeiro encontro entre Belfort e Weidman estava previsto para ocorrer em maio, mas foi cancelado depois que a NSAC proibiu as isenções para Terapia de Reposição de Testosterona, em fevereiro. A fim de readaptar o organismo às novas exigências, Vitor, que fazia uso da terapia por questões de saúde, precisou se ausentar da competição sendo substituído por Lyoto Machida, em duelo que acabou sendo transferido para julho.
Paralelo a isso, o lutador foi submetido a um exame antidoping surpresa solicitado pela comissão em fevereiro, em Las Vegas, e apresentou níveis elevados de testosterona. Como tinha feito o exame de forma espontânea e ainda não tinha dado entrada na licença para lutar no estado de Nevada, a divulgação dos resultados era opcional. Porém, em junho, Wanderlei Silva se recusou fazer um teste antidoping solicitado pela mesma entidade. Na época, ele enfrentaria Chael Sonnen no UFC 175.
Com Wand fora da luta, o  Ultimate anunciou Vitor como o novo adversário do falastrão e o brasileiro deu entrada na obtenção da licença, divulgando posteriormente o resultado das análises. A comissão, então, agendou para esta quarta-feira a audiência que decidiria se Belfort teria ou não o pedido de licença atendido. Com a liberação garantida, o lutador vê Las Vegas como o local ideal para o combate, por tudo o que aconteceu.
- Eu coloquei essa condição, falando com o UFC que quero acabar com isso, quero lutar aqui em Las Vegas mesmo. Ficou muito questionamento e acho que vai ser muito bacana para minha carreira. É uma grande vitória.
Outra luta já confirmada no UFC 181 é a disputa do título dos pesos-leves, entre o campeão Anthony Pettis e Gibert Melendez.

Ney Franco deixa o Flamengo, e Luxemburgo vai assumir a equipe

Três dias após a goleada sofrida por 4 a 0 para o Internacional, Ney Franco foi demitido do Flamengo. Desde que retornou ao clube para sua segunda passagem, o comandante não venceu. A equipe entrou em campo sete vezes, com quatro derrotas e três empates. Vanderlei Luxemburgoassumirá o comando rubro-negro a partir desta quinta-feira. Ele assinará contrato até dezembro de 2015.

- A gente não podia demitir o Ney antes de encontrar o nome ideal. E o Luxemburgo é um consenso no clube - disse o diretor de futebol Felipe Ximenes.
vanderlei luxemburgo flamengo x potosi (Foto: AP)Luxemburgo foi demitido em 2012, após perder queda de braço com Ronaldinho (Foto: AP)

A diretoria rubro-negra, em seu site oficial, confirmou a saída de Ney Franco, que tinha compromisso até o fim do próximo ano, e a chegada do novo comandante. O preparador físico Alexandre Lopes e o auxiliar técnico Éder Bastos também deixaram o clube.
Essa será a quarta passagem de Luxemburgo pelo Rubro-Negro. O ex-atacante Deivid será auxiliar técnico do treinador. Antonio Mello será o preparador físico e já participa do treino desta quarta-feira à tarde, no Ninho do Urubu. A estreia da nova comissão será no clássico deste domingo, contra o Botafogo, no Maracanã, às 18h30. O time está na lanterna do Brasileiro, com apenas sete pontos.
Luxemburgo não trabalha desde novembro do ano passado, quando foi demitido do Fluminense na reta final do nacional com o clube na zona do rebaixamento. Sua última passagem pela Gávea foi entre 2010-2012, quando venceu o Carioca de 2011. Antes, passou em 1991 e 1995, sem conquistas.
Há dois anos, Luxa foi demitido do clube em fevereiro ainda na gestão de Patricia Amorim após perder queda de braço com Ronaldinho Gaúcho, então astro da equipe. Porém, em maio, o meia-atacante entrou na Justiça e deixou o clube alegando atrasos no pagamento. 
Queda anunciada
Ney Franco vinha sendo muito pressionado. Correntes dentro do clube questionavam o fato de a equipe não ter apresentado padrão de jogo mesmo após um mês de treinamentos durante a paralisação para Copa do Mundo e ter sido presa tão fácil para o Internacional. As opções táticas do treinador também vinham sendo questionadas internamente, assim como os improvisos realizados diante de Atlético-PR e Internacional. Somente nas duas últimas partidas, após a parada para Copa do Mundo, o treinador utilizou 18 jogadores e mudou o esquema do 3-5-2, muito trabalhado no período sem jogos, para o 4-4-2.
Ney Franco no treino do Flamengo (Foto: Marcos Tristão / Agência O Globo)Ney Franco teve passagem de resultados muito ruins pelo Flamengo (Foto: Marcos Tristão / Agência O Globo)

Na última terça-feira, o diretor executivo Felipe Ximenes concedeu entrevista no Ninho do Urubu, na qual disse que o momento era de “clareza na tomada de decisões”. O dirigente falou sobre Ney Franco e o garantiu no cargo.
Ney Franco agradece à diretoria rubro-negra
Ney Franco, em nota oficial divulgada por sua assessoria de imprensa, adotou discurso ameno. Agradeceu aos diretores rubro-negros e afirmou que a decisão pela saída foi feita em comum acordo com o clube. 
- Gostaria de agradecer à diretoria, que acreditou no meu trabalho e sempre me deu todo respaldo necessário. Quero agradecer também aos jogadores, com os quais nunca tive nenhum tipo de problema. Todos demonstraram empenho nos momentos difíceis, mas não conseguimos, juntos, os resultados. Infelizmente, as vitórias não vieram e tivemos de interromper o trabalho. Tomamos a decisão em comum acordo, juntamente da diretoria, após reunião. Desejo toda sorte ao Flamengo, clube de grande história no futebol, e agradeço pela oportunidade.

EM JOGO DE DUAS VIRADAS, GALO VENCE LANÚS E CONQUISTA TÍTULO DA RECOPA

por GLOBOESPORTE.COM
Na véspera de comemorar um ano da conquista do título da Taça Libertadores, o Galo tem novamente a América a seus pés. Jogando diante de sua apaixonada torcida, num Mineirão lotado e pintado de preto e branco por 54.786 pagantes, o Atlético-MG venceu o Lanús, por 4 a 3, na noite desta quarta-feira, e levantou a Recopa Sul-Americana, pela primeira vez em sua história. Os gols da partida foram feitos por Diego Tardelli, Maicosuel, Luan e Ayala (contra) para o Galo, e Ayala, Santiago Silva e Acosta para o Lanús. O resultado só foi concretizado na prorrogação. No tempo normal, o Lanús venceu por 3 a 2. Nos 30 minutos extras, o Atlético-MG fez 2 a 0. A vitória por 1 a 0, no jogo de ida, em Lanús, garantiu aos brasileiros o placar agregado de 5 a 3.
O Galo teve que suar muito para ser campeão. A fraca atuação do Lanús, semana passada, na Argentina, deixou a impressão de que o time brasileiro teria vida fácil no Mineirão. O gol de Diego Tardelli, o centésimo dele com a camisa do Atlético-MG, logo aos seis minutos do primeiro tempo, reforçou ainda mais esta ideia. Mas o que se viu em campo foi um Lanús muito mais ligado e envolvido com o jogo, o que deu mais valor à conquista. A Recopa é o quarto título internacional oficial do Atlético-MG. Além da Libertadores de 2013, o Galo também ganhou a Copa Conmebol em 1992 e 1997.
A festa da torcida promete ser grande. Os atleticanos vão juntar o aniversário de um ano da vitória sobre o Olímpia, que valeu a Libertadores do ano passado, com o triunfo diante do Lanús para fazer uma comemoração que não tem hora para acabar nas ruas de Belo Horizonte.
Os dois times voltam a campo domingo, em jogos válidos por competições nacionais. Pelo Campeonato Brasileiro, às 16h (de Brasília), o Atlético-MG enfrenta o Sport, na Ilha do Retiro, no Recife. Pela Copa Argentina, às 16h15, o Lanús recebe o Colón, no Estádio La Fortaleza, em Lanús.
Jogo empolgante
O jogo começou quente e repleto de alternativas no Mineirão. Com oito minutos de bola rolando, o placar já mostrava 1 a 1. O Atlético-MG saiu na frente, aos cinco. O árbitro uruguaio Roberto Silvera marcou pênalti de Araujo, depois que Leonardo Silva cabeceou e a bola bateu na mão do jogador argentino. Diego Tardelli cobrou com categoria para marcar seu centésimo gol com a camisa do Galo e entrar definitivamente para a história do clube mineiro. A torcida alvinegra, entretanto, não teve nem tempo para comemorar. Dois minutos depois, Ayala empatou para o Lanús, num lance em que recebeu a bola na entrada da área e soltou a bomba, sem chances de defesa para Victor.
Diego Tardelli, Leonardo Silva e Ronaldinho gol Atlético-MG (Foto: AP)Diego Tardelli abriu o placar e comemorou seu centésimo gol com a camisa atleticana (Foto: AP)


A partir daí, a partida ficou tensa para o Galo, que encontrou muito mais dificuldades do que no primeiro jogo, semana passada, na Argentina. O Lanús, que pouco apresentou jogando em casa, mostrou coragem, talento e força que parecia não ter. Com isto, conseguiu a virada. Num lance confuso dentro da área do Atlético-MG, a bola sobrou para Santiago Silva. Caído, El Tanque, empurrou a bola para dentro do gol.
Atrás no placar, o Galo não se deixou abater. Colocou a cabeça no lugar e partiu para buscar um novo empate, que saiu aos 37 minutos. Marcos Rocha fez boa jogada pela direita e achou Maicosuel na área. O meia não perdoou e marcou o segundo gol atleticano para deixar tudo igual mais uma vez. O empolgante primeiro tempo ficou mesmo no 2 a 2 e deixou na torcida a expectativa de que muito mais emoções ainda seriam vividas no Mineirão.
Drama até o fim
Sem nada a perder, o Lanús se mandou para o ataque desde os minutos iniciais do segundo tempo. A postura ofensiva do time argentino cedeu espaços para o Atlético-MG buscar os contra-ataques e o jogo continuou muito bom em Belo Horizonte.
O drama foi o principal ingrediente da segunda metade da etapa final. O Lanús buscou o gol insistentemente, criando alternativas de jogo pela direita e pela esquerda e incomodando Victor e os zagueiros atleticanos a todo o momento. Como o Galo não conseguia articular bem a saída para o campo ataque, teve que lutar contra a pressão até o final do jogo.
Ronaldinho gol Atlético-MG (Foto: Reuters)Ronaldinho Gaúcho acabou substituído no segundo tempo da partida no Mineirão (Foto: Reuters)


Quando parecia que a taça ficaria em Belo Horizonte, o Lanús fez o terceiro gol. Aos 48 minutos, Santiago Silva cabeceou, Victor deu rebote e Acosta entrou no meio da área, na base da raça, para colocar o Lanús em vantagem. O resultado de 3 a 2 favorável aos argentinos levou a decisão para a prorrogação.
Luan salvador
O tempo extra ainda tinha muito mais emoções reservadas para os torcedores. Os dois times se alternavam no ataque e o jogo voltou a ficar equilibrado. O Lanús teve boas chances com Santiago Silva e Ayala, e o Atlético-MG com Dátolo. Mas foi Luan quem balançou as redes. O atacante, que entrou no lugar de Ronaldinho Gaúcho, cruzou na área, a bola desviou em Gómez e traiu o goleiro Marchesín. O empate fez a taça voltar para as mãos do Galo. Os argentinos se mandaram para o ataque, mas, ainda levaram mais um gol. Ayala tentou o recuo de cabeça para Marchesín e acabou marcando contra. A torcida, enfim, pôde respirar e comemorar aliviada.

NA ESTRADA DA VIDA

Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém...
Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim...
E ter paciência para que a vida faça o resto...

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