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segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Calibres das armas usadas pelo atirador em Las Vegas foram feitos para a guerra ou para a caça, dizem especialistas

Stephen Paddock, o atirador do ataque em Las Vegas, em foto não datada do arquivo de seu irmão, Eric (Foto: Arquivo pessoal/Eric Paddock via AP)


Os vídeos que registraram o ataque em Las Vegas na noite deste domingo (1º) indicam que os calibres das armas disparadas pelo atirador são feitas possivelmente para dois tipos de atividade: caça de animais selvagens e guerras, afirmam especialistas ouvidos pelo G1


Considerando os sons registrados nos vídeos e a distância dos disparos, eles dizem que as armas de fogo utilizadas usam calibres pesados e com alto poder destrutivo.


Pelo menos 59 pessoas morreram e mais de 500 ficaram feridas pelos tiros, que saíram de cerca de 450 metros de distância.

Homem atira em multidão em Las Vegas, EUA (Foto: Arte/G1)

Homem atira em multidão em Las Vegas, EUA (Foto: Arte/G1)


O coronel Fernando Montenegro, reserva das Forças Especiais do Exército e professor de gestão de segurança e antiterrorismo da em Universidade Autónoma de Portugal, explica que as armas usadas no atentado foram desenvolvidas para conflitos armados, ou ganharam alguma adaptação para se tornarem mais letais. "Armas automáticas foram desenvolvidas para guerra", disse ele.


Como armas automáticas são de uso restrito e controlado nos Estados Unidos, outra possibilidade que ele levanta é a de que o atirador tenha obtido armas semiautomáticas (de comércio livre nos EUA) e usado adaptações para que elas passassem a ter potencial parecido ao de armas de guerra.


Stephen Paddock, o atirador do ataque em Las Vegas, em foto não datada do arquivo de seu irmão, Eric (Foto: Arquivo pessoal/Eric Paddock via AP)

Stephen Paddock, o atirador do ataque em Las Vegas, em foto não datada do arquivo de seu irmão, Eric (Foto: Arquivo pessoal/Eric Paddock via AP)


"Existem dispositivos de adaptação para armas que atuam sobre o gatilho e permitem até dar rajadas com pistolas", explicou ele. Montenegro dá como exemplo o AR-15, um fuzil semiautomático, que pode ganhar "dispositivos de adaptação" como o anti-choque – acoplado à arma, ele permite disparos mais rápidos. "Já vi isso à venda legalmente nas lojas lá no Texas e da Califórnia por apenas U$ 80 [cerca de R$ 300]" diz.


De acordo com o tenente-coronel João Jacques Soares Busnello, da Polícia Militar do Rio de Janeiro, sem a confirmação da polícia sobre quais armas foram encontradas junto ao atirador, não é possível avaliar com certeza, mas a distância entre o atirador e as vítimas aponta para armas capazes de disparar projéteis mais com calibre mais pesado e maior potencial de dano. "É um projétil que extrapola a velocidade do som, chega a mais de mil quilômetros por hora. Ele está em alta velocidade, por isso causa tanta destruição", explicou Busnello.


Montenegro também destacou a força acumulada nos disparos, possibilidade que restringe os tipos de arma e calibre. "A energia cinética é muito grande, mesmo a 300 metros. Pode atravessar até mais de duas pessoas", disse ele. "Pela extensão dos danos, eu não tenho dúvidas que foi um calibre desses."


Vídeos registraram o som das rajadas


As vítimas compunham a plateia de mais de 22 mil pessoas do Route 91 Harvest Festival, um festival de música country ao ar livre. Eram cerca de 22h de domingo (2h, no horário de Brasília) e o público assistia ao show do cantor Jason Aldean quando o atirador, identificado pela polícia como Stephen Paddock, de 64 anos, abriu fogo.


Dois vídeos flagraram o momento do início do ataque, e a confusão que acometeu as vítimas. Um deles, feito por Luke Broadick, que estava perto do palco, do lado esquerdo, mostra que quase dez segundos se passaram entre o início dos tiros e o encerramento da música – Jason e os demais artistas fugiram pelos fundos do palco. Outro vídeo, registrado por Vincente Sager, mostra a confusão das pessoas no local.


A maior parte delas se joga no chão, completamente expostas ao edifício do Mandalay Bay, que aparece ao fundo. Naquele momento, Paddock estava fortemente armado na janela do 32º do cassino e restort. Joseph Lombardo, xerife da polícia de Las Vegas, afirmou que foram encontradas mais de dez armas com o atirador.


Número crescente de mortos


O aumento vertiginoso no número de mortos em poucas horas também é um indício do tipo de calibre usado no atentado. Nas primeiras horas após o atentado, as autoridades falavam em duas pessoas mortas e mais de 20 feridas, boa parte em estado crítico. Cerca de sete horas depois, o número de mortos subiu para 20, e o de feridos, 100. Quatorze horas depois, o total oficial já contava mais de 50 mortes confirmadas, no que já é o maior massacre por armas de fogo realizado em solo norte-americano.


"É um projétil pesado e de mais força. Tem muita força cinética, por isso causa hemorragias e destrói todos os tecidos por onde ele passa", explicou o tenente-coronel Busnello. "E ele tinha o fator surpresa, ele tinha uma população que estava totalmente compenetrada no show. As pessoas demoraram a reagir, para sentir aquilo ali, e isso é um dos motivos da suposta eficiência do atentado ali."


Como tinha muitas armas e não tinha o que Busnello chama de "responsabilidade de alvo", ou seja, não precisava atingir um alvo específico e poupar o que estava ao redor, o atirador pode ter usado mais de uma arma ao mesmo tempo, com suportes, enquanto preparava outras, ou apenas trocado o cartucho ou pente da mesma arma.


Fernando Montenegro diz ainda que, em um cenário como o do atentado de Las Vegas, é "quase impossível" que Paddock errasse um tiro. "Era uma multidão. Normalmente, em eventos desse tipo, você calcula quatro pessoas por metro quadrado. Dependendo do tipo de ângulo do atirador, um tiro poderia transfixar uma, duas ou três pessoas. Às vezes em um tiro só ele atingiu duas ou três pessoas. Por isso teve essa quantidade de pessoas feridas e mortas."


Montenegro afirma que os vídeos indicam pelo menos três rajadas de tiros que soam como os de armas automáticas. Ele explica que é possível diferenciar uma arma automática de uma semi-automática, além dos calibres da munição, pela cadência dos disparos. Um dispositivo que também amplia o poder de destruição das armas semi-automáticas mencionado pelo professor é conhecido como Hellfire. "Na automática você aperta uma vez e o dispositivo fica girando. Se não tem um problema de um cartucho que engaje, ele vai ficar atirando", disse ele. "Não sei por que esse tipo de coisa é vendida nos EUA, se é proibida a arma automática. Acho que fica um pouco sem nexo isso, mas o fato é que permitem a venda. E existem pessoas também que sabem fazer alteração nos mecanismos das armas, adaptação de peças de maneira que nem precise comprar isso."


Atentado difícil de prever


Os especialistas explicam que esse tipo de atentado é difícil de antever e evitar, principalmente em um país como os Estados Unidos, onde a legislação de controle de armas é mais flexível que nos demais países ocidentais. "São todas armas mecanicamente desmontáveis, que podem ser transportadas de várias formas, de várias maneiras", diz Busnello, afirmando que o atirador pode ter entrado no hotel com as armas dentro de malas de viagem comuns.

Montenegro afirma que eventos como o festival de música country em Las Vegas exigem que a equipe de segurança faça ensaios e simulações para preparar a equipe nas estratégias de evacuação.

Hoje em dia, segundo o coronel do Exércio, também já existem tecnologias que detectam disparos e a direção de onde eles saem, ou softwares já utilizado em estádios americanos que detectam eventos como brigas e tumultos, e podem ser integrados ao sistema de áudio para que o público receba alertas gravados. "Esse tipo de tecnologia existe mas não tem essa capilaridade para ser usado em todo evento ao ar livre", diz.

O atentado em Las Vegas, segundo ele, pode fazer com que novos protocolos de segurança sejam criados. "No controle de espaço aéreo só depois do 11 de Setembro o pessoal passou a prestar mais atenção, porque ninguém imaginava que iriam jogar dois Boeing em um prédio. Provavelmente agora, em shows ao ar livre, vão começar fazer análises de risco prévio para que a coisa possa ocorrer com mais segurança."

Por Ana Carolina Moreno, G1

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