Não vai dar em nada!
Sempre disseram todos. Agora, nem sempre todos.
Sergipe encontrou, nos mesmos caminhos de tantos que passam para a História sem nome, os que não se dobram.
Eles vão dizendo que todos somos iguais perante a lei.
Nesse sistema viciado em corrupção, de tanto banalizada, 'vencedores" são saudados por multidões como mais espertos, mais sagazes, mais inteligentes, mais capazes. Os outros, bem, os outros, não passam de tolos, otários.
Como advertiu Sergio Moro, em suas "Considerações sobre a Operação Mani Pulite": A gravidade da constatação é que a corrupção tende a espalhar-se enquanto não encontrar barreiras eficazes. O político corrupto, por exemplo, tem vantagens competitivas no mercado político em relação ao honesto, por poder contar com recursos que este não tem. Da mesma forma, um ambiente viciado tende a reduzir os custos morais da corrupção, uma vez que o corrupto costuma enxergar o seu comportamento como um padrão e não a exceção.
É preciso que TODOS tratem a corrupção como o maior mal da sociedade, e não como algo normal, na base do "todos fazem".
Mas é necessario também não deixar de ouvir os que bradam: "Grito, grito num país que pune homens de bem e dá regalias a elementos totalmente nocivos à sociedade".
Por aqui, este ano, esses mesmos elementos tentaram pegar carona nos espaços motorizados da imprensa para desqualificar uma autoridade do bem. Não encontraram espaços na imprensa do bem.
Bruno, Henrique, Danielle, Euza, Eunice, Rony, Rômulo e Clóvis começam a reescrever a História de Sergipe.
Já os corruptos, que insistem em caminhar na lama escondida debaixo dos tapetes dos palácios da ilusão, no dizer de Elio Gaspari, quando dá tudo errado, dizem que a vaca vai para o brejo. Talvez isso aconteça porque eles gostem do brejo, onde poderão comer melhor.
A cidadania defendida com ações e exemplos por Euza Missano, incansável em sua luta pelos direitos dos quase sempre esquecidos, mesmo depois de seu mal explicado afastamento da Promotoria da Saúde.
O destemor da delegada Danielle Garcia e sua equipe que, ajudados pelo DIPOL, o serviço de Inteligência da SSP, não param de perseguir os rastros da corrupção. Longas noites mal dormidas, estresse, "quer prender todo mundo", "só não prende os deputados"... tudo na conta de quem não abre mão de caçar a corrupção.
Clóvis Barbosa de Melo, que chega ao comando do Tribunal de Contas do Estado legitimado por sua história, graças aos gritos, mesmo os que pareceram surdos, de quem não aceita conviver com a corrupção.
Eunice Dantas, que saiu do gabinete refrigerado para as bimbocas onde se escondem associações que podem ter servido de refúgio para o desvio de recursos de subvenções da Assembleia Legislativa. Com ela, o trabalho incansável do então procurador-geral eleitoral Rômulo Almeida, os dois amparados na autoridade moral deles e de seus colegas procuradores.
No Ministério Público Estadual, Bruno Melo e Henrique Cardoso, ao lado de Jarbas Adelino, comandados pelo procurador-geral de Justiça Rony Almeida, em sua Marcha Contra a Corrupção.
NE Notícias não está falando de Salvadores da Pátria. Esses, nunca existiram, jamais existirão. Salvador, mesmo, tivemos e teremos sempre apenas um.
É muito provável que, aqui e ali, cometam ou já tenham cometido equívocos, e até mesmo injustiças, excessos, embora sempre buscando acertar.
Não são santos.
Carregam todos o fardo de suas fragilidades, fardo infinitamente menor do que a certeza da esperança, que dão a todos os cansados de ter que conviver com tanta corrupção e desrespeito à cidadania, de que Sergipe começa a mudar.
Numa homenagem também a eles, é necessário JAMAIS ESQUECER o que disse a ministra do Supremo Tribunal Federal Cármen Lúcia, ao votar pela prisão do então líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral:
"Na história recente da nossa pátria, houve um momento em que a maioria de nós, brasileiros, acreditou no mote segundo o qual uma esperança tinha vencido o medo. Depois, nos deparamos com a Ação Penal 470 e descobrimos que o cinismo tinha vencido aquela esperança. Agora parece se constatar que o escárnio venceu o cinismo. O crime não vencerá a Justiça. Aviso aos navegantes dessas águas turvas de corrupção e das iniquidades: criminosos não passarão a navalha da desfaçatez e da confusão entre imunidade, impunidade e corrupção. Não passarão sobre os juízes e as juízas do Brasil. Não passarão sobre novas esperanças do povo brasileiro, porque a decepção não pode estancar a vontade de acertar no espaço público. Não passarão sobre a Constituição do Brasil”