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quinta-feira, 26 de abril de 2018

PF desarticula esquema de fraudes em seguro-defeso

PF desarticula esquema de fraudes em seguro-defeso
Caxias do Sul/RS - A Polícia Federal deflagrou nesta manhã (25/4) a Operação Timoneiro, com o objetivo de reprimir fraudes envolvendo a concessão fraudulenta de seguro-desemprego, na modalidade defeso. Estima-se que o esquema criminoso desviou mais de R$ 20 milhões dos cofres públicos, inserindo dados falsos nos registros cadastrais de requerimentos desse benefício (assistência financeira destinada a pescadores artesanais que são impedidos de exercer sua atividade econômica em períodos em que a pesca é proibida).
As investigações tiveram início a partir de um relatório do próprio MTE, que identificou 6.988 requerimentos de seguro-defeso com indícios de irregularidades em decorrência das intervenções indevidas realizadas pelo servidor. Os dados foram analisados pela PF, que contou com o apoio da Coordenação-Geral de Inteligência Previdenciária (COINP), da Secretaria da Previdência, órgão subordinado ao Ministério da Fazenda.
Na operação, foi preso um servidor do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) lotado na Gerência Regional do Trabalho e Emprego de Caxias do Sul/RS, e foram realizadas buscas no seu local de trabalho e sua residência. O fato de não haver pescadores artesanais na cidade não impedia o servidor de efetuar as alterações indevidas nos dados cadastrais dos requerentes, já que ele possuía senhas que permitiam acesso a registros de cidadãos em diversas outras regiões do país. Mais da metade dos saques dos valores desviados, inclusive, foram levantados no Amapá.
O investigado teve prisão temporária e afastamento cautelar do serviço público decretados pela 5ª Vara da Justiça Federal de Caxias do Sul e responderá pelos crimes de peculato, inserção de dados falsos em sistema de informações (Artigos 312 e 313-A do Código Penal) e organização criminosa (Artigo 2º da Lei 12.850/2013).
Será realizada entrevista coletiva às 14h30 de hoje, na Delegacia de Polícia Federal em Caxias do Sul (Avenida Júlio de Castilhos, 150 - 2º andar - Nossa Sra. de Lourdes).

Comunicação Social da Polícia Federal no Rio Grande do Sul
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(51) 3235-9000/9717-3040
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(54) 3213-9000

PF combate distribuição de imagens pornográficas com crianças na deepweb

PF combate distribuição de imagens pornográficas com crianças na deepweb
São Paulo/SP - A Polícia Federal deflagra hoje (26/4) a Operação #UNDERGROUND 2, que visa combater a distribuição de imagens e vídeos com pornografia infantil, em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás, Pernambuco, Maranhão e Acre. Nesta segunda fase, desenvolvida após a prisão de 21 pessoas em 2017, estão sendo cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e 10 de prisão preventiva, nesses Estados.
Após a deflagração da primeira fase, foram realizadas novas investigações na deepweb, que resultaram na identificação de um grupo de produtores de material de exploração sexual infantil. Por meio de modernas técnicas de investigação digital, desenvolvidas pela própria Polícia Federal, chegou-se a um grupo com ações de abrangência nacional, integrado por 13 pessoas que se comunicavam em ambiente cibernético, onde ocorria o comércio das imagens ilícitas.
Segundo apurado, grande parte dos envolvidos efetivamente abusava sexualmente de crianças, registrando as imagens. Numa segunda etapa, reuniam-se em salas virtuais, onde trocavam, vendiam ou simplesmente disponibilizavam os arquivos ilícitos. Algumas das vítimas já foram identificadas. Em alguns casos, foi constatado que o agressor é pessoa do convívio da família da vítima, ou mesmo parte dela.
O crime de publicação de imagens de pornografia infantil prevê pena de 3 a 6 anos de reclusão. Já o estupro de vulneráveis prevê de 8 a 15 anos de prisão.
Haverá entrevista coletiva, às 10h30, no auditório da Superintendência Regional da Polícia Federal em São Paulo, localizada na Rua Hugo D’Antola, 95 – Lapa de Baixo.

Comunicação Social da Polícia Federal em São Paulo
Contato: (11) 3538-5012

PF investiga desvio de recursos públicos da Lei Rouanet

PF investiga desvio de recursos públicos da Lei Rouanet
Cuiabá/MT - A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (26/4) a Operação Apate, contra fraudes na aplicação de recursos públicos da Lei Rouanet. A operação é realizada em parceria com a Controladoria Geral da União e o Ministério Público Federal.
Participam da operação 55 policiais federais e 2 auditores da CGU. Estão sendo cumpridos 13 mandados de busca e apreensão em Cuiabá/MT, São Paulo/SP e Ribeirão Preto/SP. A Justiça Federal deferiu, ainda, o sequestro de valores de 37 contas bancárias, bem como de automóveis e imóveis registrados em nome da empresária e da empresa proponente investigada, além da sala comercial adquirida com a utilização de parte dos recursos públicos desviados. A Justiça Federal deferiu também a suspensão de repasses financeiros de qualquer natureza à investigada ou suas empresas, assim como a suspensão de outros sete projetos culturais em andamento junto ao Ministério da Cultura e sob a responsabilidade da empresária, cujos valores aprovados pelo MinC ultrapassam R$ 9 milhões de reais. Tais medidas foram deferidas pela 7ª Vara Federal Criminal de Cuiabá/MT.
As investigações foram iniciadas em 2017, a partir de uma apuração preliminar realizada pela Controladoria Geral da União – CGU, que identificou indícios de fraudes na execução de um projeto cultural por uma empresária de Cuiabá/MT, cuja empresa teria sido beneficiada pelo Programa Nacional de Apoio à Cultura – PRONAC, instituído através da Lei 8.313/1991 (Lei Rouanet).
As apurações iniciais apontaram que a empresária, ao realizar a devida prestação de contas junto ao Ministério da Cultura – MinC, utilizava notas fiscais e recibos com valores superfaturados ou contendo a descrição de serviços que não foram prestados. Nesta fase inicial, também restou comprovado que, no ano de 2015, as fraudes viabilizaram a locação de uma praça pública por R$ 90 mil.
Com o aprofundamento das investigações, foi possível constatar a ocorrência de inúmeras fraudes na execução de dois projetos culturais nos anos de 2014 e 2015.
No ano de 2014, o Ministério da Cultura – MinC aprovou a execução de um projeto cultural no valor aproximado de R$ 460 mil, sendo constatados indícios que apontam para um prejuízo mais de R$ 162 mil. Já em 2015, o MinC aprovou a execução de outro projeto no valor de cerca de R$ 1,2 milhões, mas indícios apontam para um prejuízo aproximado ainda maior, de quase R$ 700 mil.
Do total de recursos desviados, foi identificado que parte foi utilizada pela empresária para adquirir uma sala comercial, onde funciona a sede da empresa investigada.
Os investigados responderão pelos crimes de estelionato qualificado, falsidade ideológica, uso de documento falso, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Na mitologia grega, APATE era um espírito que personificava a fraude, o dolo e o engano.


Comunicação Social da Polícia Federal em Mato Grosso
cs.srmt@dpf.gov.br | www.pf.gov.br
Contato: (65) 3927-9116 / 99284-8987

PF desarticula grupo criminoso de fraudes bancárias

PF desarticula grupo criminoso de fraudes bancárias
Araguaína/TO – A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (26/4) a Operação Backdoor, visando desarticular grupo criminoso especializado em fraudes bancárias pela internet, nos estados de Tocantins, Maranhão e Goiás.
Mais de 70 policiais federais cumprem 24 mandados judiciais expedidos pela Vara Criminal da Comarca de Augustinópolis, sendo oito mandados de prisão preventiva e 16 mandados de busca e apreensão.
A investigação teve início em decorrência da Operação Cracker, deflagrada em 2017, em Araguaína. Perícias realizadas nos computadores apreendidos de dois investigados identificaram um rol de criminosos especialistas em fraudes via internet. O grupo atuava criando páginas falsas de lojas virtuais e as anunciavam via Facebook. A vítima, ao clicar no anúncio falso, era remetida à página de loja virtual clonada. Achando que se tratava de uma loja virtual verdadeira, a vítima realizava uma compra e pagava o boleto. No entanto, este boleto pago pela vítima era, na verdade, referente a produtos já adquiridos pelos fraudadores na loja virtual verdadeira. Desta forma, a vítima pagava pelo boleto da compra realizada pela quadrilha. O prejuízo foi estimado em aproximadamente R$ 10 milhões.
Os criminosos devem responder pelos crimes de furto mediante fraude pela internet contra instituições financeiras e comerciais, invasão de dispositivos de informática e estelionato cometidos em diversos estados.
O nome da operação faz referência ao nome dado ao software nocivo que era infiltrado no computador da vítima de forma ilícita para realização dos atos criminosos.
Será realizada entrevista coletiva, às 10h, na Delegacia da Polícia Federal em Araguaína/TO.

Comunicação Social da Polícia Federal em Tocantins
Contato: (63) 3236-5440

PF e MPF desarticulam grupo que desviava recurso do SUS

PF e MPF desarticulam grupo que desviava recurso do SUS
Porto Seguro/BA – A Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal, deflagrou nesta quinta-feira (26/4) a Operação Agentes Nocivos, que visa desarticular uma organização criminosa suspeita de desviar verbas do SUS (Sistema Único de Saúde).
Estão sendo cumpridos dois mandados de busca e apreensão, expedidos pela Subseção Judiciária de Eunápolis/BA, nas sedes da Secretaria Municipal de Saúde e no Hospital Municipal, ambos no Município de Guaratinga/BA.
De acordo com as investigações, os suspeitos praticavam os desvios mediante a realização de diversos procedimentos médicos e cirurgias hospitalares fictícias. Tais procedimentos não teriam sido realizados, no entanto, teriam sido pagos com recursos do SUS, repassados para o custeio da saúde do Município de Guaratinga/BA, e desviados ilicitamente em benefícios dos investigados.
Os envolvidos responderão pelos crimes de organização criminosa e peculato.
O nome da operação é uma alusão aos agentes públicos nocivos que causPF am danos à saúde da população.

Comunicação Social da Polícia Federal na Bahia
Contato: (71)  3319-6003

Bastidores da prisão e da resistência de Lula

Lula sempre encarou qualquer outra alternativa a lutar judicialmente contra sua pena como um atestado de culpa. Mas por que então ele cogitou resistir naqueles dias de Sindicato? E acerca disso não há dúvida. Lula, sim, cogitou resistir.


Foto: Ricardo Stuckert


Por Renato Rovai

Naquela quinta-feira, dia 5, a menos de 24 horas após ter seu pedido de habeas corpus negado pelo Supremo Tribunal Federal numa disputa por 6 a 5, que contou com um voto cavalo de pau da ministra Rosa Weber, o ex-presidente Lula recebeu na sede do Instituto que leva o seu nome a notícia de que o juiz Sérgio Moro havia expedido seu mandado de prisão. Eram aproximadamente 18h.
A informação incendiou os grupos de whatsapp que foram sendo construídos na luta contra o impeachment de Dilma e na resistência à sua prisão . Foi neles que as pessoas tentavam saber o que isso significava, para onde Lula ia, se o xeque mate de Moro, que lhe dava até às 18h de sexta para se entregar, seria obedecido e coisas do gênero.

Num primeiro momento alguns falavam que quem quisesse estar com Lula deveria ir para o Instituto, mas rapidamente a informação foi corrigida e ficou claro que a sede da resistência seria o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que já havia sido escolhido anteriormente pelo próprio Lula. “Isso já havia sido definido bem antes. Chegou-se até a discutir a hipótese de ir pra Garanhuns, mas decidiu-se pelo ABC que foi onde ele nasceu como Lula”, revela João Paulo Rodrigues, da direção do MST.
Depois da votação no STF, entre os que grupos que se colocaram à frente na defesa do ex-presidente era sabido que o mandado de prisão poderia acontecer a qualquer momento, mas ninguém esperava que ele seria tão rápido. “A gente saiu da sede do Instituto naquela quinta-feira e disse para o Lula que não haveria prisão naquele momento porque não havíamos exaurido a segunda instância ainda”, contou em debate com este repórter à rádio do MST a advogada Valeska Zanin. “Mas quando estávamos (ela e o marido Cristiano) no carro saindo do Instituto recebemos a notícia que o Moro tinha decretado a prisão e tivemos que voltar pra dizer isso ao presidente”, acrescentou.
Quando o STF negou o habeas corpus a Lula na noite anterior, quarta-feira (4/4), decidiu-se que não se deveria discutir o que fazer naquele clima. E uma reunião foi agendada para o Instituto no dia seguinte. O ex-prefeito de Osasco e atual tesoureiro do PT, Emídio de Souza, junto com o vice-presidente da sigla, Márcio Macedo, foram os responsáveis por convidar tanto pessoas mais próximas a Lula quanto dirigentes nacionais. Entre outros participaram Fernando Haddad, José Genoíno, Rui Falcão e a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, que adiou uma ida sua ao Ceará que estava agendada.
Lula não participou dessa conversa onde se definiu um ato para sexta-feira no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e um evento com intelectuais em São Paulo, que deveria acontecer ou no Largo São Francisco ou na Casa de Portugal. Depois, numa reunião no PT, este ato seria transferido também para São Bernardo. E acabou não acontecendo por conta da decretação da prisão.
Nesta mesma reunião, em que os advogados de Lula informaram que até o dia 10 não haveria a expedição do mandado de prisão, o senador Lindbergh trouxe a informação de que havia conversado com o penalista Celso Vilardi e que ele dissera que havia precedentes. E que, sim, Moro podia decretar a prisão de Lula a qualquer momento. Eram aproximadamente 14h quando isso ocorreu. A informação trouxe apreensão, mas o que havia sido definido foi mantido.
Anúncio pela imprensa
Moro foi coerente em todos os momentos do julgamento que levou Lula à prisão. O juiz de Curitiba sempre dificultou o trabalho dos advogados, autorizando até a instalação de grampos nos telefones do escritório, o que lhe permitiu saber cada passo que a defesa iria dar, segundo Valeska Zanin. Na expedição do mandado de prisão não foi diferente, a imprensa foi informada antes da defesa.
Quando soube da notícia, porque o Brasil já sabia, Lula decidiu tomar a decisão que havia sido definida antes. Foi de carro para o Sindicato dos Metalúrgicos, onde rapidamente começaram a chegar lideranças e militantes. Aquela noite de quinta-feira foi longa.
O MTST que tinha algumas centenas de pessoas acampadas nas proximidades agiu rápido. Eram aproximadamente 20h quando esses militantes chegaram em marcha e montaram acampamento na lateral do Sindicato. Ao mesmo tempo vereadores, deputados, dirigentes sindicais etc. iam aparecendo. Lula se instalou no segundo andar e assumiu uma das salas de um conjunto que ficou interditado e que tinha mais umas cinco ou seis salas por onde se espalharam os visitantes mais ilustres e seus amigos mais próximos e familiares.
O repórter conseguiu entrar e ficar no local. A movimentação era intensa e Lula saia a todo momento para abraçar os que chegavam e fazer selfies. Era ele quem consolava os visitantes. E não ao contrário. Muitos se debulhavam em choro quando o viam, principalmente as pessoas mais simples.
Entre os seus assessores, alguns também não conseguiam conter a emoção. Como disse uma importante liderança do PT ironizando a situação: “aqui o choro é livre, mas a segurança é zero”. Ou seja, era muito simples infiltrar agentes no prédio e mesmo nas salas onde Lula estava. E isso acabou acontecendo, como se soube depois.
Na quinta à noite, Haddad e Dilma estavam entre os que ficaram nesse conjunto de salas. Fórum entrevistou ambos. No momento em que se preparava para conversar com o repórter, Dilma atendeu a um telefonema do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel. No dia seguinte ela mudaria o seu domicílio eleitoral para o estado e anunciaria a sua candidatura ao Senado por lá.
Na conversa, de forma rápida e discreta,  informou Pimentel que a disposição de Lula naquele momento era a de resistir ao que Moro determinara. Dilma achava aquilo arriscado, confidenciou depois ao repórter. Principalmente pelos riscos que um enfrentamento implicava. E na entrevista defendeu que a opção do PT era “a  radicalização da opção democrática”. E que os gestos e atos autoritários teriam de ser exclusividade dos adversários.
A prisão ia se naturalizando com o passar das horas. Poucos ou praticamente ninguém falava em radicalizar na resistência. O que se discutia era como Lula deveria se entregar. Discutia-se, fundamentalmente, a foto. A grande preocupação era a narrativa que circularia pelo mundo. Era a imagem que se teria de Lula naquele momento crucial de sua história política. Por outro lado, uma outra decisão se cristalizava, Lula não se entregaria em Curitiba. Não iria obedecer a determinação de Moro.
O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, cravou: “Lula não vai se entregar em Curitiba porque não tem dinheiro pra ir pra lá”. Era uma forma irônica de avisar o juiz Sérgio Moro de que as coisas não se dariam do jeito que ele queria.
Até quando e como resistir
A militância pedia e de vez em quando Lula saia à janela para fazer acenos. Numa das vezes comentou para os que estavam mais próximos. “Vamos ver como vai estar amanhã.” Era a senha para discutir a resistência. Ele ia decidir o que fazer a partir da quantidade de pessoas que partissem para SBC naquela sexta-feira, 6/4. Como disse uma das fontes da matéria: “claro que seria diferente se tivéssemos 100 mil pessoas cercando o Sindicato”.
Mesmo assim é importante dizer que Lula, para os que conversaram com ele antes da decisão final de Moro, não aceitava nem que fossem discutidas outras opções que não a de cumprir a determinação judicial. Foram vários, incluindo gente graúda do PT e até um dos seus governadores, que lhe recomendaram que se asilasse numa embaixada ou fosse para fora do país e de lá liderasse a resistência. Como resposta, fazia piadas, do tipo: “você quer mesmo se ver livre de mim, né”. Ou ficava com a cara fechada.
Numa dessas ocasiões, disse para um  interlocutor que ele ficasse tranquilo, porque se fosse preso iria virar Mandela. E ouviu uma resposta distinta das que estava acostumado. A de que seus algozes o tratariam na prisão como se fosse um Fernandinho Beira Mar e nunca um Mandela. E que por isso deveria discutir seriamente o asilo político.
Nem essa frase de impacto lhe fez debater o assunto. “Deixa eles fazerem comigo o que quiserem”, teria respondido. “A única defesa que eu tenho é a minha inocência. E quem foge não pode se dizer inocente”, repetia como um mantra.
Lula sempre encarou qualquer outra alternativa a lutar judicialmente contra sua pena como um atestado de culpa.
Mas por que então ele cogitou resistir naqueles dias de Sindicato? E acerca disso não há dúvida. Lula, sim, cogitou resistir. Chegou sim a pensar em “esticar a corda”, como alguns falavam pelos corredores. E pensou em manter o “braço de ferro” com Moro por um tempo maior. Pensava nisso, porque havia os que defendiam que isso forçaria o STF a tomar uma decisão sobre as ADCs. Mas acabou desistindo não por ter sido convencido por A ou por B. Mas por uma série de acontecimentos que foram se desenrolando naquelas horas de resistência.
Quem decidiu tudo foi Lula
“Para mim nunca houve terceira hipótese, era ou entrar numa embaixada ou cumprir o mandado judicial”, afirma o deputado federal Wadih Damus (PT-RJ). “Transformar o Sindicato numa fortaleza e enfrentar a PF para mim nunca foi uma hipótese”, acrescenta. “Mesmo que tivesse muita gente, se eles chegassem ali atirando bomba para tudo quando é lado, haveria dispersão, poderia morrer gente e Lula seria arrancado dali de um jeito muito pior. Eu considero aquele ato trágico da apresentação do Lula uma vitória política”, afirma Wadih Damus.
Damus fala das fotos que rodaram o mundo com Lula nos braços do povo. Em especial a feita do alto por Francisco Proner, um garoto de 18 anos, filho dos advogados Francisco Ramos Filho e Carol Proner.
(Foto: Francisco Proner)
Foi Damus a quem Lula mandou chamar quando decidiu que iria negociar sua “apresentação” na PF. Ao invés de usar o termo se entregar, preferiu-se o “apresentar”.
“Eu nem estava nesta reunião da decisão. O Paulo Pimenta foi me chamar lá fora dizendo que o Lula queria que eu fosse na PF negociar os termos. E aí, por determinação de Lula, fomos eu, o Sigmaringa Seixas e Emídio de Souza”, explica Damus.
Por Lula participaram esses três e pela PF, além do superintendente de São Paulo, também se reuniu via teleconferência o superintendente do Paraná. Ali ficou estabelecido que não seria realizado nenhum ato que pudesse desmoralizar o ex-presidente. Que ele não teria o cabelo raspado ou barba cortada, que o carro que iria busca-lo estaria descaracterizado, que Lula participaria da missa pela dona Marisa no dia seguinte e ainda foi tentado que ele se apresentasse apenas na segunda-feira, mas neste caso, a PF foi irredutível. E topou que isso pudesse acontecer até às 17h do sábado. Ao final, isso acabou se dando apenas às 19h, porque um grupo pequeno mais entusiasmado não permitiu que o carro com Lula saísse da sede do Sindicato, como projetado. E a solução de sair daquela forma e por aquele local foi dos policiais federais. “A PF sabia de tudo que ocorria no Sindicato. Eles tinham o mapa de tudo”, confirma João Paulo Rodrigues.

Sem mocinhos e nem bandidos
Desde que o ex-ministro José Eduardo Cardoso relatou numa reunião na sexta-feira, às 14h, os riscos de uma prisão preventiva, tanto Lula como muitos dos que ainda pensavam em “esticar mais a corda” passaram a confluir para a decisão de não correr esse risco. A prisão preventiva deixava Lula nas mãos de Moro, porque ele ainda responde mais dois processos com o juiz de Curitiba. “Ali naquele momento iniciou-se um debate sobre até onde se podia ir na resistência”, relata um ex-dirigente nacional do PT muito próximo a Lula e a Zé Dirceu.  “Sim, houve debate de posições, mas isso não significa que o resultado implicou em vencedores e perdedores. Quem decidiu tudo foi Lula”, confirma o ex-presidente do PT, Rui Falcão.
PSoL, o MTST e o senador Lindbergh ficaram de um lado. CUT, MST, advogados e quase toda a direção do PT do outro. João Paulo Rodrigues confirma que o MST foi um dos primeiros a se posicionar por negociar. Não havia condições de resistência na sua opinião. Em especial, porque Lula não havia aceitado uma proposta feita a ele pelos dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos e do MST, de organizar um acampamento com umas 10 mil pessoas para permanecer na frente do Sindicato por um longo período, se o mandado de prisão se concretizasse. “Foi ali que Lula se decidiu pelo que iria fazer no dia. Quando nós e os Metalúrgicos propusemos isso e ele não topou”, diz João Paulo. “Ele sabia dos riscos da resistência e não arriscaria um banho de sangue”, confirma Damus. “Nós também nos manifestamos por cumprir a ordem judicial, negociando-a ao máximo, porque sabemos que o Lula é um líder institucional”, disse Walter Sorrentino, que foi designado pela direção do PCdoB para acompanhar todo o processo do Sindicato. “Quando constatamos que havia controvérsia em relação a decisão de se entregar, nos posicionamos por respeitar a decisão que Lula tomasse. O que aliás, foi o que quase todo mundo fez. Lula decidiu por aquilo que achou ser melhor para ele”.  “Em nenhum momento existiu aquela conversa que o Lindbergh relatou ao Paulo Henrique Amorim”, afirma o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS).

SITE DO JORNAL DE SERGIPE ANUNCIA SEU FIM NA INTERNET

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FIM do Jornal de Sergipe

Aos internautas, o nosso agradecimento 

Hoje, 25 de abril de 2018, estamos anunciando o FIM do Jornal de Sergipe.
Queremos agradecer a todas as pessoas que colaboraram para o Jornal de Sergipe ter se tornado o maior jornal digital de Sergipe.
Sem financiamento governamental, sem apoio de político ou partido, e sem investimento inicial algum, alcançamos um público enorme e fizemos a diferença num Estado onde boa parte da mídia é vendida.

Infelizmente a nossa receita (publicidade do Google) caiu em mais de 70% durante os dois últimos anos, não cobrindo sequer os custos mínimos para mantê-lo no ar. Quem acompanha o Jornal de Sergipe desde o começo deve ter percebido a diminuição de notícias nos últimos dois anos. Decisão difícil, mas necessária.
Foram mais de 2 mil matérias. Criticamos os políticos corruptos e hipócritas, alertamos, ajudamos pessoas portadoras de doença com campanhas, isso tudo com a ajuda de vocês. Muitas pessoas foram ajudadas através de vocês, internautas, que acompanham o Jornal de Sergipe.

Queremos agradecer imensamente o respeito e a atenção que vocês nos deram nos 7 anos de Jornal de Sergipe.

Por razões ideológicas, decidimos em não vender o Jornal de Sergipe. Seria triste ver o jornal se tornar palanque para político, o que provavelmente ocorreria.

Fica o meu singelo agradecimento a todos vocês, de coração, pela confiança depositada. Permaneçam de olhos abertos, principalmente agora nas eleições. Os hipócritas sairão da toca. E não acreditem em matérias de mídia que bajula político. Fiquem atentos!
Mais uma vez, obrigado!

Atenciosamente,
Bruno Matos Franco
Fundador do Jornal de Sergipe digital

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NA ESTRADA DA VIDA

Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém...
Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim...
E ter paciência para que a vida faça o resto...

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