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terça-feira, 28 de março de 2017

Sergipe obtém vitória no STJ na cobrança do ICMS sobre contas da Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição

Sergipe e outros estados obtiveram vitória no Superior Tribunal de Justiça (STJ) na cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD), cobrada nas contas de grandes consumidores que adquirem a energia elétrica diretamente das empresas geradoras.
Decisão evitou uma perda anual, apurada com base na arrecadação de 2014, de cerca de R$ 13,4 bilhões para os Estados e DF/ Foto: Pixabay/Divulgação
Decisão evitou uma perda anual, apurada com base na arrecadação de 2014, de cerca de R$ 13,4 bilhões para os Estados e DF/ Foto: Pixabay/Divulgação
De acordo com o procurador-chefe da Especializada do Contencioso Fiscal da PGE, Edson Wander, essa é uma grande vitória para Sergipe. “O impacto anual médio alcançou pouco mais de R$ 50 milhões”, esclareceu.
Conforme levantamento realizado pelas autoridades fazendárias dos Estados e do Distrito Federal, o valor do ICMS sobre a TUSD/TUST corresponde a cerca de 44% do valor do ICMS arrecadado com energia elétrica. A decisão evitou uma perda anual, apurada com base na arrecadação de 2014, de cerca de R$ 13,4 bilhões para os Estados e o DF. Apenas no Rio Grande do Norte, a arrecadação com o ICMS sobre a TUSD/TUST alcançou R$ 220 milhões em 2016. Se acolhida a tese dos contribuintes, a repetição de indébito poderia chegar a R$ 1,1 bilhão, sem atualização monetária.
Trata-se de decisão paradigmática que, pela primeira vez, analisou o mérito da tese defendida pelas Fazendas estaduais, representando uma virada na jurisprudência do STJ, que, até então, vinha decidindo favoravelmente aos contribuintes. A atuação estratégica das Procuradorias estaduais no caso foi essencial para a mudança de entendimento da Corte e demonstra a importância da atuação conjunta e uniforme das PGE’s em defesa dos Estados, tal como ocorreu na defesa do direito dos Estados e do DF à repartição dos recursos relativos à multa da repatriação de ativos.
Apoio
Os Estados e o DF atuaram em apoio à tese da Procuradoria gaúcha, na qual o estado do Rio Grande do Sul é parte no recurso, por meio da Câmara Técnica do Colégio Nacional de Procuradores Gerais dos Estados e do Distrito Federal, distribuindo memoriais conjuntos e despachando com os Ministros da Corte. Votaram a favor da tese dos estados os Ministros Gurgel de Faria (relator), Benedito Gonçalves e Sérgio Kukina.
Da ASN / SE NOTÍCIAS

Temer diz que seu governo não está interessado em “medidas populistas”

O presidente Michel Temer afirmou hoje (28) que o governo não está interessado em medidas populistas e sim em medidas que, se não são celebradas agora, serão reconhecidas no futuro. “[Não estamos] interessados apenas em medidas populistas, de aplauso imediato e desastre depois. O que estamos fazendo são medidas populares, para serem reconhecidas dali em diante. Esse governo não vai desfrutar das medidas que estamos promovendo. Mas os senhores verão que o desfrute será reconhecido”.
Presidente Michel Temer  (Foto: Francisco Beto Barata/PR)
Presidente Michel Temer (Foto: Francisco Beto Barata/PR)
O presidente discursou na cerimônia de sanção da Lei de Revisão do Marco Regulatório da Radiodifusão. Ele citou aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do teto dos gastos públicos  e a reforma do ensino médio como exemplos de “medidas populares”. A fala do presidente ocorre em um momento de intensas negociações do Planalto com a Câmara para aprovação da reforma da Previdência, considerada essencial pelo governo para retomada do crescimento econômico.
Radiodifusão
Com a presença de representantes do setor, Temer sancionou o novo o Marco Regulatório da Radiodifusão, que atende a demandas da área. A expectativa é de que, por meio dela, se consiga simplificar os processos de renovação e transferência de outorgas das emissoras de rádio e TV. A nova legislação foi defendida por diversas entidades presentes na cerimônia de sanção no Palácio do Planalto.
De acordo com a Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel), o texto sancionado simplifica o processamento das renovações de outorga, tendo como “grande mérito a anistia às emissoras que perderam o prazo para ingressar com o pleito de renovação”.
Para a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), a medida é considerada “uma das maiores conquistas” para o setor de radiodifusão nos últimos 50 anos. O presidente da entidade, Paulo Tonet Camargo, disse que as alterações na legislação evitarão que a burocracia continue sendo “um entrave” para a comunicação. “Os radiodifusores há muito esperavam a simplificação. Isso significa um avanço no rumo da desburocratização. A burocracia não pode ser um entrave para a comunicação social em tempos de novas tecnologias”. O diretor de Rádio da Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão (SET), Eduardo Cappia, destacou entre as novidades as facilidades para pedidos de renovação, bem como para os processos de transferência de outorga.
Imprensa livre
Temer elogiou o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, por participar do processo que levou à sanção da lei. Além disso, disse que a lei colabora para a “imprensa livre no país”. O presidente ainda acrescentou que, “em um momento de imprensa livre”, os jornalistas devem relatar os fatos e apontar os erros quando eles ocorrerem.
“Estou fazendo um apelo para que a realidade dos fatos seja convenientemente divulgada e quando erros se verificarem, que sejam denunciados. A crítica, muitas vezes na democracia, faz com que o governante tome o rumo adequado. A imprensa não tem que privilegiar ou não privilegiar. A imprensa tem que retratar adequadamente os fatos”, afirmou Michel Temer.
Da Agência Brasil / SE NOTÍCIAS

segunda-feira, 27 de março de 2017

Gol dá R$ 4 milhões a índios por 'danos espirituais' em acidente

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Quase 11 anos se passaram desde que um boeing da Gol se chocou contra um jato Legacy, em Mato Grosso, matando 154 pessoas. Os destroços estão na mata até hoje e, para os índios que vivem ali, a terra ficou contaminada pelo querosene do avião e marcada para sempre pelo sangue das vítimas. A questão levou a um acordo judicial inédito e milionário: a Gol vai pagar aos índios R$ 4 milhões por perdas materiais e espirituais. Conheça os detalhes na reportagem do Fantástico.

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domingo, 26 de março de 2017

Falcão marca, se emociona, e Brasil vence último jogo oficial do craque pela seleção

Falcão marca, se emociona, e Brasil vence último jogo oficial do craque pela seleção

Falcão entrou em quadra para aquecer e olhou para a torcida. Deu alguns discretos acenos para a arquibancada, fez o seu trabalho de bola e foi para o jogo com uma sensação diferente. Depois de quase 20 anos servindo à seleção, esta seria a última vez que a cena se repetiria em partidas oficiais - um jogo festivo de despedida deve acontecer no segundo semestre em São Paulo. Confirmando o status de mito, o craque de 39 anos teve uma saideira de gala. Gol logo no primeiro toque na bola, assistência e uma bela atuação na vitória por 3 a 2 sobre a Colômbia, na Arena da Barra, no Rio de Janeiro. Já sem Falcão, a seleção deve voltar a jogar em abril, pela Copa América, na Argentina, em data ainda a definir.
O Brasil começou a partida com um quarteto jovem em quadra e com Falcão no banco como de praxe. Jogadores do Sorocaba, Marcel, Leandro Lino e Rocha faziam companhia ao fixo Daniel, da Assoeva. Aos dois minutos, Rocha quase marcou após rebote do goleiro César Mejía. Um minuto depois, Lino chutou forte, e Mejía mandou para escanteio. Como num passe de mágica, PC Oliveira lançou Falcão em quadra e logo no primeiro toque na bola, o camisa 12 emendou de primeira e estufou a rede marcando o seu 385º gol com a camisa da seleção brasileira.

Aos oito, Deives teva a chance de marcar o segundo. No entanto, a finalização do melhor jogador da LNF 2016 foi para fora. Dois minutos depois, foi a vez de o dono da festa também tentar ampliar o placar. Em arrancada pela esquerda, Falcão tentou acertar o canto esquerdo, e a bola triscou a trave. Mesmo com as várias experiências na equipe promovidas pelo técnico PC Oliveira, o Brasil seguiu dominando. Aos 13, Felipe Valério recebeu de Alex e invadiu a área. Mejía saiu bem e fez a defesa.
Vitalidade aos 39: Falcão arranca marcado pelo colombiano Camilo Gómez (Foto: André Durão)

O segundo gol estava maduro e ele saiu aos 14, com Lucas, jovem jogador do Atlântico Erechim. A Colômbia não se entregou e foi buscar a reação. Aos 16, o baixinho Camilo Reyes chutou da ala esquerda e diminuiu para 2 a 1. A três minutos do intervalo, Falcão cobrou falta no canto, e Mejía foi buscar. A recompensa veio a 27 segundos do zerar o cronômetro. Em mais uma cobrança de falta, Falcão ameaçou bater forte, mas serviu Leandro Lino livre na área. O camisa 17 ainda teve tempo de dominar antes de fazer 3 a 1, placar da etapa.
A Colômbia voltou para o segundo tempo a todo vapor. Com menos de um minuto jogado, o árbitro marcou um toque de mão de Nenê na área e assinalou o pênalti. O craque Angellot cobrou com categoria, deslocando Tiago. Os colombianos continuaram partindo para cima, mas o Brasil não se intimidou. Assim como no primeiro tempo, Falcão entrou em quadra por volta do quinto minuto. Aos oito, o camisa 12 arrancou com a bola, e Yulián Diaz parou o mito com um carrinho. Um minuto depois, Falcão quase marcou em um toque de calcanhar, levando a torcida ao delírio
Disposta a estragar a festa, a Colômbia partiu com tudo para cima do Brasil nos minutos finais. A seis minutos do fim, Camilo Reyes carimbou a trave de Guitta, que entrou no lugar de Tiago. Pouco depois, Abril colocou o goleiro corintiano para trabalhar em finalização da entrada da área. O Brasil sentiu e se encolheu. PC Oliveira voltou com Falcão no time titular a três minutos do término. Segundos depois de entrar em quadra, o camisa 12 cobrou mais uma falta com perigo. Aos 18, a torcida brasileira levou um grande susto. Em conclusão da entrada da área, Jorge Cuervo acertou a rede pelo lado de fora. Sentindo o momento difícil, Falcão puxou a responsabilidade para si. Gastando um bom tempo no ataque, o craque usou e abusou dos dribles curtos, ajudando o Brasil a sair com a vitória. Era o fim de uma história de sucesso e glórias. Falcão em ação agora só pela sua equipe, o Sorocaba.

Escalações
Brasil: 
Tiago, Daniel, Leandro Lino, Marcel e Rocha. Entraram: Neguinho, Felipe Valério, Lucas, Arthur, Nenê, Deives, Alex, Falcão e Guitta. Técnico: PC Oliveira.

Colômbia: César Mejía, Yulián Diaz, Camilo Reyes, Stiven Abril e Angellot Caro. Entraram: Camilo Gómez, Jesús Gualdrón, Javier Ortiz, Jorge Cuervo, Felipe Echavarría, Jhonatan Toro, Kevin Mejía e Jhonatan Cárdenas. Técnico: Osmar Fonnegra.

Por Flávio Dilascio, Rio de Janeiro
GLOBOESPORTE.COM

PF deflagra operação de combate a crimes cibernéticos em 5 estados


PF deflagra operação de combate a crimes cibernéticos em 5 estados

Goiânia/GO - A Polícia Federal deflagrou hoje (21/3) a segunda fase da Operação Darkode, a fim de desarticular organização criminosa especializada em fraudes contra o sistema bancário, por meio eletrônico, além da negociação de informações úteis à prática de crimes cibernéticos. 

Estima-se que as ações da organização criminosa tenham causado prejuízo superior a R$ 2,5 milhões, em especial mediante fraudes contra o sistema bancário. 

Cerca de 100 policiais federais cumprem 37 mandados judiciais, sendo 04 mandados de prisão preventiva, 15 mandados de prisão temporária e 18 mandados de busca e apreensão, em residências e em empresas vinculadas ao grupo investigado, com o objetivo de colher provas contra outros integrantes e beneficiários da organização, bem como identificar e apreender bens adquiridos ilicitamente. 

As diligências estão sendo executadas nas cidades de Goiânia/GO, Aparecida de Goiânia/GO, Anápolis/GO e Senador Canedo/GO, bem como nos Estados do Pará, de Tocantins, de Santa Catarina, além do Distrito Federal. 

O líder da organização cumpre pena no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia/GO, imposta por sentença condenatória da 11ª Vara Federal de Goiânia em decorrência da prática de crime cibernético. 

Na primeira fase da operação, deflagrada em julho de 2015, foram cumpridos 07 mandados judiciais em Goiânia/GO, sendo 2 mandados de prisão e 1 de condução coercitiva, além de 4 mandados de busca e apreensão. A ação foi coordenada com forças policiais de diversos países contra hackers que se comunicavam por intermédio de um sítio eletrônico denominado Darkode. 

ENTREVISTA COLETIVA: será concedida hoje, às 9h30, no Auditório da Superintendência Regional da Polícia Federal, localizada na Av. Edmundo Pinheiro de Abreu, 826, Setor Pedro Ludovico, Goiânia - Goiás. 


Comunicação Social da Polícia Federal em Goiás 
cs.srgo@dpf.gov.br | www.pf.gov.br 
(62) 3240-9607 (62) 99190-1618 



*** O nome da operação faz alusão ao fórum internacional intitulado DARKODE, criado em 2007 com o propósito de reunir os maiores e os mais especializados hackers e criminosos cibernéticos em um único ambiente virtual.

PF e Receita Federal fecham 10% das empresas de Guajará-Mirim

PF e Receita Federal fecham 10% das empresas de Guajará-Mirim
Guajará-Mirim/RO – A Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram, entre os dias 14 e 23 de março, a operação Caça Fantasmas, com o objetivo de combater crimes de sonegação de impostos e lavagem de dinheiro.
Policiais federais cumpriram diligências em mais de 120 empresas da região. As empresas fraudulentas foram identificadas por meio do cruzamento de dados e também pelo trabalho de campo de ambas as instituições, que constatou diversas situações, tais como empresas sediadas em terrenos baldios, em escritórios de contabilidade, em imóveis abandonados e em endereços inexistentes.
Aproximadamente 50 empresas serão baixadas, o que corresponde a quase 10% das empresas sediadas no município. Estima-se que a sonegação pode chegar a R$ 10 milhões ao ano, informou a Receita Federal.
A Polícia Federal também apurará crimes como falsidade ideológica, falsidade material e possível associação criminosa.

Comunicação Social da Polícia Federal em Rondônia
Contato: (69) 3216-6238

Não é a pichação, estúpido. É o respeito por uma propriedade que não é sua.

Pichação. Eu poderia apostar que se você acompanha minimamente o debate político no Brasil, essa foi uma das palavras que mais ouviu nesse ano. E a razão é fácil de explicar: João Doria. Desde que foi empossado prefeito da maior cidade da América Latina, o empresário vem travando uma dura batalha contra os pichadores.
A promessa é tolerância zero. Segundo Doria,um projeto de lei que prevê a punição para os vândalos deve ser colocado em breve em votação na Câmara Municipal. O valor da multa para quem for pego pichando? R$ 5.000 para cada muro pichado, R$ 10.000 se reincidente, R$ 50.000 se o estrago acontecer num monumento público. Para isso, Doria promete o maior programa de monitoramento eletrônico que São Paulo já viu, com dez mil novas câmeras de segurança espalhadas pela cidade nos próximos quatro anos.
A medida vem causando duro enfrentamento de parte da imprensa e de influenciadores de opinião, que tratam o combate à pichação como um desrespeito a uma manifestação artística. Em entrevista recente à rádio CBN, Doria chegou a ser questionado pela jornalista Fabíola Cidral se acreditava estar credenciado para determinar o que é arte.
A pergunta é nonsense. Ao contrário do que supõe uma parte da imprensa compromissada em defender qualquer valor encarado como alternativo, fingindo que toda luta subversiva é necessariamente libertadora, a discussão sobre pichação foge da subjetividade.
A premissa é simples. Nenhuma lei de combate à pichação pretende estabelecer uma opinião de arte, mas condenar vandalismos contra propriedades que não pertencem aos pichadores – e um jornalista inapto a entender um princípio tão rudimentar da natureza da notícia é incapaz de formular perguntas minimamente coerentes a seu entrevistado.
Digo, não é como se a arte representasse um valor acima da ordem institucional e fosse permitido aos seus praticantes, da forma mais pretensiosa possível, cometer delitos em nome de um bem maior. Quando o prefeito de uma cidade assina uma determinação que proíbe indivíduos de rabiscarem muros, portões e estátuas, o faz em nome de um direito constitucional, característico das democracias ocidentais: o da propriedade privada. Quando não estabelecemos limites a essa ação, permitimos que qualquer suposto artista redefina a integridade física de objetos que não lhe pertence, em locais públicos (das estantes de bibliotecas às mesas de cirurgia de hospitais) e privados (do muro da sua casa ao veículo parcelado em quarenta e oito vezes que você estacionou no pátio de um shopping center).
Mais do que isso. Como nos conta a Teoria da Janela Quebrada (Broken Window Theory), desenvolvida na década de oitenta pelo cientista político James Wilson e o psicólogo criminologista George Kelling, ambos pesquisadores da Universidade de Harvard, pichações não apenas violam o direito de propriedade, como criam incentivos para o crime.
Difícil entender o motivo? Explico.
Imagine um edifício com algumas janelas quebradas. Não é tão complicado sacar o que acontecerá com o local caso elas não sejam reparadas num curto espaço de tempo: a tendência é que outras pessoas quebrem ainda mais janelas. É um incentivo e tanto, uma placa invisível gigante notificando todos os vândalos da região que aquele espaço é ausente de qualquer proteção. Com o tempo, é fácil prever que algumas pessoas passarão a invadir o edifício e, caso ele esteja completamente desocupado, passarão a ocupá-lo – talvez até mesmo incendiá-lo.
A teoria surgiu em 1969, graças a um experimento realizado por um psicólogo americano chamado Philip Zimbardo, que decidiu deixar um veículo abandonado em duas regiões completamente distintas dos Estados Unidos – o primeiro no Bronx, um bairro pobre de Nova York, e o segundo em Palo Alto, uma cidade desenvolvida na Califórnia.
Os resultados confirmaram aquilo que Zimbardo desconfiava. O primeiro veículo foi imediatamente danificado pela população local. O segundo permaneceu intacto durante a primeira semana, mas não durou muito mais que isso – o próprio Zimbardo decidiu quebrar uma janela com uma marreta para ver o que aconteceria em seguida e em pouco tempo o veículo passou a ser danificado e vandalizado pela população local.
A interpretação é a mais simples possível: as normas sociais de convívio em sociedade são totalmente ignoradas quando as pessoas percebem que ninguém se importa com os atos de vandalismo.
Em resumo, segundo a Teoria das Janelas Quebradas, caso a população e as autoridades públicas não se preocupem com os pequenos atos de marginalidade, como o de uma pichação num monumento público, induzirão as pessoas a acreditarem que nos locais vandalizados ninguém se importa com a desordem pública. E o resultado inevitável desse incentivo? A prática de delitos mais graves naquele local.
É exatamente isso que acontece nesse momento no Espírito Santo, com os protestos dos familiares dos policiais militares impedindo a ação da polícia. A completa ausência de controle da ordem pública cria uma sinalização, um incentivo para a prática de delitos como o testemunhado no vídeo abaixo.
E é por isso que condenar a pichação está longe de ser um ato ideológico. É uma política de segurança pública e de reconhecimento de um direito básico constitucional. Quer dizer, não é como se Doria estivesse inventando algo inédito para justificar tamanho alarde de setores da imprensa. No Brasil, nos últimos anos, inúmeros prefeitos, de diferentes partidos e identidades políticas, apertaram o cerco contra os pichadores. Foi o caso de Luciano Rezende, do PPS, em Vitória; de Pedro Bigardi, do PCdoB, em Jundiaí; de Gustavo Fruet, do PDT, em Curitiba; de Carlinhos Almeida, do PT, em São José dos Campos; e de Jonas Donizette, do PSB, em Campinas. Exemplos não faltam.
Nos Estados Unidos o cenário também se repete: democratas e republicanos condenam a pichação.
O democrata Richard M. Daley, prefeito de Chicago entre 1989 e 2001, chegou a aprovar uma portaria na cidade proibindo a venda e a posse de tinta de spray (a multa pode chegar a $ 500). Em 1993, ele criou o Graffiti Blasters, um programa para eliminar as pichações da cidade.
Outro democrata, Ed Koch, apertou o cerco contra os pichadores em Nova York nos anos 80. E se você não faz ideia do caos que a Big Apple estava inserida nesse tempo – e nem assistiu a primeira temporada de The Get Down, na Netflix – pode entender melhor o tamanho do problema com as imagens abaixo.
A mais completa bagunça, não?
No início da década seguinte, o cerco se fechou completamente com outro prefeito, o republicano Rudolph Giuliani, que implementou a política de “tolerância zero” contra os pichadores. Como ele mesmo contou, em 2013:
“Realmente, essas pequenas coisas fazem grande diferença, para que as pessoas abracem a ideia de uma sociedade com leis. Em Nova York, tínhamos duas manifestações como essas, que precisaram ser contidas. A primeira foram os pichadores. Passamos a prendê-los por danos a propriedades públicas e privadas, aos pontos de ônibus e metrôs. E outra eram aquelas pessoas que entravam na frente dos carros e constrangiam os motoristas pedindo dinheiro para limpar as janelas dos seus carros.”
Aos poucos, as pichações deixaram de ser consideradas manifestações toleráveis. E uma das cidades mais violentas do planeta, que chegou a ter 2.262 homicídios num único ano, caiu para a sua menor marca em cinquenta anos, se tornando uma das cidades mais seguras do mundo.

Ou seja: como política pública, a tolerância zero à pichação não resolveu isoladamente o problema da violência urbana em Nova York. Mas ao criar um sistema de incentivos que sinalizava a presença de boas instituições na manutenção da ordem, atuou como um pontapé para que a diminuição da criminalidade, construída em conjunto por distintas ações do poder público, alcançasse os 80%Se considerarmos que os mais atingidos pela violência na cidade nos anos oitenta eram justamente os moradores dos bairros mais pobres, é possível dizer que a solução não apenas ajudou a valorizar o metro quadrado dessas regiões, como a torná-las mais seguras e desenvolvidas. 
Medidas como a adotada em Nova York, não por acaso, se repetiram com sucesso ao redor do planeta. Só nos Estados Unidos, segundo estimativas, o gasto para “monitor, detectar, remover e reparar danos de pichação” atinge entre $ 15 e $ 18 bilhões por ano.
Em Los Angeles, um pichador que causar um estrago maior que $ 400 a uma propriedade pode ter que arcar com uma multa de $ 10.000 e um ano de prisão. Se o estrago custar menos do que $ 400, a multa cai para $ 1.000 e a condenação para seis meses.
Em Londres, há uma pena fixa para a pichação de £ 75 (algo próximo dos R$ 288). A tabela foi fixada pelo Clean Neighborhoods and Environment Act, em 2005. Para pichações maiores, que causam danos graves à propriedade ou que contenham conteúdo racista, a multa pode chegar a £ 5.000 (R$ 19.500) e seis meses de prisão.
Em Mumbai, a multa para pichadores pode chegar a ₹ 50.000 (próximo dos R$ 2.320) e até um ano de prisão.
Em Dubai, as multas começam em $ 136 e vão dobrando conforme a reincidência.
Em Barcelona, as multas dependem do estrago causado pelo pichador – algo entre € 750 e € 1500. Se o estrago acontecer em monumentos ou prédios públicos, a multa pode chegar a dobrar, alcançando os € 3.000 (próximo dos R$ 10.100).
Em Detroit, a multa também depende dos danos causados à propriedade. A pena máxima pode chegar a $ 15.000 e 10 anos de prisão.
Em Berlim, uma mulher já foi obrigada a pagar uma multa de € 7.000 por pichar uma parede.
Em Singapura, um dos países economicamente mais desenvolvidos do planeta (e dos mais seguros, com uma média de 0,2 homicídios a cada 100 mil habitantes), um pichador pode ser condenado a 8 chibatadas, uma multa de $ 1.471 e três anos de prisão. Em 1994, um adolescente americano chegou a ser punido no país, apesar de umpedido de clemência feito por Bill Clinton.
No Brasil, penas duras também já são aplicadas, sem grande comoção da imprensa. DeSinop, no Mato Grosso, a Santa Maria, no Rio Grande do Sul.
Em Curitiba, a atual multa para pichadores é de R$ 1.804,88 e para o estabelecimento que vende spray para menores alcança R$ 4.512,20 na primeira infração e R$ 9.024,40 na reincidência. Na terceira punição, o alvará comercial é cassado. Em 2015, a prefeitura atendeu 1.107 denúncias que resultaram no encaminhamento de 201 infratores pegos em flagrante.
Em Vitória, quem for flagrado fazendo pichação deve pagar uma multa de R$ 9.007,80 aos responsáveis pela propriedade atingida. Para Luciano Rezende, o prefeito, então no Partido Comunista do Brasil quando a aplicação da medida, a intenção da lei é criar um ambiente de maior segurança à capital capixaba.
Mesmo no estado de São Paulo não faltam exemplos de duras punições que não receberam o menor destaque da imprensa nos últimos anos.
Em Campinas, a multa para os estabelecimentos que forem pegos vendendo sprays de tinta para menores (ou que vendam para maiores sem a assinatura de um termo de responsabilidade pela aquisição e comprovação de endereço completo) pode chegar a R$ 12.402,40.
Em Taubaté, a multa aos pichadores alcança os R$ 15.000, com pena de um ano de prisão. Em Bauru, o valor mínimo da multa é de R$ 2.014,00. Em Sorocaba, ela atinge R$ 3.018,98. Em Mogi das Cruzes, R$ 6.461,00.
Ou seja: leis contra a pichação, como a que Doria promete estabelecer em São Paulo, não são novidade em qualquer lugar desenvolvido no planeta e mesmo em grandes cidades brasileiras já são aplicadas sem o menor alarde. 
Na maior capital do hemisfério sul, no entanto, por mera birra política, o debate em torno de suas consequências foi abandonado pela razão e partidarizado sem o menor pudor, pelos motivos mais mesquinhos possível. Por aqui, a julgar certo tom da imprensa e de seus “especialistas”, o vandalismo permanecerá gourmetizado e a depredação politizada. E tudo por um suposto ideal libertador que na prática violenta de modo ainda mais contundente as camadas mais pobres da população.
No Brasil até o progressismo é uma ode ao atraso.
Spotniks

NA ESTRADA DA VIDA

Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém...
Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim...
E ter paciência para que a vida faça o resto...

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