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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Ética e Imprensa



"...depende da flexibilidade..."


Flexível, muito flexível o tal jornalismo de hoje. Está claro que entre o certo e o errado se tem optado pelo mais cômodo diante dos fatos. A imprensa se deixa levar por interesses pessoais, e desta forma não cumpre seu único e exclusivo papel social: democratizar.

Os meios de comunicação de massa muito têm feito não só para ter a atenção do público, mas principalmente a "tão cobiçada" audiência. Nesta luta acirrada, maior número de acessos online ou maior número de compradores, vale tudo: os mais diversos programas e as mais bizarras formas de apresentar um conteúdo que não serve para nada. O pior é que a imprensa vai pelo mesmo caminho.

Preocupado com a forma que os profissionais da informação estão exercendo a profissão, o jornalista Eugênio Bucci escreveu o livroSobre Ética e Imprensa, em que os erros mais graves nas redações são apontados, assim como formas de resolvê-los. As relações imprensa-cidadão, imprensa-empresa e imprensa-política são analisadas, sendo pesado quem é o ganhador e o perdedor em qualquer uma das três. A preocupação é com a ética na imprensa que, por pouco, não deixa as páginas do impresso ou da web, as ondas do rádio e a tela da TV e entra para os arquivos em museus.

A diferença que deveria haver entre mídia e imprensa quase não existe. O entretenimento e a ficção - marca registrada da mídia -, têm manchado um jornalismo que deveria estar comprometido somente com fatos e idéias. Nestes parâmetros, a imprensa mente, distorce e omite. Os interesses pessoais marcam as entrelinhas de cada texto jornalístico e quem perde é o público desavisado. 

E não somente os repórteres têm influência direta de empresas privadas ou políticos: os "cabeças" dos grupos da imprensa, também têm cabeças feitas por essa gente tipicamente capitalista. E como não bastasse, as redações recebem "pacotes de notícia" elaborados por relações públicas, de todo e qualquer tipo de empresa que quer divulgar produto.

Com essas influências mediadas por interesses pessoais, a imprensa perdeu sua liberdade, e o público o direito a informação, a verdade. Muitos dos conflitos de interesses nas redações deveriam ter a participação do público, afinal, é para ele que a notícia é feita, e é ele quem paga por ela. 

Um dos grandes erros da imprensa é não gerar mais conflitos de idéias. O jornalismo leva apenas uma mera informação ao público, deixando de induzir o público a um pensamento mais crítico. Se o jornalismo tem um papel social a desempenhar, ele não deve ser encarado como um "negócio", como é visto nos grandes conglomerados da mídia ou com a crescente aproximação entre o jornalismo e o entretenimento. O jornalismo deve se posicionar a favor da democracia e educar seus leitores, ouvintes, telespectadores e internautas para serem cidadãos.

A ética jornalística apela para a verdade que deve ser revelada ao público. No impasse sobre o que é a verdade, a posição que o repórter assume deve ser a isenção diante das inúmeras facetas de um único fato. Isto exige do repórter a responsabilidade sobre tudo o que é publicado. Não tem como o público acertar em uma conclusão, quando ele só tem parte do fato à sua disposição. Ou quando mesmo com inúmeras interpretações diferentes, todas falam a favor "ou só da direita ou só da esquerda".

Como o próprio autor ressalta, nem sempre a verdade pode ser oferecida, mas isto não impede que a confiabilidade esteja ao alcance do público. O leitor compra um jornalismo comprometido com os fatos e credível, não um jornalismo infalível. Na ética de imprensa, na ponta da pirâmide não fica a própria imprensa, que dita o que o público deve receber, mas o próprio público. A imprensa é subordinada a este público.

E nem sempre "tudo depende da flexibilidade do rabo da lagartixa". Como o próprio Eugenio Bucci diz: "notícia é 'socialmente' notícia e não apenas uma novidade".

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NA ESTRADA DA VIDA

Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém...
Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim...
E ter paciência para que a vida faça o resto...

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