Fundada em no dia 20 de agosto de 1914, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) nasceu sob o nome de Confederação Brasileira de Desportos (CBD), responsável não só pelo futebol, mas também por outras modalidades esportivas no país. Apenas em 1979, a entidade passou a se dedicar exclusivamente ao futebol, adotando o nome atual.

O primeiro presidente foi Álvaro Zamith, que comandou a entidade entre 1915 e 1916, num período em que o futebol ainda dava seus primeiros passos no Brasil. A partir daí, a CBF se consolidou como uma das organizações esportivas mais impactantes do mundo, tanto pelas conquistas dentro de campo quanto pelas crises e polêmicas fora dele.
Nomes emblemáticos passaram pelo comando da entidade. João Havelange, que presidiu a CBF de 1958 a 1975 e deixou o cargo para assumir a presidência da FIFA, foi um deles.

Após a saída de João Havelange, quem assumiu o comando da CBF foi Giulite Coutinho, responsável por liderar a entidade em um dos períodos mais emblemáticos e, ao mesmo tempo, frustrantes da história da Seleção. Sob sua gestão, o Brasil participou de duas Copas do Mundo. Na Espanha, em 1982, a equipe dirigida por Telê Santana, com um futebol encantador e jogadores como Zico, Sócrates e Falcão, conquistou o mundo, mas acabou eliminada pela Itália, em uma derrota histórica que ficou marcada como a “Tragédia do Sarrià”. Quatro anos depois, no México, em 1986, o roteiro voltou a ser cruel: o Brasil caiu nas quartas de final, nos pênaltis, diante da França, no episódio lembrado como o “Drama de Guadalajara”.

Na sequência, Octávio Pinto Guimarães herdou uma CBF abalada, tentando reorganizar a casa após o fracasso em 1986. Seu período ficou fortemente marcado pela polêmica criação da Copa União, em 1987, encabeçada pelo Clube dos 13. A disputa, que excluiu parte dos clubes brasileiros, escancarou uma divisão no futebol nacional e gerou um racha institucional com a própria CBF, culminando na realização de dois Campeonatos Brasileiros paralelos — uma crise que só foi solucionada no ano seguinte, com a unificação dos títulos.

Vieram depois gestões igualmente controversas, como a de Ricardo Teixeira (1989–2012), alvo de diversas investigações; José Maria Marin (2012–2015), preso no escândalo de corrupção da FIFA; e Marco Polo Del Nero (2015–2017), banido do futebol por práticas ilícitas.
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O cargo acabou sendo ocupado interinamente por Antônio Carlos Nunes (2016–2019), conhecido como Coronel Nunes, até a eleição de Rogério Caboclo (2019–2021), que foi afastado após denúncias de assédio moral e sexual. Naquele mesmo ano, assumiu interinamente o baiano Ednaldo Rodrigues, ex-presidente da Federação Bahiana de Futebol (FBF). Ele foi efetivado em 2022, por meio de um acordo judicial que, no entanto, foi anulado no último dia 15 de maio pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ).
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A decisão não apenas determinou o afastamento de Ednaldo, como também impôs a realização imediata de novas eleições, entendendo como nulas as reformas estatutárias feitas em 2022 e 2024. A medida foi ratificada na Assembleia Geral Extraordinária deste sábado (24), que reconheceu a legitimidade do novo pleito e validou todo o processo eleitoral — acompanhado de perto por observadores da FIFA e da CONMEBOL.
É nesse cenário que a CBF realiza, na manhã deste domingo (25), a eleição para escolher seu novo presidente. Samir Xaud, atual presidente da Federação Roraimense de Futebol (FRF), surge como favorito. Único candidato na disputa, ele tem apoio declarado de 25 das 27 federações estaduais, além do respaldo de dez clubes.
Se confirmado, Samir será o 21º presidente da história da CBF, assumindo uma entidade que vive mais uma de suas frequentes crises institucionais, com o desafio de restaurar a credibilidade, reorganizar os estatutos e conduzir o futebol brasileiro de volta a um ambiente de estabilidade — dentro e fora de campo.
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BAHIA NOTÍCIAS / Thiago Tolentino, do Rio de Janeiro