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quinta-feira, 13 de outubro de 2016

‘Só vou encerrar a greve de fome quando o poço for consertado’, diz professora!

A professora Fátima Araújo iniciou uma greve de fome na última segunda. Ela mora no sítio Camurupim, zona rural de Mossoró


A professora Maria Fátima Araújo de Lima tomou uma atitude radical e anunciou em vídeo publicado em redes sociais que iniciou uma greve de fome pedindo a perfuração de um poço na comunidade rural Camurupim, em Mossoró. O vídeo foi gravado na última segunda-feira, 3, e ela lembra que onze anos atrás também fez uma greve de fome.

“Gente hoje são três de outubro de 2016. Está faltando apenas 28 dias para completar onze anos que eu fiz uma greve de fome e estou novamente aqui para anunciar para todos que vou fazer novamente. Estou fazendo a partir de agora uma greve de fome”, iniciou o vídeo Fátima Araújo.
A reportagem do DE FATO.COM esteve na comunidade e verificou a veracidade das informações da educadora e a confirmação da greve de fome.



“Eu só estou tomando café preto, que eu sou viciada e não posso deixar de tomar, e água. Quando eu entro em uma causa não é para perder. Estou decidida de prolongar essa greve de fome até o poço ser consertado. Não sei quantos dias vai durar, mas só vou encerrar quando ele estiver consertado”, disse Fátima Araújo convicta de sua posição de não ceder.

Ela ainda ressaltou que todos foram pegos de surpresa com a atitude e que a comunidade só veio tomar conhecimento nesta manhã quando o vídeo da professora começou a ser compartilhado.


“Eu iniciei ontem (segunda) a greve de fome. Somente uma pessoa sabia que eu faria a greve e pediu que eu não fizesse. A comunidade veio saber hoje. Eu neguei a diretora de minha escola e aos meus filhos que me pediram para não fazer essa greve de fome. Todo mundo está preocupado com essa situação, as irei até o fim e só vou acabar com o poço for consertado”, falou a professora.
Fátima Araújo lembra que o poço da comunidade está quebrado há quase dois meses e não há perspectiva de conserto.


“O poço do sítio Camurupim onde eu moro está no prego há quase dois meses. As autoridades sabem e já vieram pessoas da manutenção e só fizeram olhar e voltaram. Enquanto isso, moradores da comunidade estão indo buscar água há quilômetros e quilômetros de distância correndo risco e isso eu não posso aceitar”.


O senhor José de Azevedo Soares mostrou como a água sai do cano. Ela vem limpa, mas começa a ficar barrenta quando vai chegando ao final.
Outro ponto que preocupa Fátima Araújo é no tocante as famílias da comunidade que precisam se deslocar por muitos quilômetros arriscando a própria vida para ter água em casa.



“O pessoal daqui está se arriscando em pegar água em outros lugares. Eles vão em motos e carregam galões. O exército até fornece água para a gente, mas não vai ser para toda a vida.
Segundo Fátima, a greve de fome só se encerrará quando o poço da comunidade for consertado e atitude tomada agora era para que o protesto não fosse visto com algo político em virtude das eleições municipais ocorridas no último domingo, 2.


“Eu só fiz esse vídeo ontem para mostrar as pessoas que esse meu protesto não tem nada a ver com algo partidário. Quero deixar claro para as pessoas que isso aqui não é um ato partidário”, finaliza Mária de Fátima.


FONTE: Jatão Vaqueiro

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