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quarta-feira, 31 de julho de 2013

Jornalismo em tempos de liberdade de percepção



Maria Ísis*
As tecnologias utilizadas nas manifestações brasileiras de junho e julho de 2013 mostram que, mais do que liberdade de expressão, queremos liberdade de percepção. A sociedade quer se contar através das redes sociais virtuais, de vídeos amadores que viram hits no YouTube, do ativismo de  Twitter, do humor de protesto no Facebook.

E a liberdade de percepção questiona o nosso próprio lugar. O mundo precisa de jornalismo para quê? Quantas versões sobre um fato são publicadas no Facebook em tempo real? Qual o grau de legitimidade das postagens que aparecem na sua timeline? Estamos em xeque-mate.

Este é o mundo de hoje. O smartphone, o tablet e o computador são mais uma janela para o real. O Skype é mais um jeito de conversar olho no olho. A nuvem de tags funciona como um antigo mural , mas o futuro não é a mera tecnologia. O passado também não. O que seria da roda se não fosse a ideia de fazê-la girar?

Não falo da técnica como mero aparato tecnológico. Retomo o sentido do termo grego ‘techné’, que remetia a um saber fazer, a uma destreza, habilidade de expressar e perceber. Foi esse o convite feito aos dez estudantes da quarta turma do Programa Jornalismo de Futuro: pensar modos de fazer jornalismo através do uso das novas tecnologias.

Muito se fala do futuro do jornalismo. O jornal impresso vai acabar? A internet substituirá a TV? Pouco importa. Seja multimídia, na web ou em 3D, o que queremos é contar boas histórias. Artistas que sobrevivem fora da indústria; telefones que de tão espertos dão pitacos na saúde; jovens que vão às ruas, mas também fazem da internet novas arenas de debate político; gente que desafia os paradigmas da educação, quando subvertem a norma do ensino escolar, e da família, como os homens que criam seus filhos sozinhos. São estas as histórias publicadas hoje pelo CORREIO, que desafiou estudantes de jornalismo a assumir a redação por um dia.

O exercício proposto foi aproximar expectativa e experiência, futuro e passado. Na expectativa, todos os grandes valores do jornalismo: a objetividade, a atualidade, a importância do fato, o poder de síntese, a busca pela verdade. Na experiência, o confronto com as várias verdades de uma mesma história, o corpo a corpo nas ruas que está fora dos manuais, a emoção de se envolver com outras vidas, as possibilidades digitais infinitas de entregar a informação de um modo mais interativo e surpreendente. Esta é nossa missão: ajudar o mundo a fazer sentido. Para isso, temos que ouvir não somente as ruas e os poderes instituídos, mas temos de entender o poder do espaço virtual.

O jornalismo, que tem os pés tão fincados no presente, já mostrou que reescrever o que passou ajuda a estimar o porvir. Não há emancipação do futuro em relação ao passado. O futuro é o instante seguinte. Já nos pertence. E sobre o passado, não há nenhuma libertação possível.

*  Maria Ísis é jornalista e consultora do programa Jornalismo de Futuro

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NA ESTRADA DA VIDA

Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém...
Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim...
E ter paciência para que a vida faça o resto...

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