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quarta-feira, 27 de março de 2013

Pior estiagem dos últimos 50 anos causa prejuízos no interior da Bahia



O produtor rural Humberto Miranda Oliveira, de Miguel Calmon (235 quilômetros de Serrinha),
 já perdeu mais de 20% do seu rebanho. Parte da culpa é da pior seca que a Bahia
 já viu nos últimos 50 anos.

Para se manter em um ambiente hostil como esse, o produtor rural simplifica a solução
 encontrada: “É uma vaca comendo a outra. Todo mês, temos que vender duas
 ou três vacas para sustentar o restante do rebanho”.

Em uma tentativa de chamar a atenção para a situação, a Federação da 
Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb) marcou para a próxima terça-feira (26), 
em Salvador, uma reunião com mais de 40 sindicatos rurais de todo o estado.

Também presidente do Sindicato Rural de Miguel Calmon, Oliveira lembra que são 
os médios e pequenos produtores que estão sofrendo mais. 
“Nos pequenos povoados dos arredores de Miguel Calmon temos as viúvas dos
 maridos vivos”, relata. Isso porque os pequenos produtores, que tinham entre 
15 e 20 cabeças de gado, ou tiveram que vender seus animais ou os viram morrer. 
O resultado é que os homens do campo estão deixando a família na Bahia e indo cortar
 cana em São Paulo, Minas Gerais e Goiás.

“Os pequenos produtores rurais que ainda estão aqui estão endividados e sem seu patrimônio original. É como se você tivesse perdido o seu carro e seu apartamento”, exemplifica Oliveira 
sobre a perda de um patrimônio de toda a vida.

O presidente da Faeb, João Martins da Silva, dá outro exemplo do cenário da seca na Bahia. Segundo ele, os médios produtores estão virando pequenos e os pequenos estão 
desaparecendo. “Seus animais morreram e eles foram liquidados. Não tivemos o amparo de ninguém. Nem do governo federal, nem do estado”, acrescenta Silva sobre os 
pequenos produtores.

Burocracia - Sobre empréstimos oferecidos pelo governo, Silva diz que a burocracia é grande e, quando eles são concedidos, o gado ou a safra já não resistiu. “Se você me perguntar se eu acredito que a reunião irá resolver algo, eu acredito que não. Mas precisamos fazer esses produtores exporem seus problemas”, desabafa.

A seca está atingindo agora seu grau máximo, porque as chuvas esperadas até
 o fim deste mês ainda não vieram.

Na carta divulgada ontem chamando a sociedade para o encontro, 
a Faeb questionou as promessas políticas: “Em 2012, quando a situação já era bastante 
grave, foram anunciadas várias medidas emergenciais, com obras como 
barragens subterrâneas, poços e implantação de reservas estratégicas de alimentos.

Em nome dos produtores do semiárido baiano, questionamos: onde estão esses poços? 
Quantas barragens foram construídas? Quantas pessoas foram beneficiadas? 
Onde estão essas obras emergenciais? O que está sendo feito de concreto?”.

Ainda não há estimativa dos prejuízos, mas Silva exemplifica que o gado antes 
vendido por R$ 1.800 está saindo por R$ 600, um terço, portanto.

Governo - Segundo o secretário da Agricultura, Pecuária, Irrigação e Reforma 
Agrária do estado (Seagri), Eduardo Salles, muito foi feito,
 mas “nunca vai ser suficiente em função da dimensão da seca”.
 Segun do ele, o governo estendeu de 6 mil pessoas atendidas pelo 
seguro-safra, em 2006, para 220 mil pessoas atendidas no último ano. 
O seguro é de R$ 1.520 e ofertado ao agricultor que perde toda a produção.

Salles também lembrou que o governo ganhou R$ 22 milhões para a construção de barragens subterrâneas. Agora, estariam na fase de comprar as retroescavadeiras para cada município construir a sua própria barragem. “Estamos com recursos para a doação de 40 mil ovinos 
e caprinos. Só não fizemos essa doação ainda porque sabemos que, nas condições atuais, 
os animais morreriam de fome”, comentou. O secretário prometeu estar presente na
reunião para discutir com os produtores. A Casa Civil do governo do estado, responsável
 pelas ações emergenciais, não comentou o assunto.

Prejuízos - O produtor de leite José Rocha Pires Veloso, de Jacobina, 
viu sua produção cair de mil litros por dia para 300 litros e não consegue 
visualizar uma estratégia para sair dessa situação.

“Não acredito em nenhuma atitude efetiva. Só mesmo se vier a chuva. Só uns 10 anos para reavermos o que perdemos nessa seca. Acredito que já estamos em uma situação de
 calamidade”, diz. Dos seus 12 funcionários, hoje só sobraram três.

No último balanço, publicado no dia 9 de março, o governo decretou Situação 
de Emergência em 214 municípios por causa da seca. (Correio)

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NA ESTRADA DA VIDA

Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém...
Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim...
E ter paciência para que a vida faça o resto...

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