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UM GIRO NO NORDESTE

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

SAUDADES


 


Os vaqueiros nordestinos são personagens indispensáveis nas fazendas sertanejas, são verdadeiros heróis cuidando da boiada e do afazeres das fazendas, é o amigo do gado, sempre zeloso e carinhoso conhece cada rês pelo mugido ou às vezes até pelo rastro.
Por vezes embrenha-se nas caatingas espinhosas montado no seu querido e inseparável cavalo alazão em busca de um boi fujão que se dispersou do restante da boiada, vai correndo mato adentro no encalço do fugitivo até alcançá-lo com seu laço certeiro, após prendê-lo na corda amarra o bicho no tronco de uma árvore coloca-lhe um chocalho e uma “careta” e assim o animal dominado vai sendo levado por ele até chegar ao curral.
Quando envelhecem vêem-se obrigados a afastar-se de sua luta e muitas vezes são desprezados pelos patrões para quem trabalharam a vida inteira, e terminam seus dias sempre lamentando por não poderem mais cuidar do seu rebanho e ficam a amargar suas agruras longe das fazendas nas periferias das pequenas cidades do interior.
O poema abaixo é dedicado a esses heróis do Sertão!
A HISTÓRIA DE UM VAQUEIRO VELHO!!!
(causo)
Dotô eu fui um vaqueiro
Afamado no sertão
Nunca vi boi mandingueiro
Pra eu num botar no moirão
Eu fazia por capricho
Por grande que fosse o bicho
Podia ser vaca ou touro
Eu dominava o incréu
Honrando assim meu chapéu
E o meu gibão de couro
Na caatinga ou no cerrado
Mato grosso ou capoeira
No meu alazão montado
Quebrava rama e madeira
Passava de qualquer jeito
Levando tudo no peito
Que tivesse no caminho
E assim sem temer nada
Juntava toda boiada
Sem companhia, sozinho
Sem temer qualquer perigo
Eu me embrenhava no mato
Sem ter moleza comigo
Pegava a vaca ou um boiato
Por mais que fosse valente
Nunca vi onça ou serpente
Que me fizesse sobraço
Vencido pela idade
Hoje ainda sinto saudade
Do tempo que eu era moço

Jurema unha-de-gato
Cipó-de-boi macambira
Riacho rio regato
Caipora ou curupira
Nunca me fizeram medo
Quer saber o meu segredo?
Era e sou a Deus temente!
Com fé Nele eu avançava
E nada me assombrava
Nem visagem e nem vivente
Nunca deixei de enfrentar
A vaca braba parida
Mesmo que fosse arriscar
Até minha própria vida
Fazia um estardalhaço
Mas, prendia ela no laço
E com uma manha, um jeitinho
Eu dela me aproximava
E num instante eu colocava
Pra mamar o bezerrinho
Eu que vivi essa vida
Hoje me vejo afastado
Da minha terra querida
E daquela luta do gado
Não posso ter alegria
Pois tudo que eu mais queria
Era vestir meu gibão
Por isso vivo tristonho
Porque o meu maior sonho
É de morrer no sertão
Que o solo sertanejo
Seja meu ultimo abrigo
Esse é meu grande desejo
Porém não sei se consigo
Alcançar essa virtude
Espero que Deus me ajude
Pra que minha ultima casa
Seja nesses carrascais
E lá meus restos mortais
Jazer numa cova rasa



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