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GIRO REGIONAL

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UM GIRO NO NORDESTE

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Marco Brasil


 Caminhos da Vida



Onze anos na estrada, cumprindo minha jornada; com a carreta a

viajar.

Em uma dessas viagens, meu bateu um cansaço, parei num posto

para descansar!

Já era de madrugada quando um anjo me acordou

Me incumbindo de um frete que São Cristóvão determinou

Você vai para Holambra, carregar lá na cidade das flores...

Pode ficar sossegado que eu te aviso quando o caminhão estiver

carregado

É para o céu que você vai viajar!

No mesmo instante me disse, vá, está tudo pronto e você não pode

demorar!

Não precisa nem de ajudante, mas leve este gravador, eu sei que

vai precisar.

Quando eu cheguei no céu, muita gente a me esperar!

Foram gritando:

Olha o caminhão da Morada vamos com o motorista conversar:

Todos queriam contar sua mágoa, sua dor;

Foi aí que eu entendi, o porque do gravador:

Para gravar mensagens de paz e trazer a este povo sonhador!

Comecei formar uma fila para não tumultuar

Toninho Boiadeiro, Renato Cordeiro e o Gilberto Preto

Tiveram que me ajudar!

Uma jovem sorridente pediu: deixa eu falar primeiro!

Beto Belentano reconheci seu caminhão, eu vi o letreiro;

Meu pai trabalhou com o Senhor, sou filha do André Monteiro!

Nisso um Senhor com olhos rasos d'água pediu para sua historia

contar

Outro gritou lá do fundo, seja rápido que a fita do gravador

pode acabar!

Eu tinha um 113 de caçamba, trabalhava na região de Piracicaba,

Rio das Pedras e Mombuca, até que um dia eu fui assassinado

na rodovia do açúcar.

Um outro caminhoneiro me mostrou um sinal profundo nas mãos e

dos pés

Viajava sempre sozinho, vejam só como é que é

Até que um dia eu carreguei, em Tuneiras D' Oeste no Paraná, uma

carga de café

Com destino à São Paulo, cidade de Avaré

Roubo de carga, quadrilha não deixa pista, leva a carga

E na maioria das vezes a vida do motorista.

Chega agora um moço alto, de olho azul, pelo sotaque notei que

era do sul

Quero contar o meu passado:

Parei para trocar um pneu que havia furado, inocente não

percebi

Dois homens atrás de mim, fortemente armados,

Um falava no celular, o outro me mantinha deitado.

Nos olhos dos dois o ódio estava estampado

É verdade eu não minto, deu até pra ouvir o estampido da 765

Quando o gatilho foi acionado!

Um outro me pediu, grave aí minha historia:

Pelo sotaque forte, era um caboclo do norte

Trazia uma rede no ombro e uma toalha no pescoço

Pedi silencio, vamos ouvir este moço!

Meus amigos vejam como eu fazia:

O dia pra mim era noite e a noite pra mim era dia!

Carregava no Nordeste e chegava em São Paulo chinelando o câmera

fria.

Viagem de 48 no meu 16-18 eu fazia em 38!

Mas foi na Rio Bahia, na madrugada de um certo dia,

o fim da minha história seu moço!

Me chamaram de conterrâneo, abracei os dois e senti vontade de

chorar.

Chorando um deles disse:

Viajávamos contentes, era tudo maravilha,

De repente uma batida de frente, acabou tudo na Belém/Brasília.

A notícia chegou de imediato, o povo não quis acreditar...

A cidade de Borborema, no interior de São Paulo

ficou três dias parada, esperando a gente chegar,

O povo ficou emocionado ao ver o que tinha sobrado do Ninão e do

Dito Araçá!

Na seqüência chegou um moreno sorridente

E parando na minha frente disse grave aí um recado meu:

Peço calma aos motoristas, os acidentes ainda são constantes,

Eu também perdi a vida, na via dos Bandeirantes!

Nem lembro a velocidade que eu desenvolvia,

afinal era uma BMW, o carro que eu dirigia!

Diz pro meu amigo seguir em frente sua missão, pois toda vez que

ele canta aí;

Eu o acompanho daqui no refrão!

Até um estúdio tem aqui pra nós, eu vou gravar com o Pardinho;

Com o Tião Carreiro eu não combino a voz!

Evaldo Braga, Moraci, Duduca, Jessé, João Pacífico,

Cezar Rossini, Gonzagão e Gozaguinha, Xavantinho

Barrerito, Sandro, Leandro, Belmonte e Zilo

Eles também cantam com a gente,

fazemos uma mistura de voz, em duetos diferente!

Fora da fila, notei uma alegria de como quem brinca um menino,

Dei um abraço forte, era o tropeiro João Palestino!

Vem chegando um baixinho gesticulando.

É um moço que há muito tempo aqui no céu está cantando!

Neste momento eu disse: Eu te conheço?

Ele disse: Guri eu acho que não, pois quando eu vim pra cá

você ainda era um piazão!

Aproveito a oportunidade de pedir um favor atual,

para que você realize um desejo meu:

Sei que você é o caminho, peça pro Negrão tocar minha música

no Programa do Ratinho!

Aquele sujeito é batuta, anda com o povo na linha.

Agradeça a ele por nós e mande um abraço do gaúcho Teixeirinha!

Nisso recebi um bilhete de um senhor educado, que dizia assim:

Na sua próxima viagem traga uma foto de Itápolis para mim

Lá tem uma rua que tem o mesmo nome meu

Nela plantei algumas árvores, quero ver se já cresceu!

Dei um abraço em Zé Fortuna, o meu coração doeu.

A fita estava acabando,

quando alguém vestindo um terno branco e de microfone na mão

disse:

Cowboy da Estrada deixa eu te dar um abraço apertado

Reconheci, era Zé do Prato locutor apaixonado!

E ele disse:

Este microfone era do Marco Brasil, mas agora é meu;

Ele veio narrar um rodeio aqui no céu e de lembrança me deu!

Zé do Prato tinha na mão um tanto de oração e falou assim

comigo

Entregue essas orações a esses grandes amigos:

Jorge Moisés, Ivan Diniz, Piracicabano, Barra Mansa, Lalau dos

Santos,

Alan Coelho, Donizete Alves, Asa Branca, Capixaba, Sebastião

Ribeiro Chá!

Essa é para o Juliano Cesar, pra ele guardar no chapéu

Pois ele vive dizendo que eu sou o locutor aqui do céu.

Beto, esta é especial,

Entrega para o moço que contou um sonho e o mundo inteiro

ouviu,

Essa é para o Marco Brasil:

Marco Brasil, do rodeio que você fez aqui o povo ainda sente

saudade sua;

Os seus versos engraçados um anjo para de falar o outro

continua

Pediram até pra eu te imitar, não sei se vou saber

Não é o meu estilo, não tenho nada ensaiado, vamos ouvir o que

vai acontecer:

Alô, alô meu povão apaixonado,

Alô meu povo, tche, tche, tche!!!

E foi assim, com esta voz sumindo que acordei assustado;

na boleia do caminhão com o travesseiro molhado.

Mas logo o susto e a tristesa pela alegria foram trocados

Lembrei então daquelas mensagens e uma esperança surgiu

Tenho que contar pra todo mundo:

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NA ESTRADA DA VIDA

Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém...
Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim...
E ter paciência para que a vida faça o resto...

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